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Prefeitura de SP afirma que vai mudar 1/3 das linhas de ônibus

terça-feira, 2 de abril de 2013

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, diz que vai mudar um terço das 1.350 linhas de ônibus de São Paulo, iniciando por aquelas que utilizam os corredores.

A ideia é que poucas linhas fiquem nos corredores, com mais ônibus, para cumprir uma das cem metas da gestão Fernando Haddad (PT): elevar a velocidade dos ônibus de 14 km/h para 25 km/h.

"Foram colocando e hoje tem mais linhas nos corredores do que fora. Temos de cortar. É impossível operar assim", diz Ana Odila de Paiva Souza, diretora da SPTrans.

Outras mudanças vão ocorrer com a nova licitação do transporte coletivo, que deve ser lançada em breve.

Mas o plano depende da construção de mais corredores --a meta é viabilizar mais 150 km-- e mais terminais (a promessa é fazer 14).

"Não vamos licitar linhas, é uma licitação do sistema. Vamos determinar um intervalo para os ônibus e as empresas terão que se organizar", afirma Tatto.

Para aumentar a fiscalização, será obrigatório que todos os carros tenham rastreador funcionando para circular --hoje, não é preciso.


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Linhas canceladas voltam a funcionar em Ribeirão Preto

As linhas 309 (Jardim Independência/Hospital das Clínicas) e 400 (Sumaré/Hospital das Clínicas) voltaram a funcionar domingo passado. A medida foi uma determinação da prefeita Dárcy Vera (PSD), incomodada com a reclamação dos usuários dos itinerários, suspensos há dois meses, em razão da reestruturação do sistema de transporte coletivo urbano.
Foto: Joyce Cury / A Cidade
A informação foi confirmada nesta segunda-feira (1º) pela Transerp, empresa que gerencia o transporte público em Ribeirão Preto. O PróUrbano, consórcio das empresas prestadoras de serviço, não se manifestou.

A única novidade, foi a troca na denominação das linhas: a 309 passou a ser UO-399 Circular 3; e a 400 tornou-se UO-499 Circular 4.

Os itinerários são os mesmos. Entre os bairros servidos estão Jardim Sumaré, Campos Elíseos, Parque Ribeirão, Maria da Graça, Adão do Carmo Leonel, Jardim Independência e Vila Tibério.

90 mil passageiros/mês

As duas linhas, segundo a Transerp, são responsáveis pelo transporte de 90 mil passageiros/mês. A 399 tem 32,3 km de extensão; e a 499, 32,5 km.

Números obtidos em pesquisa de opinião, no fim de fevereiro, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, indicaram que era preciso reformar a decisão do PróUrbano.

Cerca de 23% da população desses bairros deixou de ser atendida com a interrupção das duas linhas.

A pesquisa mostrou que 78% dos passageiros aprovaram a implantação das linhas circulares. A prefeita, então, solicitou o retorno do serviço.

O superintendente da Transerp, William Latuf, disse que a retomada das linhas será monitorada no sentido de avaliar sua visibilidade e até uma posterior retirada não está fora de cogitação.

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Em Santos, 30 ônibus terão ar-condicionado e internet sem fio até o mês de maio

Até o final do mês, 30 novos ônibus, ou cerca de 10% da frota de coletivos municipais, estarão circulando pelas ruas de Santos com ar-condicionado e internet sem fio. A ideia, segundo o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), é que a população avalie os novos serviços e, se der ok, eles sejam ampliados para toda a frota. Além disso, seis ônibus com piso rebaixado serão utilizados em período de testes.

As mudanças fazem parte de um pacote de medidas que visa, conforme o prefeito, melhorar o transporte coletivo em Santos e que, talvez, tenha como principal mudança o polêmico fim do pagamento de passagens com dinheiro, com início previsto para o dia 23. 

No entanto, parece desnecessário perguntar se o usuário de transporte numa cidade com o clima de Santos aceitaria ônibus com ar-condicionado. “É claro que é bom. Principalmente no verão”, responde prontamente o técnico em enfermagem Cláudio Silva.

Porém, só parece, explica o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos, Antonio Carlos Gonçalves. “É diferente a aceitação do usuário no ponto e no ônibus com o ar. É diferente o ônibus com ar-condicionado quando tem mais passageiros e quando está vazio. Além disso, todos os ônibus com este equipamento têm três portas de acesso, diferente dos veículos que a população está acostumada hoje. E também tem janelas que não podem ser abertas. Então, temos, sim, que avaliar a opinião dos usuários por conta do hábito”, explica.

Caso a análise seja positiva, o prefeito garante que os serviços serão ampliados. “Hoje, boa parte da população utiliza celulares com acesso a internet e essa (wi-fi) seria uma facilidade”, diz Paulo Alexandre. Facilidade que, de acordo com ele, pode colaborar com o usuário que quer solicitar ou recarregar o cartão. “Os serviços podem ser feitos pela internet e de dentro dos ônibus”, afirma o chefe do Executivo santista.

No caso dos veículos rebaixados, cujo objetivo é facilitar o acesso dos passageiros, os testes servirão para medir a eficiência dos coletivos. “O ônibus de piso baixo é mais frágil.  Então, vamos avaliar o desempenho deste veículo nas nossas rotas, principalmente em relação à manutenção”, diz Rogério Villani, diretor de transportes públicos da CET.

Apesar dos incrementos, o técnico em enfermagem Cláudio Silva não sabe se as mudanças compensariam caso a tarifa fosse reajustada. “Aí, já não sei”, afirma. Porém, de acordo com o prefeito, as novidades não estão vinculadas ao aumento nas passagens. “Não é isso que estamos discutindo agora e também não vamos discutir isso enquanto não avaliarmos e implementarmos essas mudanças”, garante. 

Apesar disso, a solicitação de aumento nas tarifas já é um pedido que, segundo o prefeito, está em sua mesa desde o primeiro dia do seu mandato. “Os reajustes têm um calendário. Tanto que outras cidades da região já reajustaram”.

As novidades para os coletivos municipais ainda não estão relacionadas a um possível reajuste das tarifas

Outros problemas

Para a funcionária pública Aline Menezes, a internet e o ar-condicionado são bem-vindos, mas o principal é colocar mais ônibus nas ruas. “Precisava mesmo é aumentar o número de veículos. Há linhas que no horário de pico são muito lotadas”, justifica.

A também funcionária pública Gisele da Silva concorda. Segundo ela, é preciso aumentar o número de coletivos para que a frequência com que eles passam nos pontos também seja maior.

O prefeito Paulo Alexandre não descarta a possibilidade de aumentar a frota. No entanto, afirma que neste momento está em curso um levantamento sobre linhas e itinerários. A ideia é avaliar possíveis mudanças que possam otimizar o serviço.

Por Tatiane Calixto
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Ônibus cai de viaduto sobre Av. Brasil e deixa sete mortos no Rio

Um ônibus caiu do Viaduto Brigadeiro Trompowski na pista lateral da Avenida Brasil, na altura da Ilha do Governador, no Rio, por volta das 16h30 desta terça-feira (2), deixando feridos e mortos. De acordo com o Batalhão de Vias Especiais (BPVE), sete mortes estão confirmadas.

O coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil, disse à Globo News que os mortos são cinco homens e duas mulheres. Simões afirmou que, às 17h30, havia seis feridos confirmados, mas o número deveria subir.

O coronel disse ainda que cerca de 50 homens do Corpo de Bombeiros em cinco equipes trabalham no resgate. Foram acionados os quartéis de Ramos, Benfica, Penha, Méier, Ilha do Fundão e do Grupamento de Busca.
O Hospital de Bonsucesso, para onde estão sendo levados alguns dos feridos, confirma a chegada de pelo menos dois feridos, que foram direto para a Sala Vermelha, que atende pacientes em estado mais crítico.

Também foram levadas vítimas para os hospitais Getúlio Vargas, na Penha, Souza Aguiar, no Centro, e Saracuruna, na Baixada.

O ônibus, da Viação Paranapuã, do Consórcio Internorte, fazia a linha 328, Bananal-Castelo. O veículo ficou com as rodas para cima.

Discussão
Um passageiro ouvido pela Globo News, e que saltou um ponto antes do local do acidente, disse o motorista estava discutindo com um homem que pulou a roleta. Esse passageiro disse que desceu do ônibus com medo da briga.

Pista fechada
Três helicópteros dos bombeiros pararam na pista para fazer o resgate, fechando a Avenida Brasil no sentido Centro. O tráfego ficou muito lento no sentido Centro da Avenida Brasil até a altura da Penha, no Subúrbio.

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Super Articulado é testado nos corredores de ônibus do ABD

A Metra, empresa que opera o Corredor Metropolitano de Ônibus ABD, está testando um novo ônibus para a operação em seus corredores. O Millenium BRT Super Articulado MBB circula nos 42 quilômetros de vias operadas pela Metra entre os municípios de São Bernardo do Campo, Diadema, Santo André, além das zonas leste (São Mateus) e sul da cidade de São Paulo (Berrini e Jabaquara). Por enquanto, o teste está sendo efetuado no trajeto entre Ferrazópolis e Jabaquara.

O Millenium BRT Super Articulado 0-500 UDA 3836 tem 23 metros de comprimento, cinco a mais que os tradicionais veículos articulados do mercado. Para o usuário, as vantagens do novo ônibus estão na alta capacidade de transporte de passageiros: 159 pessoas (57 sentados e 102 em pé), maior conforto para circulação, graças a boa largura do veículo e do salão interno, além de anteparos, balaústres e corrimãos em tubos de aço encapsulados em PVC desenvolvido pela encarroçadora Caio. Janelas mais amplas, dutos embutidos e outros diferenciais melhoraram o espaço interno do veículo. Com ar condicionado, bom revestimento acústico e suspensão pneumática, o ônibus resulta em uma operação mais segura e confortável durante as viagens feitas ao longo do corredor ABD operado pela Metra.

Na parte mecânica, o Millenium BRT é feito sobre chassi Volvo e tem propulsor diesel OM 457 LA que já atende ao Proconve 7 (Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), baseado nos padrões de emissão Euro V. Equipado com câmbio automático, o carro tem sistema de freio antiblocante (ABS), itinerário eletrônico e iluminação LED mais eficiente. 

Os testes com o novo veículo fazem parte de um programa de renovação de frota da Metra, que inclui ainda a aquisição de 20 novos trólebus fabricados pela Eletra, os quais começam a circular no corredor ABD ainda no primeiro semestre de 2013. A Metra tem uma frota de 280 veículos entre elétricos, híbridos e equipados com motor diesel.

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Para 83% dos curitibanos, trânsito e cidade seriam melhores se mais pessoas andassem de ônibus

De acordo com os dados do levantamento de satisfação do Instituto Paraná Pesquisas, que ouviu 700 pessoas entre sábado dia 23 de março e segunda-feira, dia 25 de março, 95% dos entrevistados revelaram que estão felizes com Curitiba. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira, que foi aniversário da cidade.

No entanto, diversas áreas ainda desagradam os curitibanos. Para 23%, se pudessem mudar algo na cidade, seria a segurança. Dos entrevistados, 71,14% não têm boas estimativas em relação à área e acreditam que a violência deve aumentar nos próximos dez anos.

Já para 14% dos entrevistados, a área da saúde precisa de mudanças, mas o cenário neste caso, diferentemente do que ocorre com a segurança, é de otimismo. De acordo com a pesquisa, 40% acreditam que a saúde pública deve ter melhorias nos próximos dez anos.

O trânsito é um problema a ser mudado por 8,8% dos entrevistados. Do total de pessoas consultadas, 79,14% acreditam quem o trânsito vai piorar nos próximos dez anos.

Mas o cidadão de Curitiba está ciente que é no ônibus que está a solução para o problema.

Ainda de acordo com o Paraná Pesquisa, 83% dos 700 entrevistados acreditam que o trânsito e a qualidade de vida só vão melhorar em Curitiba se mais pessoas andarem de ônibus.

E para isso, os entrevistados pedem ampliação do número de linhas e corredores de ônibus, bem como a colocação de mais veículos de alta capacidade, como os ônibus articulados e biarticulados.

A cidade de Curitiba junto com a região metropolitana, formando a RIT – Rede Integrada de Transporte, é pioneira na concepção dos BRTs – Bus Rapid Transit, que muito mais que simples corredores, são sistemas que integram a cidade, qualificam urbanisticamente os locais onde servem e oferecem maior comodidade aos passageiros, como estações que protegem os usuários da chuva e do sol e que têm plataformas no mesmo nível do assoalho dos ônibus, oferecendo acessibilidade.

Atualmente, Curitiba e a região Metropolitana têm cerca de 80 quilômetros de corredores ou faixas com exclusividade para ônibus.

Este número deve aumentar com a ampliação da Linha Verde, que é um avanço do sistema atual de BRT. A Linha Verde possui capacidade para veículos maiores, mais pontos de ultrapassagem para evitar filas de ônibus nas estações, áreas com canteiros de flores e árvores, ciclovias e pistas para caminhadas, o que mostra que o BRT é um sistema que se integra ao meio urbano e não destoa dele.

A linha Verde liga o Terminal Pinheirinho ao Atuba, mas há previsão de ela se estender agora para o Contorno Sul da Cidade até a Copa de 2014, embora que a prefeitura admitiu atrasos nas obras.

Há também projeto que prevê a continuação do corredor pela BR 116 até Fazenda Rio Grande, cidade vizinha de Curitiba, após a conclusão da duplicação da rodovia.

Mas de acordo com a pesquisa, o curitibano está disposto a deixar mais o carro em casa se houver uma ampliação nos espaços preferenciais para os ônibus e uma melhoria na qualidade dos serviços com mais investimentos públicos em transportes.

O modelo de transporte adotado em Curitiba serviu de exemplo para vários sistemas que conseguiram ampliar as vantagens do BRT, como o Transmilênio, na Colômbia, e o Transantiago, no Chile, que também tomaram como base outro sistema brasileiro de transportes: o Corredor Metropolitano ABD, que liga as zonas Sul e Leste de São Paulo por municípios do ABC Paulista, com uso inclusive de trólebus, ônibus totalmente elétricos, que não emitem poluição.

De acordo com o instituto, grande parte da satisfação do curitibano em relação à cidade se dá devido aos transportes, mas os cidadãos têm a consciência de que são necessários investimentos parta que os serviços acompanhem o crescimento do local.

Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes


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Especialistas sugerem corredores de ônibus de SP com ultrapassagem

Após anúncio do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em implantar 150 km de corredores de ônibus, especialistas em transporte comentaram algumas das metas  para o trânsito da cidade. Eles acreditam que os corredores devem ser planejados com intersecção (ultrapassagem), aprimorar os já existentes e sugerem os locais ideias onde devem haver corredores na cidade.
Silva Junior/Folhapress
Entre as metas para o trânsito, a prefeitura prevê uma "rede de 400 km de vias cicláveis" (ciclofaixas, ciclorrotas, ciclovias e calçadas compartilhadas) e a que estabelece uma malha de 150 km de faixas exclusivas para ônibus. A ideia da prefeitura com as faixas de ônibus é aumentar em pelo menos 80% a velocidade média do transporte coletivo municipal – dos atuais 14 km/h para 25 km/h.

Para o engenheiro civil, consultor em transportes e professor titular da USP São Carlos, José Bernardes Felex, 67, não houve tempo suficiente para que Haddad fizesse um estudo planejado para chegar a conclusão de que a cidade precisa de 150 km de corredores de ônibus.

"O problema não e o número x de corredores e sim a forma como eles devem ser planejados. Tem de estar traçado entre a moradia e o emprego. O prefeito não consegue enxergar isso em alguns dias de governo", apontou Felex. Questionado de que esta meta estava prevista no programa de governo do prefeito, o engenheiro civil foi enfático. "Ele promete o céu e põe todo no inferno. É um chute do cão", criticou.        

Acerca dos 400 km de vias "cicláveis", o engenheiro civil disse que a prefeitura precisa fazer com que haja uma convivência da bicicleta com os outros veículos. "Deve haver convivência e civilidade com o ciclista. Só o automóvel é privilegiado na cidade", reclama.  

Já o superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Luiz Carlos Néspoli, 62, acredita que os corredores são indispensáveis para a cidade. Ele lembrou que na  gestão da prefeita Marta Suplicy (2001-2004) os corredores funcionavam e agora precisa expandir e aprimorar em relação a eficácia da velocidade, que na média é 14 km/h.

"Primeiro não pode colocar muitos ônibus nos corredores, segundo tem de fazer uma operação eficaz de embarque e desembarque e deixar de fazer a cobrança no ônibus e sim onde o usuário toma o ônibus. E criar uma intersecção onde possa haver a ultrapassagem", sugeriu. 

Néspoli disse ainda que a prefeitura deve criar um sistema no semáforo que e funcione de forma inteligente privilegiando os ônibus dos corredores, além de linhas expressas. "Não pode fazer nada que impeça o ônibus de fluir melhor", reforça o superintendente da ANTP.

O engenheiro civil e mestre em engenharia de transportes pela USP, Horácio Augusto Figueira, 60, afirma que o corredor deve acelerar os ônibus, porém o corredor se tornou um grande curral de confinamento. "Deve haver a ultrapassagem. Mesmo com as interferências naturais das conversões à direita, é melhor ter a faixa exclusiva a direta do que não ter nada", afirmou.

A Rede Nossa São Paulo encomendou estudo a Figueira, que e entregou o documento para a administração Haddad por último dia 22. Entre os corredores que propõe, sugere um na av. 23 de maio, av. Dr. Arnaldo, av. Santos Dumont e rua Voluntários da Pátria. "Primeiro é preciso deixar e fazer os ônibus andarem já e melhor. Depois que venham os projetos e as obras dos corredores", disse o engenheiro civil.

Dentre os 150 km de novos corredores que a prefeitura prevê construir estão Celso Garcia, Berrini, Radial Leste, Aricanduva e av. dos Bandeirantes. A prefeitura ainda promete implantar 150 km de faixas exclusivas para ônibus. 

Marivaldo Carvalho
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População sofre com superlotação e insegurança nos terminais de Fortaleza

Superlotação, longo tempo de espera para chegada do transporte coletivo, insegurança, aumento do número de pedintes e moradores de rua e desorganização nas filas são alguns dos problemas dos terminais de ônibus de Fortaleza. O cenário retrata o caos que mais de um milhão de pessoas - segundo a Empresa de Transporte Público de Fortaleza (Etufor) - têm que passar diariamente. Entre os passageiros, o sentimento é de indignação.

No Terminal do Siqueira, passageiros chegam a esperar uma hora pelo ônibus. Em Messejana, os usuários se queixam do aumento de pedintes e da insegurança. Já no Terminal da Lagoa, também há moradores de rua. Frequentadores também reclamam da superlotação Fotos: Alex Costa/Waleska Santiago

No Terminal do Antônio Bezerra, que passa por reforma e ampliação, as obras se arrastam desde agosto de 2009. De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Seinf), somente cerca de 35% dos serviços foram executados. E ainda há outro agravante: durante dois anos, os trabalhos ficaram parados, sendo retomadas somente no começo de março deste ano. A demora é tanta que os usuários dizem tratar-se de uma "obra sem fim".

Além disso, existe a superlotação. O horário de pico é de 17h30 às 19h30, quando enormes filas são formadas. Como só tem uma entrada e saída, um enorme congestionamento de ônibus se forma na via ao lado da entrada do terminal. O gesseiro Alan Jeferson Pereira, 19 anos, diz que o ônibus sempre demora e, por conta disso, muitas vezes chega atrasado no trabalho. "Não é que tenha poucos ônibus, mas esse engarrafamento do lado de fora complica".

Assaltos

Para o comerciante Antônio Edilberto da Silva, 36 anos, que há mais de dez anos trabalha no Terminal do Antônio Bezerra, a insegurança é o que mais incomoda. Ele também se queixa da ausência dos guardas municipais, que antes estavam presentes durante todo o dia. "Hoje, eles não são mais fixos. Chegam de manhã, passam cerca de dez minutos e vão embora e só voltam de noite, quando passam, no máximo, mais dez minutos".

Na saída do terminal, também ocorrem muitos roubos. A situação está tão crítica que até dois comércios do local foram assaltados neste ano.

No Terminal da Messejana, por onde passam cerca de 135 mil pessoas todos os dias, a principal queixa também é com relação à insegurança. A comerciante Flaviana Silva, 54 anos, comenta que, apenas no mês passado, ficou sabendo de dois assaltos na entrada do lugar. Aproveitando que as pessoas têm que abrir bolsas e carteiras para retirar o dinheiro da passagem, bandidos fazem a abordagem.

A ausência de agentes da Guarda Municipal agrava a situação e aumenta a sensação de insegurança. "Têm dias que eles estão aqui, outros não", reclama a comerciante. Outro ponto que gera bastante incômodo aos passageiros é o aumento do número de pedintes e moradores de rua.

São idosos, adultos e até crianças. Sem rumo certo, muitos aproveitam o movimento intenso para vagarem pelos terminais. A comerciante comenta que teve uma época em que o Conselho Tutelar de Fortaleza fazia visitas frequentes para acompanhar esses casos.

A falta de educação dos motoristas também é motivo de reclamação. Por pressa ou falta de compromisso, muitos não param nos pontos de ônibus, o que irrita os usuários de transporte coletivo que, além do atraso do transporte, ainda têm que perder tempo, muitas vezes em pé e no sol quente, esperando que o próximo motorista tenha a boa vontade de atender ao aceno.

Demanda crescente

Nos terminais da Parangaba, Siqueira e Lagoa, os passageiros que antes deveriam desembarcar nas plataformas, hoje, descem no lugar de tráfego dos veículos, devido à lotação. O cenário é reflexo de uma demanda de usuários crescente, cuja a frota não acompanhou o mesmo movimento em uma década.

Até condutores e cobradores reclamam da falta de estrutura dos terminais. Há oito anos trabalhando como motorista, um funcionário que preferiu não se identificar afirma que a situação de todos os terminais é péssima. "O melhorzinho é o de Messejana", diz. Bastante estressado, ele explica que o trânsito de Fortaleza está caótico. "Isso está acabando com a gente", reforça.

A zeladora Maria Antônia Rodrigues, 51, avalia as viagens diárias de ônibus para ir e vir do trabalho como cansativas e estressantes. Ela gasta, em média, de 40 minutos a uma hora no Terminal do Siqueira esperando por um ônibus. "Meu sofrimento começa logo às 5h, pois é preciso acordar neste horário para poder pegar um transporte que me deixe no Siqueira. Chegando lá, eu pego uma fila enorme, passam uns três ônibus, e só no quarto eu consigo entrar".

Variação

Dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) sobre Mobilidade Urbana apontam que, no ano 2000, a quantidade de uso do transporte individual chegou a 286,4 milhões, e, em 2010, este quantitativo saltou para 306,4 milhões, ou seja, um crescimento de 7%. Enquanto isso, a oferta de transporte público, em dez anos, teve um aumento de 0,7%. Há 13 anos a cobertura deste serviço era de 129 mil Km rodados e, em 2010, foi de 130 mil Km.

Como consequência, o uso intensivo do transporte individual, em detrimento do transporte público, tem acarretado uma série de externalidades negativas, como os congestionamentos urbanos.

Segundo o analista de políticas públicas do Ipece, Victor Hugo, o sofrimento da população nos terminais "é reflexo da desorganização do transporte público". "É preciso entender que, com o aquecimento da economia, passa a se demandar mais o uso de transporte público e privado", avalia.

Para ele, as variações na demanda por transporte público podem ser explicadas por dois efeitos do aumento do poder aquisitivo do salário mínimo. O primeiro é o efeito renda. O segundo é a substituição do transporte público pelo individual, que, conforme o analista, "ocorre devido ao transporte público ser considerado inferior".

Prefeitura promete reforma e ampliação

Os terminais do Papicu, Parangaba e Siqueira serão os próximos a passar por reforma e ampliação. No Terminal da Parangaba, o investimento será de R$ 22 milhões, para ampliação, construção de plataformas de embarque e outros serviços. As informações são da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Seinf).

No Terminal do Siqueira, o investimento será de R$ 8,5 milhões. Em relação ao Terminal do Papicu, a Seinf esclarece que o projeto de reforma está em fase de reformulação.

A Etufor informou que o Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) irá construir corredores para transporte coletivo e reformar quatro terminais - Antônio Bezerra, Papicu, Parangaba e Siqueira. Em fevereiro, a Prefeitura retomou a reforma do Terminal do Antônio Bezerra, que tem prazo de 240 dias para conclusão.

Segurança

Marcela Tabosa, coordenadora das Inspetorias Cidadãs, comenta que, no fim de janeiro e início de fevereiro, a Guarda Municipal trocou o efetivo fixo dos terminais por efetivos móveis. Porém, como observaram - a partir de queixas dos usuários - que existe a necessidade da permanência de um efetivo fixo nos terminais, resolveram realocar os agentes, processo que está ocorrendo gradativamente.

Serão 15 guardas em cada terminal, nos três turnos, para fazer a cobertura fixa das 6h à 00h. Depois, como os passageiros diminuem, terminais terão apoio somente das equipes móveis.

Por Luana Lima e Thays Lavor
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BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

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