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Cobrança da tarifa de ônibus em Palmas deve ser retomada na próxima segunda-feira (3)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Os usuários do transporte público de Palmas devem voltar a pagar a tarifa na próxima segunda-feira (3). O valor deve continuar R$ 3,85 e as recargas poderão ser feitas por todos os meios de pagamento, segundo o presidente da Agência de Transporte Coletivo de Palmas (ATCP), Walace Pimentel.

Em entrevista à TV Anhanguera, ele informou que não há previsão de aumento do valor da tarifa e os serviços irão continuar gratuitos nos finais de semana e feriados. O presidente ainda disse que recebeu os ônibus em situação precária.

"Não podemos negar como recebemos o transporte público de Palmas, infelizmente numa situação muito difícil. Nós temos investido pesado na recuperação dos ônibus, mas nós sabemos que esse é um trabalho apenas paliativo. Apenas para que sustente o mínimo do transporte das pessoas que precisam. Por isso, estamos trabalhando para que realize rapidamente esse processo de licitação e entregamos esse transporte para quem tem expertise para fazer esse trabalho", disse.

A gratuidade do transporte público em janeiro foi anunciada durante cerimônia de transmissão de faixa, realizada no dia 1º. Segundo o prefeito Eduardo Siqueira (Podemos), a decisão foi para que o município pudesse organizar a situação.

Licitação do serviço
No Diário Oficial do dia 13 de janeiro deste ano, a prefeitura publicou um decreto autorizando uma nova concessão do transporte coletivo de passageiros à iniciativa privada. O processo deverá acontecer por meio de uma licitação pública, com a validade de 20 anos, podendo ser prorrogado.

O transporte público de Palmas ficou sob concessão da iniciativa privada por mais de 20 anos. Após o fim do contrato em 2022, a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) decidiu retomar o serviço e criou a Agência de Transporte Coletivo de Palmas (ATCP).

Segundo o município, a licitação ocorrerá na modalidade de concorrência pública. Será obrigatório a concessão em um único lote de serviços, com uma frota de 180 ônibus para o transporte de 323 mil habitantes.

Informações: g1 TO
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Consórcio vence licitação de R$ 180 milhões para novo corredor de ônibus em São Paulo

Após uma série de estudos e audiências, o Consórcio A.D-Corredor Miguel Yunes foi o vencedor da licitação para as obras de implantação do Corredor de Ônibus Miguel Yunes, na região da zona sul de São Paulo. 

O Corredor Miguel Yunes será uma importante ligação do transporte público na Zona Sul da cidade, com integração entre outros corredores, e diferentes modais, como o Aquático-SP, na região de Pedreira. A extensão do Corredor é de 4,8 km.  

O consórcio é formado pelas empresas Arvek Técnica e Construções Ltda e Dang Construtora de Obras Ltda. 

A decisão foi homologada por Anderson Clayton Nogueira Maia, diretor de Administração e de Infraestrutura da SPTrans, empresa responsável pelo transporte municipal em São Paulo. 

O valor do contrato é de cerca de R$ 180 milhões. Já o prazo estabelecido para a conclusão do projeto é de 24 meses. 

Os estudos da Prefeitura de São Paulo mostram que o corredor se estenderá pelas ruas Cristiano Rolim de Freitas, avenidas Nações Unidas e Miguel Yunes e se conectará com o futuro Corredor Sabará. 

O projeto prevê a integração com o futuro Terminal Pedreira, que abrigará o transporte aquático na represa Billings e linhas de ônibus. 

Informações: Gazeta de São Paulo

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Greve dos rodoviários em João Pessoa entra no quarto dia

A paralisação dos motoristas de ônibus de João Pessoa chegou ao seu quarto dia consecutivo nesta quinta-feira (30), sem avanços nas negociações entre a categoria e as empresas de transporte coletivo. Passageiros continuam enfrentando dificuldades para se locomover, enquanto o impasse entre trabalhadores e patrões segue sem solução.

Na quarta-feira (29), uma audiência de instrução foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-13) com a mediação da presidente do tribunal e do Ministério Público do Trabalho (MPT). Apesar dos esforços para se chegar a um consenso, a proposta apresentada pelos mediadores foi rejeitada pelos motoristas, que decidiram manter a paralisação.

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Passageiros e Cargas da Paraíba (Simtro/PB) apresentou uma contraproposta, solicitando um reajuste salarial linear de 6%, um adicional de R$ 150 para motoristas que atuam como "batedores", vale-alimentação de R$ 600 e a manutenção das cláusulas já existentes no acordo coletivo. No entanto, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de João Pessoa (Sintur-JP) recusou a proposta, oferecendo um reajuste de 5% e um vale-alimentação de R$ 500, que aumentaria para R$ 550 a partir de julho.

A Justiça do Trabalho determinou que 60% da frota de ônibus permaneça em circulação, mas o percentual tem sido descumprido em alguns momentos da greve. Na terça-feira (28), apenas 48,1% dos veículos estavam operando, o que agravou os transtornos para os usuários do transporte público.

Nesta quinta-feira (30) os motoristas devem realizar uma nova assembleia para debater a proposta patronal e definir os próximos passos da greve. Inicialmente, a categoria reivindicava um reajuste de 15%, mas as negociações seguem travadas, deixando a população refém da paralisação.

Enquanto isso, os passageiros continuam enfrentando longas esperas, ônibus lotados e dificuldades para cumprir seus compromissos diários, sem previsão para o fim do impasse.

Informações: Repórter PB

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Rio é cidade em que usuário gasta mais tempo para deslocamento

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

O aplicativo de mobilidade urbana mais utilizado no mundo, Moovit, lançou neste ano o Relatório Global sobre Transporte Público de 2024. O documento combina as informações com pesquisa realizada com 76 mil usuários para ilustrar tendências de mobilidade urbana.

Entre todas as cidades analisadas no relatório, o Rio de Janeiro ficou entre as dez com maior tempo médio de deslocamento, com 58 minutos. Na pesquisa, usuários do Moovit foram perguntados sobre o que os faria usar mais o transporte público. Para 36%, mais veículos é fundamental, 23% pedem horários confiáveis e 14% querem passagens mais baratas.

De acordo com o documento, dez regiões metropolitanas brasileiras fazem parte do relatório: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A pesquisa foi realizada em novembro de 2024 e todos os dados são anônimos.

O cartão de transporte é a forma preferida de pagar da maioria dos brasileiros: 71%. Já 15% dos curitibanos preferem pagar com cartão de débito ou crédito. Para 14% dos passageiros do Recife e de Porto Alegre, dinheiro é a forma preferencial de pagamento, maior índice no país.

O vice-presidente de produto do Moovit, Ziv Kabaretti, disse que "à medida que as cidades continuam a se desenvolver, compreender as experiências diárias dos passageiros de transporte público é crucial para melhorar o futuro da mobilidade", Segundo o executivo, “o relatório Global de Transporte Público do Moovit 2024 não apenas destaca os desafios que ainda existem, mas mostra os avanços positivos que estão sendo feitos ao redor do mundo para tornar deslocamentos mais convenientes, eficientes e acessível”, observou.

Expansão
A Secretaria Municipal de Transporte do Rio informou, em nota, que é preciso lembrar que, ao longo dos anos, a cidade se expandiu para fora de seu eixo central, onde está concentrada a maioria das oportunidades de emprego. Citou a implementação de políticas públicas para promover a reocupação da região central, além da recuperação de todo o modal de transporte. A situação foi agravada com o consequente declínio do centro, por causa da crise econômica vivida pelo país a partir de 2014”, afirmou, em nota, a secretaria.  

Entre essas políticas lembrou a revitalização da região, como alterações no Plano Diretor, o Reviver Centro e o Reviver Cultural, além de viabilizar construções como o Porto Maravalley, o Terminal de Integração Intermodal Gentileza e a transformação da Estação Leopoldina em local com moradias do Minha Casa, Minha Vida, Clínica da Família e a Cidade do Samba 2.  

O corredor Transbrasil foi inaugurado com dois terminais de integração, Deodoro e Gentileza, que integram ônibus, trem e VLT. Só a entrada em funcionamento da Transbrasil permitiu uma redução média de 50 minutos ou 32% do tempo total de viagem para quem fazia o trajeto entre Campo Grande e Candelária.

Deslocamento
No Sistema de Transporte Público por Ônibus, também houve avanço no sentido de melhorar o deslocamento da população. Desde junho de 2022, 194 linhas de ônibus foram retomadas ou criadas na cidade (aumento de mais de 70%) e mais de 800 pontos de ônibus foram reativados. O número de quilômetros percorridos por dia útil dobrou, passando de 677 mil para cerca de 1,2 milhão de quilômetros por dia.

Essas medidas melhoraram a integração entre regiões da cidade e reduziram o tempo de deslocamento dos passageiros. O BRT, que transportava cerca de 150 mil pessoas em 2021, hoje atende a mais de 500 mil pessoas.

Informações: Agencia Brasil EBC

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Mais três estações do Eixo Anhanguera serão entregues nesta quarta

O Governo de Goiás entrega nesta quarta-feira (29/01), às 9 horas, as estações Botafogo, Iquego e Anicuns, do BRT Leste-Oeste (Eixo Anhanguera). As plataformas de embarque e desembarque de passageiros passaram por ampla reforma e, agora, oferecem mais qualidade e segurança para quem utiliza diariamente o transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana.

Somadas às três, 12 estações novas já foram entregues à população e outras três iniciam as obras nesta segunda-feira (03/02): HGG, José Hermano e Rua 7.

A entrega será realizada na Estação Botafogo e contará com a presença do secretário-geral de Governo de Goiás e presidente da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), Adriano da Rocha Lima; com o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Murilo Ulhôa; e com o presidente da Metrobus, Francisco Caldas, além de outras autoridades.

A revitalizações estão contempladas pelo projeto de reestruturação dos seis terminais e 19 estações da Nova Anhanguera, aplicados pelo Estado, prefeituras e concessionárias que operam o serviço.
 
Mais do que modernidade, as estações de embarque e desembarque do BRT Leste-Oeste foram pensadas para proporcionar, no período noturno, a mesma experiência que o usuário já conhece durante o dia. Com a primeira linha do BRT Leste-Oeste saindo às 04h57 e a última às 00h32, as estações foram projetadas para oferecer segurança para quem depende do serviço logo cedo e também à noite, contando com boa iluminação e profissionais capazes de auxiliar os usuários.

Além disso, outra preocupação foi a implementação de câmeras de segurança com reconhecimento facial e posto de segurança com monitoramento em tempo integral.

Novas estações do Eixo Anhanguera
Funcionais, tecnológicas e modernas, as novas estações do BRT Leste-Oeste possuem projeto arquitetônico que integra o modelo do BRT mais verde do Brasil. A estações trazem a cor verde, uma marca da sustentabilidade adotada como ponto central em todo o sistema metropolitano, ressaltando o compromisso do governo em proporcionar um transportepúblico eficiente e mais sustentável.

Outro fator que reforça essa visão é a substituição de toda a frota de ônibus por veículos elétricos e à combustão Euro 6, que usa tecnologias para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, como o hidrocarboneto e o óxido de nitrogênio, até o final de 2026.
 
A experiência de viagem e interação com a cidade do usuário é uma prioridade para a RMTC e as novas estações estão sendo entregues com painéis informativos que oferecem aos usuários a previsão do tempo de chegada dos ônibus e os itinerários.

Por meio de um mapa, também é possível visualizar a integração da rede de transporte coletivo. Um relógio artístico, que interage com os usuários, também compõe os equipamentos das novas estações.

Altamente tecnológica, as novas estações contam com:

sistema de som com caixas de 400 watts de potência distribuídos por toda a plataforma;
duas portarias eletrônicas nas entradas das estações com acessos internos e externos – nelas o usuário pode acionar ajuda dos profissionais do RedeMob Consórcio para apoio em caso de qualquer dificuldade;
monitores de led semelhantes aos dos aeroportos, com 2,5 metros, que vão trazer entretenimento, bem como informações de utilidade pública;
Wi-Fi e outros monitores que vão anunciar o tempo de chegada dos ônibus e linhas.

A acessibilidade também foi uma grande preocupação durante a revitalização das estações Iquego, Anicuns e Botafogo. Nas três plataformas, foram inseridas rampas de acesso com inclinação suave e corrimão com sinalização em braile garantem a inclusão de todos os passageiros.

Na entrada, uma placa em braile também auxilia na identificação do local. Todo o piso tátil foi devidamente implantado, de forma inteligente e segura.
 
Os usuários vão contar ainda com um totem interativo, que permitirá o autoatendimento e consultas a serviços da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC). O sistema trará opções de consultas do último saldo do cartão, conforme os últimos registros gravados no sistema de bilhetagem, verificar a situação do seu cadastro ou ainda bloquear um determinado cartão que tenha sido perdido ou roubado.
 
Outro serviço que também estará disponível nas estações Iquego, Anicuns e Botafogo é o QR Code Minha estação! Através dele, ao apontar o celular para um dos QR Code da estação (cada QR Code é associado a uma parada ou sentido do BRT), o cliente poderá visualizar as informações das linhas daquela parada e seus próximos horários de embarque.

Também será possível colaborar com a RMTC na preservação do patrimônio, utilizado pelo próprio usuário, informando situações de risco, não conformidades ou ainda ações de vandalismo.

Estrutura e segurança
Paredes de brises de alumínio compõem a estrutura de proteção das Estações e auxiliam na circulação de ar e proteção dos passageiros e equipamentos.  Cada lado da plataforma contará, em 2026 (ao finalizar a troca da frota), com portas de vidro automáticas, que permitirão acesso ainda mais seguro aos ônibus.

Um sistema automático vai comandar a abertura e fechamento da própria estação, como já é realizado nas estações do BRT Norte-Sul.
 
As catracas possuem um padrão antivandalismo, com gabinetes em inox e acesso exclusivo para pessoas com deficiência (PCDs), semelhantes às que são usadas em estações de metrô. Na entrada, máquinas de autoatendimento facilitarão o carregamento de cartão e consulta de saldos.

Nova RMTC
O projeto de reestruturação dos terminais e estações da Nova Anhanguera é um projeto para atender as cerca de 150 mil pessoas que transitam pelo Eixo todos os dias. O projeto Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (Nova RMTC), que contempla a Nova Anhanguera, conta com investimentos de R$ 1,6 bilhão, aplicados pelo Estado, prefeituras e concessionárias que operam o serviço.

A iniciativa consiste na realização de obras de infraestrutura e renovação da frota com aquisição de ônibus elétricos e a diesel, até o final de 2026.

Informações: SECOM de Goiás

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Prefeitura de Feira de Santana entrega sete ônibus climatizados para atender aos distritos

Cumprindo mais um compromisso assumido com a população feirense, o prefeito José Ronaldo de Carvalho entrega, nesta sexta-feira (31), às 14h, sete ônibus climatizados para substituir, gradativamente, a frota que atende aos distritos de Feira de Santana. Nesta primeira etapa, os veículos vão atender às sedes dos distritos de Humildes e Jaíba, além de algumas linhas para povoados.

Os ônibus vão operar nas linhas administradas pela empresa São João, concessionária responsável pelo transporte coletivo municipal da região Sul – Lote B. Além das sedes dos distritos de Humildes e Jaíba, conforme explica o secretário de Mobilidade Urbana, Sérgio Carneiro, os novos veículos também irão atender às comunidades de Limoeiro, Terra Dura, São Domingos, São Roque e Tapera I/Tapera II/Brandão.
Nos horários de pico, as linhas para as sedes dos distritos de Humildes e Jaíba terão sua capacidade de transporte dobrada com a disponibilidade de mais um ônibus para cada localidade.
As intervenções fazem parte do Programa de Governo do prefeito José Ronaldo, dentro das ações de mobilidade, tanto na zona urbana quanto rural, com o objetivo de proporcionar melhores condições de vida para a comunidade da zona rural, oferecendo mais conforto e segurança.

Os ônibus com ar-condicionado substituem os atuais veículos usados nas operações nos distritos pela empresa São João.

Informações: Prefeitura de Feira de Santana

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Pesquisa revela desafios do transporte público no Brasil

A terceira edição da Pesquisa Mobilidade da População Urbana, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), revela um cenário de desafios para o transporte público no Brasil. Com base em entrevistas realizadas com 10.064 pessoas em 2024, o levantamento aborda os principais fatores que influenciam a escolha dos modais de transporte e aponta direções para o futuro do setor.

A pesquisa evidenciou o impacto da pandemia na mudança de hábitos e deslocamentos, destacando o crescimento do transporte individual e a redução no uso do coletivo. Entre 2017 e 2024, 29,4% dos entrevistados deixaram de utilizar o transporte público, enquanto 27,5% diminuíram sua frequência. A perda de passageiros está diretamente relacionada a questões como conforto insuficiente (28,7%), falta de flexibilidade dos serviços (20,7%) e tempo elevado de viagem (20,4%).

O transporte público também enfrenta desafios relacionados à infraestrutura e ao financiamento. Apesar de 52,7% dos usuários utilizarem o ônibus como única opção de transporte, o modelo atual sofre com a falta de priorização. Dados do levantamento mostram que 60,7% dos passageiros aprovam linhas com faixas exclusivas ou sistemas BRT, que oferecem maior eficiência e qualidade. No entanto, o Brasil ainda necessita de 8.900 km adicionais de infraestrutura para atender adequadamente aos passageiros nas grandes cidades, segundo estimativas da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP).

Outro ponto de destaque é o aumento na posse de veículos individuais. Entre 2017 e 2024, o percentual de entrevistados que possuem carro próprio subiu para 51,8%, enquanto a posse de motos atingiu 20,8%. Esse crescimento é mais expressivo nas classes B e C, refletindo políticas de incentivo fiscal e isenções tributárias para o transporte individual, mas resultando em impactos negativos como aumento do congestionamento e maior poluição. As emissões poluentes dos ônibus (urbanos, rodoviários e de fretamento) representam apenas 0,8% do total das emissões do país, segundo cálculo baseado em informações do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases, do Observatório da China.

Soluções em transporte público
Entre as medidas citadas para reverter a queda na demanda por transporte público está a redução ou eliminação das tarifas. A pesquisa aponta que 69,6% dos que abandonaram o ônibus voltariam a utilizá-lo caso o preço fosse reduzido. Além disso, quase 80% dos deslocamentos de ônibus no país são realizados por usuários das classes C e D/E, para os quais a tarifa zero pode representar uma melhoria significativa na renda mensal e inclusão social.

Para Rubens Fernandes, diretor executivo da Associação Valeparaibana das Empresas de Transportes de Passageiros (Busvale), o diálogo regional é fundamental para avançar em soluções práticas. “No Vale do Paraíba, estamos visitando pessoalmente prefeitos eleitos, secretários de mobilidade urbana, representantes nas câmaras municipais e outros agentes públicos para reforçar a importância do transporte coletivo. Nosso objetivo é aumentar o diálogo e conscientizar sobre os benefícios de um sistema integrado e acessível para a população.”

A Busvale também destaca o papel essencial de políticas públicas alinhadas. Manoel Adair, presidente da associação, enfatiza que o trabalho conjunto entre os setores público e privado é indispensável. “A sustentabilidade do transporte público exige ações coordenadas. Investir em infraestrutura, subsídios operacionais e políticas que priorizem o transporte coletivo são passos fundamentais para garantir um serviço de qualidade e acessível para todos.”

A CNT e a NTU reforçam que a solução para os problemas do transporte público depende de uma abordagem integrada. Políticas como escalonamento de horários, ampliação de corredores exclusivos e maior transparência na gestão são consideradas essenciais para fortalecer o sistema.

Os resultados da pesquisa reforçam a necessidade de priorizar o transporte coletivo como pilar para a mobilidade sustentável e o desenvolvimento das cidades brasileiras.

Informações: TVT News

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Futuro dos transportes no Rio passa por projetos que somam R$ 100 bilhões, como expansão do metrô e do BRT Metropolitano

Como mora no miolo da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, todas as quartas-feiras a diarista Maria de Jesus da Silva, de 44 anos, vai a pé ou de bicicleta até a Estação Merck do BRT, na Taquara, onde embarca até o Jardim Oceânico e, de lá, segue de metrô para Botafogo, na Zona Sul da cidade. Além das filas para entrar no BRT, perde muito tempo na baldeação. Dependendo do dia, chega a levar mais de duas horas até o endereço onde trabalha, e o mesmo tempo na volta para casa. Se a Linha 4 do metrô — que parou no Jardim Oceânico — já chegasse até o Recreio dos Bandeirantes, a vida da diarista seria outra.

— Também teria que ter mais ônibus para suprir a necessidade do BRT. Só temos um ônibus, o 990 (Merck -Joatinga), que passa perto da Cidade de Deus e vai para o metrô. E, quando passa, a gente nem consegue entrar de tão cheio. E ainda demora à beça — completa a diarista.

O trecho do metrô entre o Jardim Oceânico e o Recreio chegou a ser idealizado para a Olimpíada de 2016, mas empacou durante a grave crise financeira do estado, sendo substituído pelo BRT. Teria cerca de 20 quilômetros e seria escavado sob o canteiro central da Avenida das Américas. Esse e outros projetos de transportes sobre trilhos e no mar, com orçamentos que beiram R$ 100 bilhões, estão em pranchetas, gavetas e promessas dos governos.

A expansão do metrô carioca parou há quase dez anos, quando as obras da Estação Gávea foram interrompidas e o buraco preenchido por água para tentar sustentar a estrutura. Iniciado em 1979, o modal tem 54,4 quilômetros, 41 estações e três linhas. Apenas cinco anos mais velho, o metrô de São Paulo tem 104,4 quilômetros, 91 estações e seis linhas.

Depois de um acordo assinado em outubro do ano passado — envolvendo MPRJ, TCE, governo do Estado, MetrôRio e o consórcio construtor Rio Barra da Linha 4 —, e muitas promessas de recomeço, agora o secretário estadual de Transporte, Washington Reis, diz que a construção da Estação Gávea entra nos trilhos no mês que vem, após assinatura de aditivo com o MetrôRio, que investirá R$ 600 milhões nas obras e terá o seu contrato de concessão prorrogado por dez anos, até 2048. O estado se comprometeu a aplicar R$ 97 milhões e criou um fundo de reserva de R$ 300 milhões para serem usados, se necessário, na estação e na conclusão de um trecho da galeria São Conrado-Gávea.

Além da Estação Gávea
A Linha 4 consumiu até agora cerca de R$ 10 bilhões. E, para celebrar o novo contrato com o MetrôRio, o estado gastou mais R$ 3 milhões: contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para dar suporte, inclusive no cálculo de tarifa.

Para o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho, a retomada das obras da Estação Gávea é simbólica e importante. Mas é preciso não parar por aí:

— Mais do que a Gávea, a gente tem que voltar a poder investir. O Rio precisa voltar a ter investimento constante em infraestrutura. A cidade tem demandas grandes no setor de transporte.

O último plano diretor do metrô, de 2017, somado ao Metrô Leve da Baixada (Pavuna-Nova Iguaçu) — prometido pelo governador Cláudio Castro durante campanha para a reeleição —, prevê mais de 178 quilômetros de trilhos, que não saíram do papel. A execução de todos custaria mais de R$ 80 bilhões. Ainda está pendente o trecho de 1,2 quilômetro para ligar o Alto Leblon — onde o tatuzão, máquina para escavar túneis, apodrece sob a Rua Igarapava — à Estação Gávea.

Para completar a nova Linha 4 projetada, seria necessário ainda interligar o Jardim Oceânico ao Recreio. Consta também do projeto original do metrô a Linha 4 passando por Humaitá, Laranjeiras e Botafogo, chegando ao Centro. Da Gávea ainda está projetada uma ampliação até a Rua Uruguai, cortando o Maciço da Tijuca. Especialistas consideram fundamental concluir a Linha 2, levando os trilhos do Estácio até a Praça Quinze, passando pela Cruz Vermelha. Mais uma linha incluída no traçado, a 3, passaria sob a Baía de Guanabara, chegando a Niterói e São Gonçalo.

Na campanha eleitoral, o prefeito Eduardo Paes anunciou que pretende transformar em VLT os corredores do BRT Transoeste e Transcarioca. Pelos cálculos iniciais, segundo disse Paes na ocasião, “veletizar” esses dois corredores exclusivos teria um custo inicial estimado de R$ 16 bilhões. A prefeitura também já fez estudo para implantar VLT ligando Botafogo, Gávea e Leblon, um investimento de R$ 1,5 bilhão.

Outra ideia é a implantação do BRT Metropolitano na cidade, que aparece em decreto no primeiro dia da nova administração Paes. Na prática, a ideia é fazer a integração entre os transportes municipais e intermunicipais. E isso poderá acontecer com a conclusão de dois terminais que constam do Transbrasil, estimados em R$ 100 milhões: o Trevo das Margaridas, que poderia absorver quem vem da Baixada Fluminense pela Via Dutra; e o do Trevo das Missões, idealizado para aliviar o trajeto para quem chega da Baixada pela Rodovia Washington Luís.

No transporte pela Baía de Guanabara, a Companhia Carioca de Parcerias e Concessões (CCPAR), da prefeitura, tenta licitar desde o ano passado uma ligação por barcas entre os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim. O investimento previsto para implantação era de R$ 109,5 milhões. Depois de vários adiamentos, a licitação foi realizada em dezembro, mas não apareceram interessados. A CCPar está refazendo o edital para relançá-lo.

Já a ligação por barca entre São Gonçalo e a Praça Quinze não tem qualquer estimativa de preço. A Secretaria de Transportes do estado informa que novos trajetos de barcas poderão ser criados “de acordo com a demanda de passageiros e a viabilidade econômica e a capacidade operacional”.

De concreto, a curto prazo o que está no horizonte da Secretaria estadual de Transportes é o lançamento de estudo e da modelagem da ligação Estácio-Praça Quinze, da Linha 3 e do metrô entre o Jardim Oceânico e o Recreio. Reis diz que sua meta é lançar a licitação da conclusão da Linha 2 e a implantação da Linha 3 ainda este ano:

— Vamos fazer uma licitação internacional e chamar o mundo para cá. Eu vou dizer uma coisa, se o governo federal atual, com a caneta na mão, não abraçar esse projeto, qualquer outro presidente que vier faz tudo.

Morador de São Gonçalo, o técnico de refrigeração Rodrigo Caetano, de 40 anos, trabalha nas zonas Sul e Oeste do Rio e sonha com a Linha 3 do metrô.

— Já ouvi falar, mas não sei se vai ter mesmo. Meu sonho era que fosse tudo metrô. Não dá para comparar. É rápido, mais barato, mais seguro. Até lá podia ter mais BRT pela cidade toda, cortar um pouco o trânsito — espera.

Transporte sustentável
A ampliação dos transportes sobre trilhos é rota mais indicada também quando o assunto é impacto ambiental. Considerando os deslocamentos da Região Metropolitana do Rio, os modais sobre trilhos são os que menos consomem energia, não emitem gases que aceleram o aquecimento global, como o dióxido de carbono (CO2), e duram pelo menos 60 anos.

— Uma urgência é reduzir o uso de automóvel particular, deveria ser a última opção na movimentação da cidade. Se queima muito combustível para transportar uma pessoa só, promove engarrafamento. Para se ter ideia, um SUV movido a gasolina gasta a energia equivalente a uma viagem de avião de um passageiro — diz Márcio D’Agosto, presidente do Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável.

Tarifa zero: opiniões divergentes
Pelo menos dez municípios fluminenses têm ônibus com tarifa zero: Paracambi, São Fidélis, São Sebastião do Alto, Cantagalo, Carmo, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Tanguá, Maricá e São João da Barra.

Diretor da FGV Transportes, Marcos Quintela afirma que, embora pareça vantajosa para os usuários, a tarifa zero também tem suscitado reflexões sobre a viabilidade econômica e a capacidade de manter a qualidade e eficiência dos serviços com o passar do tempo. “Ao eliminar a tarifa do sistema, a demanda pelo serviço inevitavelmente aumenta, levando a uma maior ocupação dos veículos e exigindo um aumento da oferta de viagens”, diz ele. “Esse aumento na operação do serviço acarreta incremento significativo nos custos operacionais para os municípios, uma vez que se tornam os únicos responsáveis pelos repasses financeiros para subsidiar o sistema”, acrescenta.

Antropólogo, urbanista e militante do Movimento Passe Livre, Paique Duque Santarém ressalta que, nos últimos anos, as empresas tiveram uma retração nos lucros e buscaram financiamentos, subsídios e redução de imposto, “mas a passagem continuou aumentando muito”. Isso, diz ele, “desregula o sistema e cria um ciclo vicioso: aumenta a tarifa, o que reduz o número de usuários, o valor não se sustenta com inflação, e aí se aumenta a tarifa de novo”. Para o transporte público se salvar, avalia, “é preciso constituir um Sistema Único de Mobilidade, a exemplo do SUS, nacionalizando o financiamento por meio de taxas. Ele seria constituído por autoridades dos âmbitos federal, estadual e municipal, atuando de forma conjunta, principalmente nas regiões metropolitanas”.

Informações: O Globo

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BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

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