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Em Curitiba, Ônibus elétricos devem representar 10% da frota em dois anos

terça-feira, 7 de junho de 2022

Os veículos elétricos devem representar, dentro de dois anos, 10% da frota de ônibus de Curitiba, com o início da adoção da eletromobilidade no transporte coletivo da cidade.


A projeção da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade, é que sejam adquiridos, em uma primeira etapa, 134 veículos elétricos no período – 57 para o eixo Leste-Oeste e 77, para o Inter 2 e Interbairros 2.

“É o início da transição para a eletromobilidade, com emissão zero de ruído e CO2, e cujos veículos, do tipo Ligeirão (com menos pontos de parada), trarão ainda outros ganhos para o usuário, como a redução do tempo de deslocamento”, explica o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.

Atualmente, apenas 4% da frota de ônibus da cidade funciona com energia limpa ou de baixa emissão. No médio prazo, até 2030, 33% da frota deverá operar com emissão zero; alcançando 100% até 2050, como parte do Plano de Ação Climática (PlanClima), a alinhado às ações globais de sustentabilidade.

Desafios
Segundo Maia Neto, até lá, alguns desafios terão que ser superados, como o alto custo de aquisição dos ônibus elétricos bem como das baterias, que representam 50% do valor do veículo. Para viabilizar a substituição gradual dos veículos a diesel para os elétricos também será necessário montar uma infraestrutura eficiente, com pontos de recarga e ampliação da rede de energia. 

Na primeira etapa, a previsão da Urbs é que para o eixo Leste-Oeste sejam adquiridos 57 biarticulados com piso alto, com capacidade para 250 passageiros. A linha deve transportar até 200 mil passageiros/dia (120 mil no eixo Leste e 80 mil no eixo Oeste). A estimativa é de uma redução de 23 minutos no deslocamento e 350 quilômetros de autonomia operacional. 

Para o Inter 2 serão 46 articulados piso alto e para o Interbairros 2, são 31 articulados piso baixo. Serão beneficiados 181 mil passageiros por dia – 118 mil no Inter II e 75 mil no Interbairros II, com uma redução de 32 minutos no tempo de deslocamento. 

“Esses projetos representam um marco para a cidade não apenas no aspecto ambiental e tecnológico, mas também vão influenciar o modelo de negócio do próximo edital de concessão do transporte coletivo, em 2025”, diz Maia Neto.

A implantação de ônibus elétricos é base do Programa de Mobilidade Sustentável de Curitiba, que tem como âncora os projetos de evolução do transporte curitibano, do Inter 2 e Leste-Oeste, com financiamentos externos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do New Development Bank (NDB), respectivamente.

Os primeiros testes de ônibus elétricos devem começar nos próximos meses em linhas existentes do sistema de transporte coletivo.

Publicado pela Urbs, o edital de chamamento público em 26 de maio tem cadastramento aberto neste link ou presencialmente, de segunda-feira a sexta-feira, das 12h30 às 18h30, no Prédio Central da Urbs (Avenida Presidente Affonso Camargo, 330, na Rodoferroviária). O período de cadastramento vai até às 23h59 do dia 30 de novembro.

Os testes serão realizados na cidade por 60 dias, sendo admitido período mínimo de 30 dias. O acordo de cooperação terá validade de dez meses, podendo chegar a 12 meses.

Informações: URBS
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BRT de Salvador inicia operação em setembro com frota de 24 ônibus

segunda-feira, 6 de junho de 2022

O BRT de Salvador vai entrar em operação no mês de setembro com 24 novos ônibus, sendo oito deles elétricos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (3) pelo prefeito Bruno Reis e pelo secretário municipal de Mobilidade, Fabrizzio Muller. Nesta primeira etapa, será iniciada uma operação assistida com linhas circulares entre a região do Shopping da Bahia e a Pituba. 


O prefeito Bruno Reis ressaltou que o BRT será integrado aos outros modais na capital baiana: ônibus, metrô e sistema complementar, e os usuários vão pagar a mesma tarifa. "Então nós temos a partir de setembro quatro modais funcionando na cidade e o passageiro pegará qualquer desses modais pagando um único valor pela tarifa", afirmou.

Fabrizzio Muller explicou que os investimentos e a operação do sistema serão feitos pelas concessionárias que operam o transporte coletivo da capital baiana. Ele diz que, dentro do planejamento estratégico do BRT, está previsto que em torno de 30% dos veículos que vão operar no sistema sejam elétricos. 

"Iniciaremos em setembro uma operação assistida e nós teremos 24 ônibus rodando de forma circular e que farão a integração com outros ônibus que vêm dos bairros. A gente vai ter certamente um salto na qualidade do transporte público que vai ser oferecido à população de Salvador", disse Muller.

A terceira etapa das obras, neste trecho da Pituba, já está em fase final de execução e deve ser entregue em agosto. Com isso, o sistema já estará preparado para entrar em operação em setembro.

Informações: Correio
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Trens elétricos da linha 17- Ouro do Metrô de São Paulo são produzidos de forma sustentável pela BYD Skyrail

No dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, as práticas sustentáveis de grandes empresas ganham destaque.  No caso da gigante chinesa BYD, (Build Your Dreams), que fabrica além de baterias, trens e veículos elétricos, esse cuidado aparece não só na produção de meios de transporte que priorizam energia limpa, mas também em todos processos das linhas de produção.


Especificamente no caso dos 14 trens da BYD Skyrail São Paulo, que farão parte da linha 17-Ouro do Metrô, serão utilizadas baterias de tração modulares de alta vida útil e confiabilidade. As baterias, que funcionam como fonte de energia reserva, são acionadas em caso de falhas com a alimentação do trem através do trilho de energia.

“Nossa missão, no trabalho com inovação tecnológica para uma melhor qualidade de vida, inclui a emissão zero de poluentes, mas também temos um cuidado com cada etapa do processo, desde o desenvolvimento, fabricação e entrega dos nossos produtos, pensando no ciclo de vida. Temos um sonho verde para toda a humanidade”, afirma, Alexandre Barbosa, Diretor técnico da BYD Skyrail São Paulo.

A caixa do trem é fabricada em alumínio e possui design aerodinâmico, o que reduz o peso e resistência ao vento. O resultado é uma economia de energia para a movimentação sobre a via.

A própria limpeza dos trens foi pensada com foco na sustentabilidade. A BYD Skyrail São Paulo utiliza uma máquina com sistema para tratamento de água que é reutilizada no processo de lavagem dos trens. Uma forma ecologicamente correta do recurso e de economia, com reaproveitamento de pelo menos 70% de toda a água envolvida no processo de lavagem.

Linha 17-Ouro

A Linha 17-Ouro fará a ligação do Aeroporto de Congonhas até a estação de trem do Morumbi. O primeiro trem está na fábrica da companhia em Guang’an, na China, e tem previsão de chegada a São Paulo em janeiro de 2023. Também na China, serão fabricados os outros 13 trens que são formados por cinco carros.


O monotrilho da BYD Skyrail São Paulo é um veículo sustentável, ou seja, sem emissão de poluentes. Os veículos contam com tecnologia de ponta e design moderno, com funcionamento totalmente automático, sem necessidade de operador.

Cada composição do novo monotrilho terá ao todo 60,80 metros de comprimento por 3,25 metros de largura. Os trens da BYD Skyrail São Paulo operam com tração elétrica, que andam sobre vigas de concreto de 80 centímetros de largura. Em seu interior, o trem terá 114 assentos e capacidade de transportar cerca de 600 pessoas em condições confortáveis. Contará também com passagem livre entre os cinco carros, sistema de ar-condicionado e câmeras de monitoramento com gravação de imagens.

Informações: Byd
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Onde o transporte público é gratuito na Europa

Transporte público em vez de carro: há muitos anos, especialistas e políticos defendem uma mudança na mobilidade urbana. Embora a luta contra o aquecimento global tenha estado em primeiro plano até agora, esse tema voltou à tona com urgência devido à invasão russa da Ucrânia. Uma economia de energia é necessária na Europa para que a dependência da Rússia no setor energético seja reduzida.

Como reação ao aumento dos preços de energia, o Parlamento alemão aprovou, entre outras coisas, um bilhete único mensal de 9 euros, que pode ser adquirido de junho a agosto. O objetivo é aliviar os cidadãos financeiramente e motivá-los a usar o transporte público.

O número médio de 8 milhões de passageiros por dia registrados pela companhia ferroviária alemã Deutsche Bahn no ano passado provavelmente aumentará em 2022, devido ao fim de restrições impostas durante a pandemia. A dúvida que resta é se o bilhete de 9 euros irá contribuir para aumentar ainda mais esse número. Outros países da União Europeia (UE) já tiveram experiência com medidas semelhantes:

Luxemburgo
"Luxemburgo é o primeiro país do mundo a tornar a mobilidade gratuita", anuncia o governo luxemburguês em seu website. O pequeno ducado aboliu as passagens pagas nos transportes públicos em 1º de março de 2020. Ao contrário de outros modelos, quem não mora no país também não precisam pagar pela passagem. Com 45% da força de trabalho morando no exterior, Luxemburgo tem um número recorde de trabalhadores que não moram no país.


A introdução do transporte público gratuito é uma medida social importante, analisa o ministro dos Transportes de Luxemburgo, François Bausch. Segundo ele, o governo quer transformar o país, cuja população aumentou 40% em 20 anos, em "laboratório de mobilidade".

O Ministério da Mobilidade, porém, ainda não há números confiáveis sobre a quantidade de passageiros desde a introdução do transporte público gratuito. Medidas contra a pandemia, como lockdowns, impostos imediatamente após a mudança, distorcem as estatísticas dos primeiros meses. A gratuidade da passagem é financiada através do orçamento público, ou seja, por impostos.

Malta
Malta planeja introduzir o transporte local gratuito para todos os cidadãos em 1º de outubro. Isto fará de Malta o segundo país europeu a deixar de vender passagens a seus cidadãos e visitantes.


Entretanto, a medida não foi uma reação à guerra da Ucrânia. O governo anunciou o plano em outubro de 2021 durante o debate do orçamento público. Entre outras coisas, o objetivo é reduzir a dependência dos cidadãos em relação aos carros, disse à DW Bertrand Borg, editor do proeminente jornal maltês Times of Malta.

O projeto em Malta é financiado por impostos. Números exatos, no entanto, ainda não estão disponíveis. Todos os residentes que solicitarem um bilhete especial poderão utilizar o transporte público gratuitamente. Se os turistas solicitarem essa passagem antes de chegarem ao país, também não precisarão pagar.

Hasselt, Bélgica
Não só países inteiros, mas na Europa há também cidades e municípios que dão ou já deram tal passo. A cidade belga de Hasselt alcançou fama internacional principalmente ao introduzir o uso gratuito do transporte público em 1997.

Os cidadãos puderam andar de ônibus e trens gratuitamente até 2013, quando a prefeitura encerrou o experimento porque a longo prazo os custos ficaram muito altos.

Tallinn, Estônia
Na capital estoniana, Tallinn, todos os moradores da cidade não precisam pagar passagem para andar de ônibus e trens desde 2013. A administração municipal decidiu dar este passo também porque muitos não tinham mais condições de arcar com os custos do transporte durante a crise financeira. Entretanto, o projeto teve que ser subsidiado por impostos adicionais.

Até agora, o modelo tem funcionado sem grandes problemas. O transporte público gratuito, porém, é um tema muito controverso no país, diz a jornalista estoniana Evelyn Kaldoja. "Os usuários reclamam do longo espaçamento entre uma viagem e outra. Isto torna o sistema desinteressante para quem trabalha", diz Kaldoja.

Caro para a cidade, mas valioso para os cidadãos: o transporte público em Tallinn é gratuito há muitos anos

Em entrevista à DW, Kaldoja salienta que o projeto não reduziu o número de carros nas ruas. "Apesar do transporte local gratuito, as pessoas que costumavam andar de carro continuam dirigindo seus veículos", diz Kaldoja. Se o tráfego de automóveis diminuiu, isso se deve mais à alta dos preços dos combustíveis, conclui.

Os ônibus e trens são gratuitos não apenas na capital, mas na maioria dos distritos da Estônia.

Dunquerque, França
Em outra cidade europeia, medidas semelhantes levaram realmente a uma redução no tráfego de carros: como em Tallinn, os cidadãos da cidade francesa de Dunquerque podem usar o transporte público gratuitamente desde 2018.

De acordo com um estudo realizado alguns meses após a introdução da tarifa zero, houve uma redução no trânsito de carros: embora dois terços dos entrevistados antes dependessem de seus automóveis, metade disse que agora usa ônibus com muito mais frequência do que antes. Aproximadamente 5% dos moradores até mesmo disseram ter vendido seu carro ou decidiram não comprar um segundo por causa do transporte gratuito.

Ilhas dinamarquesas
Em algumas ilhas dinamarquesas, o transporte público gratuito por um tempo determinado foi introduzido por motivos econômicos.

Lina Holm-Jacobsen, coordenadora de imprensa e marketing da VisitDenmark, disse à DW que a medida fazia parte do programa de apoio do governo dinamarquês para impulsionar o turismo após os lockdowns causados pela pandemia. No verão europeu de 2020 e 2021, a travessia para as ilhas dinamarquesas foi gratuita para os passageiros sem carro. Além disso, os preços dos bilhetes foram significativamente reduzidos durante a temporada de verão.

A balsa gratuita não está mais disponível este ano, mas os visitantes ainda podem se beneficiar de preços reduzidos no transporte público local.

Autor: Burak Ünveren
Informações: MSN
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Etufor altera horários de linhas para otimizar operação

A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) oferece, a partir deste sábado (11/06), as linhas 305 – Bela Vista/Centro, 370 – Parque Santa Maria/Nova Esperança e 326 – Miguel Arraes/Tatumundé. A iniciativa irá unificar as linhas já existentes nesses percursos em horários de menor fluxo, com o objetivo de otimizar a operação de transporte. O itinerário original não será alterado.


Linha 370 - Parque Santa Maria/Nova Esperança: das 9h15 até às 16h e das 20h40 às 0h.

Linhas 392 – Nova Esperança/Siqueira e 381 – Parque Santa Maria/Siqueira: continuam operando no horário de alta demanda (entre 4h30 e 9h40 e entre 15h30 e 21h).

Linha 326 – Miguel Arraes/Tatumundé: segue o mesmo esquema de operação em baixa demanda, das 9h às 15h30 e das 20h30 às 0h.

Os horários de maior fluxo continuam sendo atendidos pelas linhas 388 – Conjunto Tatumundé e 393 – Miguel Arraes / Siqueira (entre 4h30 e 9h e entre 15h30 e 20h30).

Linha 305 – Bela Vista/Centro, que reúne a demanda de passageiros das linhas 305 – Bela Vista/Humberto Monte e 365 – Bela Vista/Viriato Ribeiro: ficará disponível durante todo o dia.

As linhas interligam os bairros aos principais corredores de ônibus e terminais.

Serviço
Fusão de linhas de ônibus - a partir de sábado (11/06)
Linha 370 - Parque Santa Maria/Nova Esperança: das 9h às 16h e de 20h30 até 0h
Linha 326 – Miguel Arraes/Tatumundé: das 9h às 16h e de 20h30 até 0h
Linha 305 - Bela Vista/Centro: durante todo o dia 

Informações: Etufor
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Devido as fortes chuvas no Recife, Empresas de ônibus se unem para arrecadar donativos

domingo, 5 de junho de 2022


Devido as fortes chuvas que causaram mais de 100 mortes da Região Metropolitana do Recife, empresas de ônibus, funcionários e usuários se uniram pela corrente do bem com intuito de arrecadar alimentos e donativos para as vitimas das chuvas que perderam seus lares ou estão desalojados.

Dois ônibus do Conorte e um da empresa Vera Cruz deixaram uma das garagens da CONORTE carregados de alimentos. 

Nesse momento tão difícil, a "Solidariedade Pede Passagem". Continuamos recebendo doações nos nossos terminais.

Informações: Blog Meu Transporte

Mais Informações do Transporte Coletivo de Recife

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Após epidemia, uso de trem, ônibus e metrô cai até 34% em SP

A epidemia deixou sequelas no transporte público da cidade e da região metropolitana de São Paulo. Menos gente viaja agora nos trens e ônibus do que em 2019, o último ano inteiro livre do coronavírus.


Em abril deste ano, o número de passageiros que embarcaram nas linhas do Metrô estatal era 34% menor do que em abril de 2019. Nos ônibus municipais, o número de passageiros transportados era 26% menor. Nos trens da CPTM, que atravessam a região metropolitana, 11,6% menos.

Ainda não existem pesquisas sobre o motivo dessa baixa, mas dados sobre o tipo de passageiro que usa ou deixou de usar trens e ônibus dão pistas. Idosos, estudantes e trabalhadores que dependiam do vale-transporte viajam bem menos. Especulações razoáveis, baseadas em dados indiretos, indicam que a vida nas cidades mudou, com mais teletrabalho, recurso a serviços digitais e compras no comércio eletrônico.

"Ouço muita gente dizer que o medo de infecção afastou as pessoas do transporte público. Pelos dados que temos, não era um dos motivos principais nem durante o pior da epidemia e muito menos agora, quando deve ser um motivo marginal. A epidemia provocou mudanças sociais e econômicas, no comportamento das pessoas, e crise, e isso mudou o transporte público", diz o presidente do Metrô, Silvani Pereira.

O nível de atividade econômica e da gravidade da epidemia contrastam com o esvaziamento relativo de trens e ônibus urbanos.

Quase todas as restrições oficiais a atividades econômicas e sociais devidas ao vírus foram canceladas em março. O número de mortes de Covid em abril era apenas maior do que em março de 2020, no começo da epidemia.

O número de pessoas com emprego na região metropolitana é 6% maior do que no início de 2019; as vendas do comércio e o volume de serviços no estado são também maiores. Os dados são do IBGE.

Pedro Moro, presidente da CPTM, também chama a atenção para a mudança no perfil dos passageiros. Ressalva que a empresa vai fazer apenas em agosto uma espécie de censo preciso da situação.

Entre os pagantes da CPTM, a redução do número de passageiros em relação a abril de 2019 é de pouco mais de 3%; entre os que viajam de graça, ainda de 51%, dizem as estatísticas compiladas pela Folha. No grupo da "gratuidade", como diz o jargão, cerca de 75% são idosos e outros quase 20% são pessoas com mobilidade reduzida, explica Moro. No caso do Metrô, o número de passageiros idosos e de mobilidade reduzida baixou 61%.

Moro, da CPTM, e Silvani, do Metrô, observam que a frequência menor dos idosos em parte se deve à mudança da idade limite para viagens grátis, que baixou de 65 para 60 anos em fevereiro de 2021.

Note-se ainda que, no estado de São Paulo, pelo menos 170 mil pessoas com mais de 20 anos morreram de Covid.

Salários baixos, no pior nível em uma década, e a qualidade dos empregos parece dificultar viagens. No Metrô, o número de passageiros com "Bilhete Único-Vale Transporte" diminuiu 36%.

Caiu muito também o número de passageiros com bilhetes de estudante no Metrô: 60%, em dois anos. Parte disso talvez se deva ao aumento do número de cursos ou aulas online, diz Silvani. Para Moro, é possível que a crise tenha diminuído o número de estudantes em faculdades privadas. Não foi possível obter números recentes das instituições de ensino.

Qual o motivo da diferença grande entre CPTM (que perdeu menos de 12%) e do Metrô (queda de 34% do número de embarcados)? Moro, da CPTM, diz que quem usa os trens da empresa tem perfil diferente. São viagens mais longas e as alternativas são mais caras e demoradas. Na cidade, com viagens mais curtas, é possível recorrer a outros modos de transporte.

É uma possibilidade, diz Francisco Christovam, presidente do SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo), dos ônibus, que ainda perdem 26% do total de passageiros transportados, de abril de 2019 a 2022. A entidade faz conta diferente: compara o número de passageiros dos meses depois da epidemia com a média da primeira quinzena de março de 2020, uma perda de 20%.

Christovam diz que na periferia de São Paulo a ocupação dos ônibus voltou ao normal pré-pandemia. No centro expandido e entorno próximo, não. "Na região da cidade onde as pessoas têm mais renda e opções, pode ter havido mudança mais duradoura de comportamento", diz.

Isto é, no centro mais rico de São Paulo haveria mais possibilidade de teletrabalho, mais recurso ao veículo próprio, à carona e mesmo a bicicleta. Muita gente teria se habituado a recorrer a reuniões, serviços e compras virtuais.

É uma hipótese também do economista Ciro Biderman, professor da FGV-SP, pesquisador do Centro de Estudos de Política e Economia do Setor Público, estudioso do assunto e que foi chefe de gabinete da Companhia de Trânsito de São Paulo (SPTrans) de 2013 a 2015.

Biderman faz a ressalva de que faltam dados de pesquisas específicas e observa que a epidemia não acabou, o que continua a afetar comportamentos. Não basta que exista alternativa de meio de transporte para que ocorram mudanças de hábitos e preferências, mas também a experiência de um novo modo de se locomover, marcha forçada pela epidemia.

"É possível que as pessoas tenham aprendido a usar outros modos [de transporte] por causa do ambiente novo da epidemia, talvez até pela redução da frequência de ônibus, o que é preciso pesquisar. Entre as pessoas de renda mais alta ou também para viagens mais curtas, pode ter havido a volta para o carro particular, uso de moto, aplicativo, carona ou bicicleta. Experimentaram a novidade e talvez não voltem [para o transporte público]".

Lembra também "hipóteses óbvias, à espera de estudos": mudança de comportamento de idosos, teletrabalho, mais vida digital e online.

Moro, da CPTM, diz que tem notado aumento de prestação de serviços como o Poupatempo nas cidades da região metropolitana e mais uso de serviços online do INSS, por exemplo. De fato, o número de postos do Poupatempo nas cidades da Grande São Paulo aumentou desde 2019, assim como seus serviços digitais. Lembra ainda que idosos, mais sujeitos aos perigos da Covid, podem recorrer mais a serviços e comércio próximos de casa. Conta de sua mãe, que aos 86 anos deixou de ir ao sacolão para fazer compras online.

Marcelo Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, diz que a "hipótese do comércio eletrônico é plausível", mas faltam dados. Pode haver mais vendas virtuais, o que não implica necessariamente menos gente a circular pelas lojas físicas.

A participação do valor das vendas do e-commerce no total de vendas do comércio (pelos números do IBGE) aumentou. Era de 5,1% em abril de 2019, foi a 6% em fevereiro de 2020 e chegou a 13,2% em março deste ano, dado mais recente, segundo o estudo MCC-ENET, elaborado pela parceria entre a Neotrust e a camara-e.net.

Informações: Yahoo
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Gasolina mais cara faz pessoas trocarem carro por ônibus, prova estudo

É razoável imaginar que, com o aumento do preço dos combustíveis, muitas pessoas deixem de se deslocar de carro e recorram ao transporte público. Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveram investigar a questão de forma mais aprofundada e criaram modelos matemáticos que permitiram provar essa relação com base na realidade de Curitiba.


Segundo os cálculos dos pesquisadores, os ônibus de trânsito rápido (BRT) da capital paranaense lidam com um aumento de 5 mil passageiros mensais cada vez que o litro da gasolina sobe R$ 0,10.

As conclusões foram publicados na revista Sustainability, referência internacional em pesquisas interdisciplinares sobre sustentabilidade ambiental, cultural, econômica e social. O estudo reuniu informações relativas a um intervalo de dez anos. Dois modelos matemáticos foram criados e aplicados para analisar as variações no preço dos combustíveis, nas tarifas do transporte público, no número de passageiros e no volume de veículos nas ruas entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019.

Segundo o pesquisador Luis André Wernecke Fumagalli, do Grupo de Pesquisas em Cidade Digital Estratégica da PUC-PR e um dos autores do estudo, as pessoas levam em conta diversos fatores quando definem como vão se deslocar. Entre os fatores, estão a duração da viagem, a segurança e o conforto. O custo também exerce influência determinante. "Se os preços do combustível e da tarifa do transporte público ficarem estáveis, a tendência é que as pessoas mantenham sua opção."

As variações no número de passageiros foram apuradas a partir do histórico das seis linhas do BRT de Curitiba, que cruzam e conectam a capital paranaense em várias direções e representam quase 30% do total de usuários transportados diariamente na cidade.

O estudo revela que cada carro na rua representa, em média, 25 passagens a menos vendidas no transporte público da capital paranaense. Fumagalli observa que muitas pessoas fazem sua escolha conforme a situação de momento. "O proprietário não vende o carro e começa a andar de ônibus. Ele deixa na garagem. E aí, quando ele volta a achar que vale mais a pena usar o carro, ele para de se locomover por transporte público."

Esse cenário, no entanto, geralmente não ocorre com o motociclista. De acordo com Fumagalli, aqueles que adquirem uma motocicleta tendem a não voltar a usar o transporte público. Diante desse movimento, o volume de motocicletas nas ruas vem aumentando consideravelmente.

Gestão estratégica
Obter conclusões que contribuam para pensar uma gestão estratégica da cidade foi uma das principais preocupações dos pesquisadores. Para Fumagalli, a partir dos dados levantados, é possível discutir melhores práticas para a administração pública, envolvendo, por exemplo, a alocação de recursos.

"O município precisa investir no transporte público, na estrutura viária, na gestão do trânsito para acomodar, por exemplo, as motocicletas. Com maior número de motocicletas nas ruas, normalmente, ocorrem mais acidentes. No caso do transporte público, o número de passageiros é cada vez menor. E o serviço precisa ser viável economicamente”, observa o pesquisador.

Ele ressalta que não se pode imaginar que tirar pessoas dos ônibus é bom. “Com menos passageiros, a passagem vai precisar ser mais cara para manter o funcionamento [do transporte público. E carro demais também é problema, porque passa a ter muito engarrafamento."

Um dos desafios dos municípios é avaliar como o aumento do preço dos combustíveis impacta na sustentabilidade do transporte público. Isso porque o serviço passa a ter simultaneamente mais despesas, para abastecer os veículos, e maior arrecadação, com o aumento do número de passageiros que passam a deixar o carro na garagem. Para os pesquisadores, não é possível fazer generalizações, já que cada cidade lida de forma diferente com o sistema de transporte público. Ainda que a operação seja realizada por concessionárias privadas na maioria das grandes cidades, muitas vezes, elas recebem subsídios municipais.

"Em Curitiba, quando o preço do combustível sobe, há uma compensação feita pela prefeitura. Eventualmente, alguns aumentos acabam sendo repassados para o usuário nos reajustes da tarifa, mas não é algo linear", pontua Fumagalli. Segundo o pesquisador, a série histórica das tarifas revela que estas não acompanham a frequência de aumentos do preço dos combustíveis.

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Para permitir o aprofundamento das análises, o estudo terá continuidade. A próxima etapa pretende incluir as bicicletas na equação.

De acordo com Fumagalli, a bicicleta é uma solução ecológica e sustentável do ponto de vista ambiental, mas a ampliação das ciclovias pode acabar gerando impactos sociais e econômicos, se resultar, por exemplo, na subtração de passageiros de ônibus. "O desafio de gerenciamento é encontrar uma união ótima entre o ônibus, o carro, a bicicleta, que se complementam", conclui.

Informações: Diário de Pernambuco
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