Até o final do mês, 30 novos ônibus, ou cerca de 10% da frota de coletivos municipais, estarão circulando pelas ruas de Santos com ar-condicionado e internet sem fio. A ideia, segundo o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), é que a população avalie os novos serviços e, se der ok, eles sejam ampliados para toda a frota. Além disso, seis ônibus com piso rebaixado serão utilizados em período de testes.
As mudanças fazem parte de um pacote de medidas que visa, conforme o prefeito, melhorar o transporte coletivo em Santos e que, talvez, tenha como principal mudança o polêmico fim do pagamento de passagens com dinheiro, com início previsto para o dia 23.
No entanto, parece desnecessário perguntar se o usuário de transporte numa cidade com o clima de Santos aceitaria ônibus com ar-condicionado. “É claro que é bom. Principalmente no verão”, responde prontamente o técnico em enfermagem Cláudio Silva.
Porém, só parece, explica o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos, Antonio Carlos Gonçalves. “É diferente a aceitação do usuário no ponto e no ônibus com o ar. É diferente o ônibus com ar-condicionado quando tem mais passageiros e quando está vazio. Além disso, todos os ônibus com este equipamento têm três portas de acesso, diferente dos veículos que a população está acostumada hoje. E também tem janelas que não podem ser abertas. Então, temos, sim, que avaliar a opinião dos usuários por conta do hábito”, explica.
Caso a análise seja positiva, o prefeito garante que os serviços serão ampliados. “Hoje, boa parte da população utiliza celulares com acesso a internet e essa (wi-fi) seria uma facilidade”, diz Paulo Alexandre. Facilidade que, de acordo com ele, pode colaborar com o usuário que quer solicitar ou recarregar o cartão. “Os serviços podem ser feitos pela internet e de dentro dos ônibus”, afirma o chefe do Executivo santista.
No caso dos veículos rebaixados, cujo objetivo é facilitar o acesso dos passageiros, os testes servirão para medir a eficiência dos coletivos. “O ônibus de piso baixo é mais frágil. Então, vamos avaliar o desempenho deste veículo nas nossas rotas, principalmente em relação à manutenção”, diz Rogério Villani, diretor de transportes públicos da CET.
Apesar dos incrementos, o técnico em enfermagem Cláudio Silva não sabe se as mudanças compensariam caso a tarifa fosse reajustada. “Aí, já não sei”, afirma. Porém, de acordo com o prefeito, as novidades não estão vinculadas ao aumento nas passagens. “Não é isso que estamos discutindo agora e também não vamos discutir isso enquanto não avaliarmos e implementarmos essas mudanças”, garante.
Apesar disso, a solicitação de aumento nas tarifas já é um pedido que, segundo o prefeito, está em sua mesa desde o primeiro dia do seu mandato. “Os reajustes têm um calendário. Tanto que outras cidades da região já reajustaram”.
As novidades para os coletivos municipais ainda não estão relacionadas a um possível reajuste das tarifas
Outros problemas
Para a funcionária pública Aline Menezes, a internet e o ar-condicionado são bem-vindos, mas o principal é colocar mais ônibus nas ruas. “Precisava mesmo é aumentar o número de veículos. Há linhas que no horário de pico são muito lotadas”, justifica.
A também funcionária pública Gisele da Silva concorda. Segundo ela, é preciso aumentar o número de coletivos para que a frequência com que eles passam nos pontos também seja maior.
O prefeito Paulo Alexandre não descarta a possibilidade de aumentar a frota. No entanto, afirma que neste momento está em curso um levantamento sobre linhas e itinerários. A ideia é avaliar possíveis mudanças que possam otimizar o serviço.
Por Tatiane Calixto
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