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Transcarioca prevê outra ponte estaiada na Barra, além de mergulhões e viadutos rumo à Zona Norte

sexta-feira, 18 de março de 2011

A região da Barra deve ganhar mais uma ponte estaiada (suspensa por cabos) com a inauguração do BRT Transcarioca, o mais importante da cidade e cujas obras foram lançadas nesta quinta-feira. A exemplo da Linha 4 do metrô - que, dependendo da aprovação pelo Iphan, terá uma ponte semelhante sobre a Lagoa da Tijuca - o corredor exclusivo para ônibus articulados traz no projeto uma estrutura do mesmo estilo sobre a Lagoa de Jacarepaguá, que terá pistas usadas tanto pelo sistema BRT (Bus Rapid Transit) quanto pelos veículos que fluirão da Linha Amarela. Na manhã de quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes iniciou oficialmente os trabalho de implantação do Transcarioca, o BRT que vai ligar a Barra ao Aeroporto Internacional Tom Jobim.

O superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RJ), Carlos Fernando Andrade, disse que, em ambos os casos, o órgão está analisando se há impacto na paisagem.

Segundo a prefeitura, o tempo gasto no trajeto entre a Barra e a Ilha do Governador deve ser reduzido em mais de 60% após a conclusão da obra, que será entregue em três anos como parte do pacote que prepara a cidade para os Jogos Olímpicos. Com 39km de extensão, o corredor expresso será construído em dois lotes.

Ao todo, nove pontes e dez viadutos

Projeto da Transcarioca (Foto: Divulgação)
Na quinta-feira, foi iniciado o primeiro lote da Transcarioca, que terá 28km e começa com a construção de um mergulhão exclusivo para os ônibus articulados no encontro das ruas Cândido Benício e Domingos Lopes, em Campinho, na Zona Norte do Rio. Este primeiro lote, orçado em R$ 798,4 milhões, inclui a ampliação da via (que passará pelos bairros da Barra, Jacarepaguá, Curicica, Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho, Madureira, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha e Penha). Somente nesta primeira etapa serão construídas sete pontes (incluindo a estaiada), dois mergulhões na Barra, próximo à Cidade da Música, quatro viadutos, uma passagem inferior e urbanização. O segundo lote, que trata do traçado entre a Penha e o aeroporto, ainda está em fase de licitação.

- A ligação das ruas Cândido Benício e Domingo Lopes terá seis faixas de rolamento e teremos um mergulhão exclusivo para BRT que vai dar agilidade ao trânsito. Os ônibus não vão parar no sinal da Intendente Magalhães com a Cândido Benício, eles vão passar por baixo e, na saída do mergulhão, haverá uma estação de BRT - explicou o secretário municipal de Obras, Alexandre Lopes.

Ao todo, serão construídas 45 estações, três terminais para embarque e desembarque, nove pontes, três mergulhões e dez viadutos. O Transcarioca também prevê a duplicação de pistas e urbanização de áreas próximas ao BRT. O corredor também vai permitir uma integração com outros meios de transporte, como trens e metrô, beneficiando 400 mil passageiros por dia.

Meio bilhão em desapropriações

Na avaliação de Paes, o Transcarioca é uma das intervenções mais importantes para a prefeitura.
- Das obras que estamos fazendo olhando para as Olimpíadas, esta é a mais importante da cidade, porque ela não é só um corredor de transporte mudando completamente a lógica de comportamento das pessoas de todo o subúrbio carioca. Ela é uma revolução urbana. Esta região aqui é de difícil andar e ela vai abrir novas vias, melhorar o fluxo de veículos, tirar ônibus das ruas e oferecer transporte confortável. É mais importante que o Transolímpico, que o Transoeste e que a Linha Amarela - disse Paes.

Segundo Paes, um dos maiores desafios enfrentados pela prefeitura estão sendo as desapropriações de imóveis localizados ao longo do traçado da obra. O prefeito afirmou na quinta-feira que as desapropriações, iniciadas há mais de um ano, vão custar à prefeitura R$ 500 milhões. Inicialmente, a previsão de gastos era de R$ 300 milhões com indenizações, quando o projeto se limitava ao trecho Barra-Penha. A obra completa está orçada em 1,3 bilhão.

- Essa é uma intervenção muito complexa. Tivemos que desapropriar mais de três mil imóveis e ainda temos um trabalho grande pela frente. Há um conjunto grande de processos na Justiça, mas a prefeitura está tentando fazer o melhor possível - afirmou.

Segundo o secretário municipal de Obras, Alexandre Lopes, para esta primeira fase da obra já foram feitas 70 desapropriações, entre imóveis comerciais e residenciais.

Fonte: O Globo

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