Somente 31,6% dos pontos de ônibus em Fortaleza oferecem proteção contra sol e chuva. A Prefeitura promete até julho instalar mil abrigos e ter mais da metade das paradas protegidas
A maioria das paradas do transporte coletivo, na Capital, não tem abrigo para os usuários. De acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), existem quase 4,5 mil pontos espalhados pela cidade e somente três em cada dez oferecem proteção. É preciso paciência para esperar o ônibus ou a van suportando sol e chuva. O problema não é exclusivo de bairros com baixa densidade demográfica ou pouco movimentados. Durante a chuva é possível constatar o fato em corredores de tráfego, no Centro e até mesmo em locais de demanda especial, como arredores de hospitais. A falta de um abrigo no ponto de ônibus em frente ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), na avenida José Bastos, faz com que os passageiros sejam obrigados a aguardar o coletivo sem nenhuma proteção. “É um absurdo com a gente. A parada é muito movimentada. Há bastante tempo deveria ter abrigo”, reclama a autônoma Terezinha Pessoa, 46. O ponto é utilizado por pacientes, acompanhantes e servidores do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), alunos da Universidade Federal do Ceará (UFC) e frequentadores do Hemoce. “É muita gente. O ônibus demora. Será que não dá para botar abrigo aqui?”, completa Terezinha. A avenida Duque de Caxias é uma das principais vias de acesso entre o Centro e a Aldeota. A parada do trecho localizado entre as ruas Floriano Peixoto e Assunção, no entanto, não tem abrigo. A alternativa para evitar a chuva é esperar o ônibus sob a marquise de um hotel ou recorrer a uma casa lotérica. “É complicado, porque não é só a chuva. O sol também incomoda muito”, aponta o representante comercial Célio Júnior, 22. O ponto é próximo ao Instituto Dr. José Frota (IJF). Também há agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, além do corredor comercial do Centro. “Tem dia que a gente espera mais de 40 minutos por um ônibus. Sem abrigo é muito ruim, porque está chovendo. E também é ruim no sol”, explica a estudante de Odontologia Suellen Rocha, 22, esperando o coletivo numa parada da avenida Borges de Melo. O ponto é em frente ao prédio de uma operadora de telefonia, ao lado do terminal rodoviário Engenheiro João Tomé. “Uma parada como essa, movimentada, não pode ficar sem abrigo”, concordava a assessora parlamentar Neuma Correia, 44. De acordo com a Etufor, há 4.443 paradas em Fortaleza e 1.406 têm abrigo. O órgão explica que é impossível, considerando critérios técnicos, instalar abrigos em cada paradas de ônibus. O órgão alega que a largura do passeio, por exemplo, impede a colocação da proteção para o usuário.
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