O governo federal investirá R$ 11 bilhões para o financiamento de 47 projetos ligados ao transporte coletivo urbano visando à Copa do Mundo de 2014. Desse montante, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Mobilidade Urbana, R$ 7 bilhões serão investidos pela União com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ( FGTS), sendo boa parte desses aportes direcionada a linhas de transporte de ônibus modernos, que devem se tornar a menina-dos-olhos de nove das 12 cidades-sede da Copa.
Segundo Marcos Bicalho, diretor superintendente da Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), até o segundo semestre deste ano todas as obras já estarão em andamento: "A definição do orçamento veio em ótimo momento. Estamos a apenas quatro anos do mundial e é necessário que as obras já tenham o seu andamento iniciado. As obras devem ser concluídas até 2013".
As cidades-sede terão até o meio do ano para enviar os seus projetos ao governo, para o começo das obras ainda no segundo semestre. Segundo Bicalho, a verba para a compra de veículos e para outros pormenores que não façam parte da construção da estrutura dos projetos deverá partir do sistema privado: "As melhorias técnicas no transporte coletivo por ônibus devem ser aliadas à criação de incentivos fiscais e linhas de créditos especiais para a aquisição de veículos novos pelas concessionárias privadas, como forma de não onerar o preço das tarifas para a população".
Das 12 cidades que sediarão o mundial no Brasil, nove já optaram pelo sistema de transporte rápido por ônibus (BRT). Ao todo serão construídas 20 BRTs, sendo 6 em Belo Horizonte, 4 em Fortaleza, 2 em Manaus, Recife, Porto Alegre e Cuiabá, 1 no Rio de Janeiro, Curitiba e em Salvador.
Além da Copa, as cidades visam melhorar o sistema de transporte para os próximos anos: "Os corredores exclusivos para os ônibus melhoram a velocidade de transporte e permitem serviços de melhor qualidade, aumentando a confiabilidade do usuário e, consequentemente, a demanda por serviços", disse Bicalho.
Para a NTU, a opção da maioria das cidades-sede da Copa pelo BRT é positiva, principalmente porque a sua implementação é rápida, levando de 24 a 36 meses. Além disso, a solução é mais barata, em torno de R$ 111 milhões a cada 10 Km, se comparada às outras modalidades de transporte, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que demora cinco anos para ser construído e custa R$ 404 milhões e também o Metrô, com estimativas de nove anos à implementação, a custos de R$ 2 bilhões.
Recentemente, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, comentou que o governo priorizou obras de transporte público que pudessem ser concluídas antes do Mundial e que já tivessem projetos finalizados ou licenças ambientais liberadas. Por conta dessas restrições, projetos como a construção de metrôs em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador não receberão estes recursos.
Fonte: DCI Diário do Comércio e da Indústria/SP