Que na cidade de São Paulo não faltam promessas e estudos de ciclovias ninguém duvida. Que de uns tempos para cá a palavra “ciclovia” vem sendo repetida como um mantra por projetistas, urbanistas, arquitetos, secretários e até pelo prefeito, isso também ninguém duvida. Mas dizer que a cidade tem, de forma documentada, no mínimo, 522 km de ciclovias projetadas para aparecerem como mágica em 2012...sim, se eu não soubesse, nem eu acreditaria.
O Planos Regionais Estratégicos das 31 subprefeituras têm juntos, 367 km de ciclovias ou ciclorotas planejados no Plano Diretor Estratégico para serem todos entregues em 2012.
O Plano de Ciclovias anunciado pela Secretaria Municipal de Transporte em 2009, beneficiará os bairros Grajaú, Jardim Brasil e Jardim Helena, com o total de 55 km, inicialmente prometidos para 2010, foi replanejado para o fim de 2012.
Embora o Secretário Eduardo Jorge tenha afirmado que sua meta era de 1000 km de ciclovias até 2020, ele anunciou em 2008, 100 km de ciclovias para 2009, logo depois, anunciou os mesmos 100 km, com algumas alterações de locais, para entrarem no Plano de Metas /Agenda 2012 do município, tudo prometido para ser entregue, adivinha quando? Isso mesmo, 2012.
Coincidência? Existe uma força oculta trabalhando nos bastidores para surpreender a população e ao acordarmos em 2013 termos a disposição 522 km de ciclovias na cidade? As profecias que aparecem em todos os planos e projetos para bicicleta vão mesmo se realizar? 2012 é o ano da bike?
Ciclista, vá tomar banho de chuva, porque o banho de água fria que vamos tomar do planejamento cicloviário da cidade é mais gelado.
Todo o ano escrevo artigos e falo a mesma coisa, o executivo não faz previsões no orçamento da cidade de valores suficientes para execução destes projetos. Ano após ano, os projetos vão se acumulando, as reivindicações aumentando, mas na hora de empenhar os fundos no orçamento da cidade para a bicicleta, o dinheiro não aparece.
Eu sempre ouço, “mas bilhões para o túnel da Roberto Marinho tem, milhões para pontes “estragadas” tem, incentivos para indústria imobiliária tem, milhões para os automóveis tem...” e por aí vai. Mas não é somente a bicicleta que é prejudicada nessa falta de empenho com a qualidade de vida, pedestres e o transporte público também é deixado de lado, mas isso é pano para outra manga.
Até quando viveremos de esperança, promessas e ocultismo das ações ?
(Chico Macena - vereador de São Paulo)
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