Estresse no trânsito não é exclusividade dos motoristas. Quem depende do transporte público para se locomover também é vítima do problema.
Muitas vezes, os passageiros viajam em ônibus lotados e permanecem todo o trajeto em pé, parados junto com o veículo em congestionamentos. É comum que se descontrolem e cheguem a descontar no condutor.
Erivan Silva, 54 anos e motorista de ônibus há 36, afirmou ter sido xingado diversas vezes. "A gente releva porque sabe que a culpa não é nossa, e sim do poder público, que não tem capacidade para resolver o problema", afirmou. Silva faz diariamente trajeto entre Santo André e o Jardim Clímax, bairro da Capital.
Para tentar driblar o trânsito e, consequentemente, o estresse, alguns mudam de hábitos. A professora de educação física Larissa Silva Cunha, 20, costuma sair mais cedo de casa para evitar chegar atrasada ao trabalho.
"Mesmo assim já aconteceu, e muitas vezes os chefes não entendem, acham que a gente dá desculpa", disse.
Outra profissional que enfrenta o problema é a doméstica Léia Primo Alves. "Agora que estou com o braço machucado é pior ainda: ninguém cede o lugar para eu sentar e ainda chego atrasada aos compromissos por causa dos congestionamentos constantes", lamentou.
Léia afirmou ainda algo que é possível notar percorrendo as ruas da região: não há mais horário de tráfego tranquilo. "Você corre risco de ficar preso no trânsito o dia todo", reclamou.
A dona de casa Marilda Oliveira Cardoso, 32, chegou a perder a consulta do filho Marcos Henrique por causa de congestionamentos. "Ele pesa nove quilos e é difícil carregá-lo. Imagina ficar com todo esse peso no colo, mais a bolsa, parada no congestionamento e sem ninguém ceder o lugar. Qualquer um fica estressado", desabafou.
Até mesmo o pequeno Marcos Henrique, que começou a chorar quando a mãe entrou com ele nos braços dentro do coletivo.
Fonte: Diário do Grande ABC
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