No espaço que em São Paulo atualmente existem dez veículos, haverá cerca de 12 daqui a três anos, segundo projeção do governo do Estado, publicada na quarta-feira (14) no Diário Oficial. Hoje, segundo o governo, a frota paulista é composta de 18,38 milhões de veículos. Até 2013, o número deve chegar 22,27 milhões, um aumento de 21%.
A previsão preocupa especialistas consultados pela reportagem, que dizem não haver estrutura no Estado para abarcar esse aumento na frota. O crescimento de carros é dez vezes maior que o da população paulista.
Entre o Censo de 1991 e o de 2000 (os dois mais recentes), a população do Estado de São Paulo aumentou 1,82%. A previsão da frota foi feita pela Secretaria da Fazenda para calcular a arrecadação do Estado com o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), que também crescerá.
Em 2010, o Estado deve receber R$ 9,3 bilhões com o imposto. Em 2013, o total pode chegar a R$ 11,1 bilhões, aumento de 19%. Para o professor de engenharia de tráfego e transporte urbano da universidade Mackenzie João Cucci Neto, o crescimento é inevitável, pois o transporte coletivo não é confiável.
– As pessoas hoje, na primeira oportunidade, migram para o transporte individual. Falta conforto e pontualidade [no transporte público], principalmente nos ônibus.
Interior
O consultor de trânsito da Hora H Engenharia & Marketing Horácio Figueira aponta que o interior do Estado deve sofrer mais com o crescimento da frota.
– Os municípios do interior não têm cultura de estrutura ferroviária e de metrô. Cidades como Campinas e Ribeirão Preto já estão enroladas.
Solução
Ambos os especialistas veem uma ênfase do governo estadual no investimento de transporte sobre trilhos, mas apontam que é necessário também aumentar a capacidade dos ônibus. O professor Cucci Neto diz que seria necessário reformular o traçado das linhas de ônibus nas cidades que sofrem com congestionamento.
Segundo ele, diversos estudos de mobilidade urbana apontam que o ideal é ter uma linha tronco com fluxo ininterrupto de ônibus nas principais ruas. Já as rotas de bairros e ruas auxiliares deveria ser feita por coletivos menores, como micro-ônibus.
Figueira concorda com o professor e acrescenta que a prioridade deve ser do transporte coletivo, que tem capacidade para deslocar mais pessoas, com ênfase na criação ou ampliação dos corredores de ônibus.
Fonte: R7.com
0 comentários:
Postar um comentário