A partir das 8h de hoje, os funcionários das empresas do transporte coletivo de Blumenau estão legalmente autorizados a entrar em greve. A legislação exige que a classe cumpra aviso de 72 horas após o anúncio oficial, feito segunda-feira. No entanto, o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau e Gaspar (Sindetranscol), Ari Germer, não confirma nem descarta a paralisação. O fato é que, até agora, fracassou a negociação salarial com os empregadores. Motoristas e cobradores pedem reajuste de 8,5% e vale-alimentação de R$ 260, além de equiparação salarial entre os cobradores. As empresas oferecem 6,5% de aumento e vale-alimentação de R$ 240. A proposta foi rejeitada por 90% dos trabalhadores.
Também por lei, a categoria laboral é obrigada a manter 30% dos ônibus na ativa. Em entrevista publicada terça-feira no Santa, o representante jurídico do Consórcio Siga, o advogado José Carlos Müller, disse que as empresas já tinham acionado o Ministério do Trabalho para intervir nas negociações. Porém, a regional do Ministério do Trabalho em Blumenau garante que nada foi protocolado. Em Florianópolis, o sistema do Ministério está fora do ar desde segunda-feira, devido a um problema em Brasília, por isso não souberam informar se houve pedido de intervenção em outra unidade.
O representante legal do Consórcio Siga, Walter José Buerger, afirmou que as empresas estão disponíveis para negociar a qualquer momento. No entanto, os trabalhadores dizem que só negociam quando houver novas propostas. Em uma amostra do que pode ocorrer hoje, entre 15h e 16h de ontem, motoristas e cobradores cruzaram os braços e os ônibus ficaram parados nos terminais. Germer explicou que a paralisação não estava relacionada à negociação salarial, mas sim como forma de protesto pela demissão de quatro cobradores.
– Eles têm toda a razão de fazer greve. Mas não entendo por que o povo sempre tem que pagar – lamentou a aposentada Uvy Schreiber.
– Em vez de greve, deveriam deixar os usuários entrar de graça. Sem prejudicar a população, as empresas levariam prejuízo e teriam que agir – sugeriu a telefonista Vanessa Correia.
Fonte:
Jornal de Santa Catarina