A tarifa de ônibus de Porto Alegre de R$ 2,85 - que entrou em vigor esta semana -, tornou-se uma das mais caras dentre as capitais, só sendo inferior a São Paulo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a tarifa subiu em janeiro para R$ 2,75. Este reajuste na Capital gaúcha - contestado e criticado por entidades do movimento comunitário e estudantil -, mantém o preço da passagem num patamar extremamente elevado.
Se tomarmos como parâmetro o IPCA, de julho de 1994 até janeiro deste ano, o aumento acumulado dos preços atingiu 281,6%. Já a tarifa de ônibus da Capital subiu 691,6%, ou seja, praticamente dobrou em termos reais. É evidente que todo cidadão porto-alegrense atento exige uma explicação: por que paga hoje quase duas vezes mais do que pagava em meados dos anos 1990? Como o poder público não trata o tema com a transparência necessária, resta apenas a alguns setores da sociedade – os que mais sofrem os efeitos negativos – a mobilização e o protesto.
Desde meados dos anos 1990, o Índice de Passageiro por Quilômetro (IPK) diminuiu quase 40%, pressionando o aumento da tarifa. Em 2011 o fato se repetiu. Vale dizer: se os ônibus andarem com menos passageiros, cada usuário vai pagar mais. A questão é: por que os ônibus da cidade estão cada vez mais vazios? A resposta é simples, o serviço prestado é cada vez pior e os ônibus estão cada vez mais lentos.
O governo Fortunati tem boa parte da culpa. Há quatro anos promete implantar o sistema rápido de transporte nos corredores, projeto conhecido por BRT, e até o momento não aplicou um centavo. No orçamento de 2011, previa-se R$ 44 milhões para as obras que não foram realizadas. A outra questão é o modelo do cálculo tarifário, aliás, defendido pelo prefeito. Questionado sobre o os supostos lucros excessivos dos empresários, que defende a manutenção de atual taxa de lucro de 12%, extremamente elevado. Conclui-se que um sistema ineficiente combinado com uma elevada taxa de lucros resulta numa passagem de ônibus que lesa diretamente o usuário.
Fonte: Jornal do Comércio
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