O governador Geraldo Alckmin (PSDB) deverá elevar a tarifa do Metrô em São Paulo dos atuais R$ 2,65 para R$ 2,90 . O martelo será batido até o dia 20, mas já há uma decisão no Palácio dos Bandeirantes de não igualar os bilhetes do Metrô e da CPTM com o do ônibus na capital, que passou a custar em janeiro R$ 3.
Pelo contrato, a nova tarifa deveria ser definida até o dia 9, mas a Secretaria de Transportes Metropolitanos ainda está fechando os números para apresentá-los a Alckmin.
"Nos próximos 15 dias nós teremos uma discussão definitiva com o governador. A tarifa não vai atingir ou passar os R$ 3. Vai ficar daí para baixo", diz o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Tanto o Metrô como a CPTM defendiam que as tarifas se igualassem, como era até 2007 - entre 2008 e 2009 a passagem do Metrô chegou a ser mais cara que a do ônibus (leia quadro lado). Mas o governador já adiantou que não há como justificar aos usuários um aumento de 13,20%, mais que o dobro da inflação do período, que deve fechar entre 6% e 7%.
"A tarifa do Metrô abaixo da de ônibus está nos dando uma pressão, uma demanda muito grande. Hoje o Metrô opera no limite, mas realmente não há uma justificativa técnica-financeira para chegar a R$ 3", admite o secretário.
Além disso há também a questão política. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) enfrenta uma série de protestos, que crescem a cada dia, contra o aumento do preço dos ônibus. Alckmin não quer passar pelo mesmo desgaste. As eleições municipais de 2012 também pesam nessa decisão, já que a cada dia Kassab dá sinais que o fim da relação amistosa com os tucanos está mais próximo - o prefeito está muito perto de se transferir para o PMDB.
A opção por R$ 2,90 seria a mais viável nesse cenário. Apesar de ainda estar acima de inflação (9,43%), daria fôlego para o caixa do governo, que só em 2010 gastou R$ 420 milhões de subsídio na operação dos trens. Aumentar para R$ 2,85 (7,54% de reajuste) poderá aumentar esse déficit. Chegar a R$ 2,95 (11,32% a mais que o preço atual) certamente também geraria críticas.
"É preciso oxigenar a tarifa e não deixar muito defasada porque daqui a pouco esse subsídio vai chegar a R$ 500, R$ 600 milhões. A conta não é só aplicar a inflação e pronto. É muito mais complicado que isso", justifica Fernandes.
Para incentivar o uso do Metrô antes do horário de pico da manhã e diminuir a lotação nos trens entre 6h e 8h, a Secretaria de Transportes Metropolitanos estuda novamente aplicar um percentual menor para o chamado "Bilhete Madrugador". Hoje quem pega Metrô entre 4h40 e 6h15 e trem entre 4h e 5h35 paga R$ 2,40.
Em fevereiro de 2010, no último reajuste do Metrô, o bilhete subiu 3,9% e o Madrugador, 2,1%. "Eu estou propondo para o Geraldo (Alckmin) que o Bilhete Madrugador fique ainda mais incentivador. A proposta que estou levando é de um percentual menor ainda que da tarifa. Só assim vamos atingir o objetivo final."
Cartão Fidelidade sofrerá mudanças
Jurandir Fernandes pretende acabar com Cartão Fidelidade do Metrô, que dá desconto para quem compra determinado número de passagens de uma única vez - quanto maior o valor maior o desconto. Crítico do atual modelo, adotado no governo José Serra (PSDB), o secretário de Transportes Metropolitanos quer extinguir o cartão e transferir o desconto para o Bilhete Único, que hoje não dá qualquer incentivo para aquisição de mais de uma passagem. A explicação de Fernandes é técnica: somente 2,5% dos usuários de Metrô têm Cartão Fidelidade. "Não vamos acabar com o desconto, mas pretendemos colocar tudo em um cartão só."
Sem argumentos
"Realmente hoje não há uma justificativa técnica-financeira para a tarifa chegar a R$ 3"
Jurandir Fernandes
Secretário estadual de Transportes Metropolitanos
Pelo contrato, a nova tarifa deveria ser definida até o dia 9, mas a Secretaria de Transportes Metropolitanos ainda está fechando os números para apresentá-los a Alckmin.
Tanto o Metrô como a CPTM defendiam que as tarifas se igualassem, como era até 2007 - entre 2008 e 2009 a passagem do Metrô chegou a ser mais cara que a do ônibus (leia quadro lado). Mas o governador já adiantou que não há como justificar aos usuários um aumento de 13,20%, mais que o dobro da inflação do período, que deve fechar entre 6% e 7%.
Além disso há também a questão política. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) enfrenta uma série de protestos, que crescem a cada dia, contra o aumento do preço dos ônibus. Alckmin não quer passar pelo mesmo desgaste. As eleições municipais de 2012 também pesam nessa decisão, já que a cada dia Kassab dá sinais que o fim da relação amistosa com os tucanos está mais próximo - o prefeito está muito perto de se transferir para o PMDB.
A opção por R$ 2,90 seria a mais viável nesse cenário. Apesar de ainda estar acima de inflação (9,43%), daria fôlego para o caixa do governo, que só em 2010 gastou R$ 420 milhões de subsídio na operação dos trens. Aumentar para R$ 2,85 (7,54% de reajuste) poderá aumentar esse déficit. Chegar a R$ 2,95 (11,32% a mais que o preço atual) certamente também geraria críticas.
"É preciso oxigenar a tarifa e não deixar muito defasada porque daqui a pouco esse subsídio vai chegar a R$ 500, R$ 600 milhões. A conta não é só aplicar a inflação e pronto. É muito mais complicado que isso", justifica Fernandes.
Para incentivar o uso do Metrô antes do horário de pico da manhã e diminuir a lotação nos trens entre 6h e 8h, a Secretaria de Transportes Metropolitanos estuda novamente aplicar um percentual menor para o chamado "Bilhete Madrugador". Hoje quem pega Metrô entre 4h40 e 6h15 e trem entre 4h e 5h35 paga R$ 2,40.
Cartão Fidelidade sofrerá mudanças
Jurandir Fernandes pretende acabar com Cartão Fidelidade do Metrô, que dá desconto para quem compra determinado número de passagens de uma única vez - quanto maior o valor maior o desconto. Crítico do atual modelo, adotado no governo José Serra (PSDB), o secretário de Transportes Metropolitanos quer extinguir o cartão e transferir o desconto para o Bilhete Único, que hoje não dá qualquer incentivo para aquisição de mais de uma passagem. A explicação de Fernandes é técnica: somente 2,5% dos usuários de Metrô têm Cartão Fidelidade. "Não vamos acabar com o desconto, mas pretendemos colocar tudo em um cartão só."
Sem argumentos
"Realmente hoje não há uma justificativa técnica-financeira para a tarifa chegar a R$ 3"
Jurandir Fernandes
Secretário estadual de Transportes Metropolitanos
Fonte: Diário de São Paulo
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