Quem utilizou o transporte público para se locomover no Distrito Federal, na manhã desta quinta-feira (17/6), enfrentou, além da lentidão, uma espera que chegou a 1h30, já que os coletivos passaram nas paradas lotados e não conseguiram atender a demanda no horário de pico, entre 5h e 8h30. Em reunião na manhã desta quarta-feira (16/6), a diretoria do Sindicato dos Rodoviários decidiu, como forma de protesto, colocar os coletivos na ruas fazendo uma "jornada legal", o que representa menos 25% de ônibus rodando nas vias do DF.
A assitente de governaça - que mora em Vicente Pires - Patrícia Giordania Sousa Gonçalves, 36 anos, sofreu com a redução da frota. Ela precisou pegar carona até a rodoviária do Plano Piloto para chegar ao trabalho hoje. "Geralmente pego o ônibus às 5h30, mas não passou nesse horário. Depois de algum tempo passaram dois ônibus lotados, que nem pararam", diz.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Ozório, o primeiro dia com menos coletivos em circulação ocorreu sem incidentes, com apenas uma manifestação de moradores em São Sebastião. "A falta de carros cumpriu o seu objetivo que foi reduzir os ganhos dos empresários", diz Osório.
De acordo com ele, não há previsão de outro tipo de manifestação por parte dos rodoviários hoje.Desde a meia-noite de quinta-feira, os rodoviários pararam de fazer a chamada meia hora - trabalho extra que varia de 30 minutos a quatro horas diárias, o que implica ônibus lotados nos horários de rush, entre 5h e 8h30 e 16h e 20h.
Protesto
Por volta de 7h, moradores de São Sebastião interditaram a via principal da cidade em protesto por conta dos ônibus que passavam pelo local superlotados e, por isso, não paravam. Quatro coletivos foram impedidos de passar. A polícia foi chamada e conseguiu que uma empresa de ônibus enviasse mais dois veículos para levar os passageiros que se indignaram para a rodoviária. No entanto, como parte deles já havia se atrasado ou mesmo perdido compromissos, se recusou a embarcar e permaneceu na via, que foi liberada por volta de 10h. O trânsito precisou ser desviado.
Reivindicações
Os rodoviários pedem um reajuste salarial de 20%, além da renovação do acordo coletivo, que garante tíquete alimentação, cesta básica, quinquênio, e jornada de seis horas corridas.Até o momento, não houve nenhum tipo de acordo entre os rodoviários e empresários, que alegam não ser possível o reajuste sem aumentar o valor da passagem. Segundo a assessoria do Sindicato das Empresas de Transporte do DF, não nenhuma reunião está marcada para resolver o impasse com a categoria.
Fonte: Correio Braziliense