A mudança na modelagem financeira do trem-bala vai implicar novo atraso na licitação do projeto. O objetivo era lançar o edital em agosto, com início de obras previsto para o segundo semestre de 2010. Agora, já está certo que a licitação vai demorar mais. E que a inauguração virá após a Copa.O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a quem caberia originalmente dar um empréstimo de R$ 20 bilhões, será um mero repassador de recursos. O governo (ou seja, o Tesouro) assumirá o financiamento.
A mudança decorre de dois fatores. Feitas as contas, se verificou que o BNDES, apesar do recente aporte de dinheiro feito pelo governo em seu caixa, não pode fazer um empréstimo único nesse valor sem por em risco os limites do Acordo da Basileia. Esse acordo exige uma proporção entre o capital das instituições financeiras e o valor dos empréstimos que concedem, ponderados pelos seus correspondentes riscos. É um indicador chave da solidez dos bancos em todo o mundo.
Uma solução alternativa seria fracionar o financiamento, abrindo espaço para a participação de bancos privados. Problema: o setor financeiro privado reluta muito em ingressar não apenas no projeto do trem-bala, mas também na miríade de oportunidades que se abre com projetos no setor de energia e com a realização, no Brasil, da Copa do Mundo, em 2014 e da Olimpíada, em 2016.
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