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Em Volta Redonda, Frotas de ônibus se adaptam para cumprir determinação de acessibilidade

sábado, 5 de novembro de 2011

A mudança feita de forma gradual, a partir de 2009, no procedimento de entrada e saída dos passageiros nos coletivos da cidade (que passaram a sair pela porta de trás e a entrar pela porta da frente), pode ter facilitado a comunicação entre cobradores e motoristas - que passaram a ficar mais próximos -, mas um dos efeitos causados pela alteração foi a reclamação de parte dos passageiros, em especial os idosos: casos de usuários dos serviços de ônibus que ficaram presos na porta traseira foram relatados desde então.

No mesmo ano, porém, as empresas de ônibus de Volta Redonda começaram a cumprir o Decreto Federal nº 5.296/2004, que determina que todos os ônibus no país devem sair de fábrica com rampa elevatória para cadeirantes e permitir a acessibilidade até 2 de dezembro de 2014, e desde então todos os veículos adquiridos na cidade são adaptados - e com um detalhe que parece fazer a diferença para selar a paz entre passageiros, motoristas e cobradores: a porta de saída localizada no meio do coletivo.

Segundo o cobrador Uéslei dos Santos silva, de 23 anos, a nova configuração dos ônibus tem ajudado a visualizar melhor os passageiros e a orientar o motorista, além de diminuir o risco de algum usuário ficar preso à porta. Ele vê vantagens até no que diz respeito à segurança dos profissionais de transportes coletivos:

- A porta no meio tem ajudado na minha comunicação com o motorista, pois quando eu trabalhava na parte traseira era difícil nos comunicarmos se o carro ficasse lotado. E ficarmos próximos também inibe a ação de assaltantes - destacou.

Também atuando na função de cobrador, Gabriel Du Valle, de 19 anos, lembra que muitos motoristas salientaram o fato de que fica mais fácil, também, visualizar a entrada e saída de passageiros através do retrovisor e mesmo no interior dos veículos.

- Tem facilitado e muito o nosso trabalho [a porta no meio]. Era um problema para o cobrador e o motorista quando os dois ficavam distantes, ainda mais em um carro longo com 80 passageiros. Mesmo assim, sempre buscamos tomar cuidado na hora em que um idoso embarca ou desembarca do coletivo - assegurou.

Os dois cobradores vêem apenas um problema com a nova configuração: o acúmulo de usuários do transporte urbano entre a roleta e a porta de saída.
- Parte do pessoal gosta de ficar perto da porta de descida quando o ônibus começa a encher - observou Gabriel.

Sem unanimidade

Nem todos, porém, concordam com a mudança. É o caso do motorista Luiz Guilherme Maia, de 46 anos.
- Eu acho que ficou mais difícil, eu tinha uma melhor visão pelo retrovisor com a porta atrás - criticou, além de enfatizar a preocupação com os idosos.
- Sempre mantenho contato com o cobrador para evitar problemas.
Outro motorista, que preferiu não se identificar, acredita que porta no meio facilita o serviço. Mas ele lembra que é realmente difícil para quem ainda precisa trabalhar nos carros em que a saída fica distante do condutor.
- Fica mais distante da visão da gente, dificulta o nosso serviço. Essa mudança piorou para o motorista que trabalha nos ônibus mais antigos. Se ficarmos desatentos podemos realmente ter problemas, principalmente com os idosos - alertou.

Aprovação dos passageiros

Uma das partes interessadas na questão, os usuários dos ônibus de Volta Redonda têm aprovado a alteração na localização da porta de descida. A dona de casa Fátima Cristina de Oliveira, de 50 anos, considera a mudança "uma boa alternativa".
- Eu gostei da porta no meio. Só é ruim nos coletivos que têm três portas, porque a gente não sabe em qual devemos descer - declarou.
Já o aposentado Djalma de Assis Melo, de 72 anos, diz que mesmo não vendo "muita diferença" nessa discussão sobre portas em ônibus, se sente mais seguro com a mudança. Ele, que anda pela cidade com uma bengala desde que fraturou o fêmur, há dois anos, disse não ter conhecimento sobre acidentes com passageiros na hora de subir ou descer dos ônibus.
- Eu nunca tive problema. Os motoristas sempre são camaradas comigo e esperam eu embarcar ou desembarcar - elogiou.


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