Rio, Cleveland, Bogotá e Medellín - No caminho dos corredores de ônibus BRT, é o mercado imobiliário que dispara na frente. Casas e apartamentos que ficam no entorno das pistas rápidas já tiveram valorização de mais de 150% por causa do novo sistema. Terreno próximo à Estação Veridiana, do Transoeste (Barra-Santa Cruz), por exemplo, há oito meses custava R$ 60 mil. Hoje, a proprietária não negocia por menos de R$ 150 mil.
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia |
A dica de especialistas para moradores de bairros cortados pelo BRT é: só venda o imóvel se for para comprar outro de imediato. Se guardar o dinheiro, haverá prejuízo, pois a alta vai continuar.
O corretor de imóveis Allan Richard contou que o interesse dos clientes pelo traçado do Transcarioca (Barra-Aeroporto Tom Jobim) tem aumentado nos últimos meses: “Eles perguntam se o empreendimento vai ficar perto de estação de embarque. Isso é uma realidade que temos que considerar, porque é um atrativo”. E é justamente de olho nesse filão que as construtoras estão apostando. Na semana passada, foi lançado empreendimento na Estrada dos Bandeirantes em que cada apartamento de 50 metros quadrados custa R$ 297 mil, na planta. Há um ano, o valor ali orbitava em torno de R$ 150 mil.
Avenida das Américas com estação da Transoeste: tendência de valorização com o corredor BRT | Foto: Alessandro Costa / Agência O DiaExperiência do corredor viário em outros países mostra que o fenômeno que ocorre no Rio já era previsível. Em Cleveland (EUA), o BRT Healthline transformou o bairro Midtown. Terrenos abandonados e com ferros-velhos ganharam construções novas e até um hospital. Mesmo durante a crise de 2008, imóveis dobraram de preço por causa do corredor. Em Bogotá e Medellín, na Colômbia, o mercado de compra e venda de casas registrou aumento entre 30% e 50% devido aos BRTs Transmilenio e Metroplús, respectivamente.
Avenida das Américas com estação da Transoeste: tendência de valorização com o corredor BRT | Foto: Alessandro Costa / Agência O DiaExperiência do corredor viário em outros países mostra que o fenômeno que ocorre no Rio já era previsível. Em Cleveland (EUA), o BRT Healthline transformou o bairro Midtown. Terrenos abandonados e com ferros-velhos ganharam construções novas e até um hospital. Mesmo durante a crise de 2008, imóveis dobraram de preço por causa do corredor. Em Bogotá e Medellín, na Colômbia, o mercado de compra e venda de casas registrou aumento entre 30% e 50% devido aos BRTs Transmilenio e Metroplús, respectivamente.
Expectativa de mais novos empreendimentos e serviços
O boom imobiliário nos bairros por onde vão passar os BRTs deve dar novo visual urbanístico e aquecer o comércio em regiões antes pouco valorizadas, como Sepetiba, Santa Cruz e Pedra de Guaratiba. A expectativa é que aumente o setor de serviços e de alimentos na região.
Vice-presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Paulo Fabbrianni vai mais longe. Ele acredita que com o trânsito fluindo haverá maior interesse de cariocas em visitar o interior do estado: “O maior tempo gasto na viagem é para sair da capital. Se você consegue resolver isso, é grande incentivo”.
Transoeste vai reduzir viagem à metade
O Transoeste, que será o primeiro BRT do Rio, reduzirá de duas para uma hora o percurso entre Santa Cruz e Barra da Tijuca. A inauguração deve acontecer antes da primeira quinzena do mês que vem. A implantação será feita em quatro etapas. O corredor será o primeiro de quatro que serão implantados até 2016, o que criará uma rota de 151 km de via expressa.
Ano que vem, deve ser concluído o Transcarioca, que terá 39 km e transportará 400 mil pessoas por dia. Esse BRT beneficiará, principalmente, o subúrbio do Rio — Olaria, Ramos, Vila da Penha, Madureira, Vaz Lobo.
BRT pelo mundo
Medelín
TECNOLOGIA. O Centro de Controle e Operações (CCO) do Metroplús tem 40 funcionários e a tarefa de resolver rapidamente problemas nas vias de BRT. Imagens de câmeras surgem em tempo real nos painéis. No Rio, sala semelhante vai funcionar no Terminal Alvorada. De lá, operadores vão se comunicar por microfone com os motoristas, que poderão alertá-los sobre assaltos apertando um botão.
Cleveland
BICICLETÁRIO. Nos ônibus articulados que transitam no BRT Healthline, foram projetados espaços para que ciclistas carreguem suas bicicletas. Nos pontos de embarque, há estacionamentos para ‘magrelas’. Haverá as duas facilidades nos coletivos e nas estações dos corredores expressos do Rio de Janeiro.
Bogotá
TERMINAL. Inspirado em Curitiba, o Transmilenio carrega 45 mil passageiros por hora, em cada sentido. É mais do que muitos metrôs do mundo. A expectativa é chegar a três milhões de usuários por dia. O corredor tem sete terminais, como o Américas. O novo Alvorada, na Barra da Tijuca, seguirá esse padrão.
Fonte: O Dia Online
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