Os trens de alta velocidade deverão apresentar um nível de integração muito maior e muito mais elaborado com os sistemas de transporte urbano das cidades. “Não devemos pensar em simples pontos de parada dentro das cidades, mas, sim, em conexões muito mais complexas e que necessitarão um diálogo muito maior entre o governo central e os governos locais”, disse Rogerio Belda, diretor da ANTP – um dos especialistas internacionais a participar da sessão conclusiva do Seminário sobre Intermodalidade entre Trem de Alta Velocidade e Transporte Urbano, promovido em São Paulo, no dia 9 de março de 2010 pela Divisão América Latina da União Internacional de Transportes Públicos (DAL/UITP) e pela União Internacional de Ferrovias (UIC).
Belda afirmou ser necessário haver maior descentralização e continuidade administrativa na gestão do transporte urbano, sempre com o apoio do governo central. “Essa descentralização deve vir combinada com a capacitação de pessoal, tanto no setor público como no setor privado. Nós não temos ainda o nível de conhecimento e de organização para esse grande passo que o Brasil terá que dar: ser capaz de efetuar escolhas estratégicas, compatíveis com o desenvolvimento de cada cidade e em combinação com o desenvolvimento da rede urbana nacional”, disse.
Ao longo do dia, o seminário mostrou o revezamento de especialistas brasileiros e do Exterior. A primeira sessão tratou do transporte urbano, incluindo o VLT de Monterrey, México; o crescimento dos sistemas sobre trilhos de média capacidade em cidades espanholas, e uma apresentação do sistema metroferroviário Translohr, que tem a peculiaridade de se elevar sobre pneus. Uma segunda sessão mostrou os estudos governamentais e a modelagem econômica do Trem de Alta Velocidade (TAV) no Brasil – disponíveis no endereço eletrônico www.tavbrasil.gov.br , e projetos de trens alta velocidade no Japão. A terceira e penúltima sessão destacou o tema titulo do seminário, com uma apresentação sobre o planejamento do transporte urbano em São Paulo e aspectos do impacto dos trens de alta velocidade sobre as cidades.
Para o especialista da ANTP, as cidades precisam melhorar em termos de circulação, e isso significa ter redes integradas de transportes, redes eficientes, e que correspondam a todas as modalidades de transporte. “O metrô nunca vai ser o meio de transporte único da cidade; a tarefa, a missão dele, é permitir que os outros sistemas tenham um bom desempenho – especialmente ônibus – uma integração que foi implantada em São Paulo com muita eficiência – e também com os demais modos de transporte”.
Fonte: ANTP
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