Quem anda de ônibus em Rio Preto sofre. O ônibus pode atrasar, ou ficar lotado igual lata de sardinha ou o passageiro do lado está de visível mau humor. Mas hoje há um personagem a mais nessa história: aquela pessoa que fica ouvindo som em alto volume, parecendo um DJ com direito à pista, ou melhor, ônibus lotado. O problema é que nem sempre a trilha sonora é a preferida da galera.
A popularização de aparelhos como celulares com rádio, mp3 e iPod faz com que mais jovens tenham facilidade de comprar estes equipamentos. E o mau uso gera irritação e transtornos para quem está perto. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), até março deste ano foram vendidos mais de 210 milhões de celulares em todo o Brasil. Ou seja, a venda dos aparelhinhos superou o número de habitantes do País, em torno de 190 milhões. Existem até campanhas em redes sociais contra o uso em locais públicos.
Para Juliano Vinícius Ferreira, 17 anos, a melhor maneira de evitar um som que não gosta é usando os fones de ouvido, com o máximo de volume, na tentativa de abafar o ruído alheio. “Uso meus fones para não ouvir o som que não gosto. Aquilo incomoda demais. Muitas vezes você está cansado, procurando relaxar e vem aquela música. Daí, eu ponho no último volume, porque escutar funk no ônibus é complicado.”
O operador de caixa Bruno Scalon de Souza tem a mesma opinião. “Às vezes, você está com dor de cabeça, e o barulho incomoda. Agora tem gente que compra uma caixinha que amplifica o som. Uma vez, pedi para abaixar o volume, mas o cara deu risada e falou para curtir o som.” O estudante Cauã Camargo Lima, 15 anos, é um dos DJs de ônibus. Ele ouve música no celular há dois anos e sempre em alto volume.
“Uso todo dia e inclusive acho que estou com problema de audição. Ouvia muito rap, mas hoje prefiro mais o sertanejo, que todo mundo gosta também. Quando você toca um rap, não tem jeito, sempre tem alguém que reclama.” De acordo com Lima, a chiadeira dos demais passageiros vem no mesmo tom: “Eles falam: ‘abaixa isso aí’, ‘desliga isso aí’, ‘não paga aluguel do meu ouvido’. Às vezes eu ignorava e continuava a ouvir o som alto. Fazia de pirraça mesmo, mas outras vezes eu abaixava. Quando a pessoa era educada, eu abaixava ou desligava.”
Uma vez, um cobrador mandou Lima desligar o aparelho, caso contrário teria de descer do ônibus. “Ele foi sem-educação e retruquei falando que eu paguei a passagem e tinha direito de ficar. Não desci nem desliguei. No fim, ficou o celular ligado e o cobrador, com vontade de me matar, mas continuei ouvindo”, disse ele. Há sons para todo gosto e credo. “Gosto de ouvir também, mas só ouço com o fone de ouvido. Não gosto de rap e outros ritmos mais pesados. Escuto mais músicas da igreja”, disse o evangélico Josué Paixão Silva, 16.
A popularização de aparelhos como celulares com rádio, mp3 e iPod faz com que mais jovens tenham facilidade de comprar estes equipamentos. E o mau uso gera irritação e transtornos para quem está perto. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), até março deste ano foram vendidos mais de 210 milhões de celulares em todo o Brasil. Ou seja, a venda dos aparelhinhos superou o número de habitantes do País, em torno de 190 milhões. Existem até campanhas em redes sociais contra o uso em locais públicos.
Para Juliano Vinícius Ferreira, 17 anos, a melhor maneira de evitar um som que não gosta é usando os fones de ouvido, com o máximo de volume, na tentativa de abafar o ruído alheio. “Uso meus fones para não ouvir o som que não gosto. Aquilo incomoda demais. Muitas vezes você está cansado, procurando relaxar e vem aquela música. Daí, eu ponho no último volume, porque escutar funk no ônibus é complicado.”
O operador de caixa Bruno Scalon de Souza tem a mesma opinião. “Às vezes, você está com dor de cabeça, e o barulho incomoda. Agora tem gente que compra uma caixinha que amplifica o som. Uma vez, pedi para abaixar o volume, mas o cara deu risada e falou para curtir o som.” O estudante Cauã Camargo Lima, 15 anos, é um dos DJs de ônibus. Ele ouve música no celular há dois anos e sempre em alto volume.
“Uso todo dia e inclusive acho que estou com problema de audição. Ouvia muito rap, mas hoje prefiro mais o sertanejo, que todo mundo gosta também. Quando você toca um rap, não tem jeito, sempre tem alguém que reclama.” De acordo com Lima, a chiadeira dos demais passageiros vem no mesmo tom: “Eles falam: ‘abaixa isso aí’, ‘desliga isso aí’, ‘não paga aluguel do meu ouvido’. Às vezes eu ignorava e continuava a ouvir o som alto. Fazia de pirraça mesmo, mas outras vezes eu abaixava. Quando a pessoa era educada, eu abaixava ou desligava.”
Uma vez, um cobrador mandou Lima desligar o aparelho, caso contrário teria de descer do ônibus. “Ele foi sem-educação e retruquei falando que eu paguei a passagem e tinha direito de ficar. Não desci nem desliguei. No fim, ficou o celular ligado e o cobrador, com vontade de me matar, mas continuei ouvindo”, disse ele. Há sons para todo gosto e credo. “Gosto de ouvir também, mas só ouço com o fone de ouvido. Não gosto de rap e outros ritmos mais pesados. Escuto mais músicas da igreja”, disse o evangélico Josué Paixão Silva, 16.
Proibição pode virar lei municipal
Um projeto de lei que proíbe o uso de aparelhos sonoros nos ônibus municipais tramita na Câmara de Rio Preto desde o dia 1º de setembro deste ano. De acordo com o projeto, não será permitida a utilização de equipamentos como mp3, iPod, rádio, walkman, entre outros, acima do limite tolerável.
A infração prevê como penalidade o desligamento do aparelho ou retirada do passageiro que o utiliza. No entanto, a lei se aplicaria apenas nos casos em que o passageiro DJ esteja sem fones de ouvido. O autor é o vereador Maurin Alves Ribeiro, que justifica o projeto em razão do uso indiscrimido desses aparelhos, principalmente por parte dos jovens que escutam músicas de “gosto duvidoso ou mesmo religião diferente”, segundo o parlamentar.
De acordo com ele, o objetivo não é punir, mas sim coibir abusos, que podem atrapalhar inclusive o motorista. Em outras cidades já existe legislação semelhante. Em São José dos Campos, no mês passado, um garoto de 14 anos desceu do ônibus e foi parar na delegacia. Além de ouvir música em volume alto, ele também estava apertando a campainha do coletivo e atrapalhando o trânsito no interior do coletivo dos demais passageiros.
Um projeto de lei que proíbe o uso de aparelhos sonoros nos ônibus municipais tramita na Câmara de Rio Preto desde o dia 1º de setembro deste ano. De acordo com o projeto, não será permitida a utilização de equipamentos como mp3, iPod, rádio, walkman, entre outros, acima do limite tolerável.
A infração prevê como penalidade o desligamento do aparelho ou retirada do passageiro que o utiliza. No entanto, a lei se aplicaria apenas nos casos em que o passageiro DJ esteja sem fones de ouvido. O autor é o vereador Maurin Alves Ribeiro, que justifica o projeto em razão do uso indiscrimido desses aparelhos, principalmente por parte dos jovens que escutam músicas de “gosto duvidoso ou mesmo religião diferente”, segundo o parlamentar.
De acordo com ele, o objetivo não é punir, mas sim coibir abusos, que podem atrapalhar inclusive o motorista. Em outras cidades já existe legislação semelhante. Em São José dos Campos, no mês passado, um garoto de 14 anos desceu do ônibus e foi parar na delegacia. Além de ouvir música em volume alto, ele também estava apertando a campainha do coletivo e atrapalhando o trânsito no interior do coletivo dos demais passageiros.
O Blog Meu Transporte fez uma enquete na qual 83% das pessoas são a favor de leis que proibam esses abusos, agora é com os vereadores dos munícipios brasileiros adotarem essa medida.
Fonte: Diário Web
0 comentários:
Postar um comentário