Às vésperas de completar 18 anos, o dia de passe livre no transporte público da Capital é alvo de um pedido de extinção ou reformulação.
A proposta é do Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), que enviou à Câmara de Vereadores um ofício com a avaliação de representantes do setor sobre problemas como violência e superlotação nos dias de isenção da passagem. Segundo o presidente do Comtu, Jaires Maciel, a solicitação foi votada por unanimidade pelos conselheiros no final de 2008.– O dia de passe livre já não atende mais às necessidades dos usuários. Fugiu do propósito, de passeio das famílias, para ser um dia em que ocorre violência e arrastões – diz Maciel. O Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar não tem números que comprovem o aumento da violência. O presidente da Associação das Empresas de Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Enio Roberto dos Reis, no entanto, diz que funcionários costumam pedir para não trabalhar nesse dias devido à insegurança. A população que precisa usar os ônibus nessas datas também reclama da superlotação e da frota reduzida, conforme o Comtu.– Existe uma relação muito irregular nas tabelas de horários porque a movimentação do povo não é prevista. Não tem como prever o horário de movimento. Às vezes, a sociedade reclama que está faltando ônibus, mas não tem como organizar o serviço sem saber em que ordem ocorre a movimentação – argumenta o presidente da ATP.
A Câmara ainda desconhece o pedido de reavaliação do passe livre, mas o presidente da Casa, Sebastião Melo, concorda com a discussão do assunto.– Se fosse para o lazer, tudo bem, mas, infelizmente, não tem sido isso. A vereadora Maria Celeste, líder da oposição e da bancada do PT na Câmara, acredita que a isenção deve ser discutida, mas não extinta.– É a oportunidade das pessoas, especialmente no domingo, congregarem com suas famílias e ocuparem a cidade como um todo. As empresas tem de colocar mais ônibus para circular. Esse é o grande problema.
0 comentários:
Postar um comentário