Ontem, o Movimento Bicicletada Salvador / Massa Crítica realizou um ato em protesto contra a violência no trânsito. Cerca de 200 pessoas pedalaram do 5º Centro de Saúde (local que ocorreu o acidente) até o Dique do Tororó, onde deram uma volta simbólica.
“Queremos chamar atenção dos motoristas para que eles percebam que em cima de uma bicicleta há uma vida. Há vários pais de família que utilizam esse meio de transporte, e infelizmente precisamos dividir espaço com os ônibus e carros, já que a grande Salvador não tem tantas ciclovias”, desabafou Luís Roberto de Souza, integrante do grupo.
Na concentração, os manifestantes pintaram o asfalto, com a marca dos ciclistas na faixa direita da via – espaço destinado para a circulação da categoria, conforme determina o CTB – e deixaram flores em homenagem ao colega morto. Em coro, o grupo gritava ‘Ô motorista, respeite o ciclista’ e exibiam um imenso cartaz com a frase: ‘Vale a pena o esforço pela paz no trânsito’.
Além do ato, o Movimento pretende lançar uma campanha em defesa da causa. O grupo participa na terça (26) de uma ampla discussão, em sessão especial na Câmara Municipal, com apresentação do projeto de lei de mobilidade urbana sobre duas rodas, de autoria do vereador Gilmar Santiago, cujo objetivo é incentivar o uso de bicicletas, através da redução do custo do equipamento e da construção de mais ciclovias pela cidade. Atualmente o único espaço destinado à prática é na orla marítima.
“É importante deixar claro que a nossa luta não é apenas por mais ciclovias nas cidades. Só isto não basta. Nós queremos e precisamos de um sistema cicloviário, que não se resume simplesmente em mais pistas, mas engloba as ciclovias, as ciclofaixas, faixas compartilhadas, bicicletários e para-ciclo (estacionamentos para bicicletas), além da sinalização vertical e horizontal em todo o trecho”, pontua Roque Almeida, um dos organizadores do evento.
Segundo ele, tão importante quanto à disponibilidade destes equipamentos, é a criação de políticas públicas que eduque os cidadãos no trânsito. “Não basta construir ciclovias para segregar as bicicletas dos carros. É preciso educar o povo para que os dois veículos convivam juntos sem choques. Ainda não temos uma cultura de respeitar e proteger o outro, o menor no trânsito”, ressalta.
Fonte: Tribuna da Bahia
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