Parece que foi ontem, mas um dos corredores de ônibus mais polêmicos de Joinville, o da rua João Colin, no Centro, completou dois anos. O Instituto de Planejamento (Ippuj) avalia como positivo o benefício das faixas exclusiva. O temor dos lojistas arrefeceu, embora a classe ainda tenha críticas ao modelo. Mas dúvidas sobre os corredores ainda persistem.
Uma das maiores dúvidas dos motoristas é sobre se os táxis podem usar as faixas. — Pode, sim, trafegar no corredor de ônibus, esclarece o diretor de trânsito da Companhia de Urbanização (Conurb), Eduardo Bartniak Filho.
A autorização específica para os táxis está no segundo artigo do texto, que é do Decreto Municipal 15.088, de dezembro de 2008. É este documento que regulamenta todo o funcionamento dos corredores de ônibus na cidade.
Com base nesse texto, em explicações de Bartniak e do diretor executivo do Instituto de Planejamento de Joinville (Ippuj), Vladimir Constante, “A Notícia” procurou responder a algumas das principais dúvidas dos motoristas que convivem diariamente com o trânsito de Joinville.
As condutas no trânsito não dependem só de leis, mas do bom senso de quem está na direção. Na hora de converter à direita, onde há corredor, por exemplo, o motorista deve sempre sinalizar com antecedência, reduzir e não fazer movimentos bruscos, orienta Eduardo Bartniak.
UM DE CADA VEZ
Não corte a frente dos ônibus, nem pare bruscamente na pista dos carros. Isso vale para os motoristas de todos os tipos de veículos. E, se por acaso alguém se atrapalhar, também não é motivo para uma discussão. Seja cortês. Você também pode errar.
BOM SENSO
Como não é possível manter um fiscal de trânsito em cada esquina onde há corredores de ônibus, para avaliar todas as situações que envolvem outros tipos de veículos, a Conurb sugere a paciência e, principalmente, o bom senso por parte dos motoristas.
CDL SUGERE EXPERIÊNCIA COLOMBIANA
Mesmo que as ruas João Colin e Blumenau não tenham sofrido enfraquecimento do comércio como aconteceu na avenida JK, onde está o corredor pioneiro de Joinville, o presidente da CDL, Raulino Esbiteskoski, é um crítico das faixas exclusivas pelo Centro. Ele insiste que houve perda aos lojistas do Centro, principalmente de estacionamentos.
Sobre a ampliação do corredor na 9 de Março, também é categórico. — A obra só sai se a Prefeitura apresentar um projeto à altura —, afirma. Esse projeto seria algo parecido com o que empresários e gestores públicos conheceram em viagem a Bogotá, na Colômbia, no começo do ano.
— Uma rua fechada aos carros, com calçadas largas, árvores, bancos e um corredor de ônibus no meio, de concreto e não que arrebente facilmente, como o da Blumenau —, exemplifica. O diretor executivo do Ippuj reconhece a necessidade de substituir o asfalto por concreto na Blumenau, mas diz que a Prefeitura ainda busca recursos para a melhoria.
OUTRAS INFRAÇÕES
O fato de poder – ou não poder – andar no corredor de ônibus não deve ser motivo para cometer outros tipos de infrações, como transitar em alta velocidade ou usar o corredor para ultrapassar outros veículos, pela direita.
GRANDES X PEQUENOS
Por lei, bicicletas devem andar na faixa de rolagem dos carros, mas como seria mais perigoso, a Conurb permite que ciclistas circulem, com cuidado, nos corredores onde não há ciclovias. Novamente, cabe o bom senso do motorista e do ciclista.