Mesmo com a arrecadação mensal de quase R$ 2 milhões, só em multas, a Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Contagem (Transcon) elevou o preço das passagens do transporte coletivo na cidade. Com o aumento, o município passou a ter a passagem mais cara de Minas Gerais. E os usuários das linhas da cidade ainda reclamam da qualidade do transporte de Contagem. A Transcon justifica o aumento em função da criação de novas linhas e adaptação de outras para o transporte de portadores de necessidades especiais. Além disso, a autarquia disse que parte dos investimentos será colocada no quadro de funcionários, que será ampliado. De acordo com o portal da Transparência da Prefeitura de Contagem, entre o dia primeiro dos meses de janeiro a fevereiro deste ano, a Transcon arrecadou pouco mais de R$ 1,7 milhão em multas. No mesmo período, a prefeitura teve um gasto com a autarquia de cerca de R$ 650 mil. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Contagem (SITTRACON) disse que não houve melhorias nas condições de trabalho dos funcionários das linhas de Contagem, como foi justificado pela Transcon. "O número da frota de micro-ônibus aumentou. Isso gera uma carga dupla para o motorista que, além de dirigir, também cobra a passagem. Pedimos a Trancon que coloque cobradores nesses ônibus ou volte com os coletivos tradicionais", disse João Soares, um dos diretores do SITTRACON. Soares também disse que, como forma de não perder mais funcionários, as empresas ofereceram uma quantia de R$ 100 aos motoristas de micro-ônibus para tentar conter a insatisfação pela dupla jornada. "O aumento salarial é fora da carteira de trabalho e os donos das grandes empresas querem mesmo é "adoçar a boca" dos motoristas. O sindicato não aprova essa medida", disse o diretor. Questionado sobre o aumento das passagens pela reportagem de O TEMPO Contagem, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana (Sintram) não quis se pronunciar. Outras cidades Belo Horizonte e Betim são outros municípios da região metropolitana que tiveram reajuste nas tarifas de ônibus. A BHTrans, empresa que gerencia as empresas de ônibus da capital, disse que não havia aumento no preço das passagens há dois anos e que a elevação de 6,5% ainda está abaixo do INPC - que avalia os índices de preços ao consumidor - que foi de 10,5%. De acordo com a Prefeitura de Betim, o reajuste das tarifas na cidade levou em consideração os cálculos com o custo de operação - como gasto por quilômetro rodado e manutenção dos veículos - e o número de passageiros transportados. Além disso, o aumento veio após dois anos sem modificações nos preços das passagens e teria ficado, também, abaixo do INPC.
Fonte: O Tempo
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