Todos os 800 veículos da frota de transporte urbano de Natal terão um dispositivo de segurança, popularmente chamado ‘botão do pânico’, para inibir assaltos e avisar a polícia caso ocorra alguma ação criminosa dentro dos ônibus, até o final do ano. Trezentos carros já possuem o sistema na Capital e hoje pela manhã, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município (Seturn) e a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) assinaram convênio para instalar o dispositivo em mais 500 veículos.
Segundo o diretor de comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, o dispositivo é uma segurança não apenas para os usuários do sistema de transporte coletivo, mas também para os motoristas e cobradores, que, por trabalharem em determinadas linhas, já sabem os locais mais perigosos e quem pode ser um provável ladrão. “Por estarem diariamente naquela linha, eles já sabem, mais ou menos, quem é certo e quem é errado. Estamos vivendo uma nova realidade no transporte público, de inibição e prevenção de crimes, dando segurança a todos”, enfatizou.
Desde março passado, 300 veículos já receberem o sistema, que é instalado em um local confidencial e que pode ser acionado em situações de risco sem atrair a atenção e a desconfiança de possíveis ladrões. Além disso, motoristas e cobradores das empresas de transporte coletivo estão passando por treinamento específico com policiais do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).
O objetivo é orientar os funcionários sobre questões práticas e importantes como o funcionamento do sistema, quando o botão deve ser acionado (momento certo para isso) e as implicações jurídicas do uso indevido do dispositivo. Segundo o coordenador do Ciosp, major Carlos Macedo, o sistema de dispositivo de segurança nos ônibus não é o monitoramento da frota, mas, sim uma medida eficaz e segura de prevenção e combate a este tipo de crime.
“Quando o botão é acionado pelo motorista ou cobrador do veículo, um alarme é disparado na central de monitoramento do Ciosp e, rapidamente, o radio-operador alerta a viatura mais próxima da área onde o ônibus está para atender a ocorrência. Enquanto isso, a informação da localização do ônibus em questão só saí da tela do nosso monitor após os policiais militares chegarem ao veículo”, explicou o major Macedo.
Sistema pode ser expandido para táxis
Para o secretário da Sesed, Aldair da Rocha, o projeto é a forma mais rápida e eficiente para se inibir a prática de assaltos a ônibus, que já ultrapassou a marca de 170 casos nestes sete meses de 2012. Ele disse também que o Estado é responsável pelo curso de capacitação aos operadores do transporte público e pela ação da Polícia Militar no atendimento aos casos. “Para o Estado, é praticamente custo zero de investimentos financeiros, mas o retorno para a sociedade é incalculável”, afirmou.
A governadora Rosalba Ciarlini, que participou da assinatura do convênio, nesta manhã, no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no Tirol, disse que a expectativa é que o projeto se expanda para outras áreas de transporte, como os taxistas, até o final do ano. “É um sistema de investigação em tempo real, o que irá, com certeza, reduzir bastante o número de ocorrências que vem acontecendo em Natal. E, com o sistema de câmeras nas ruas, pudemos comprovar que nas áreas onde há monitoramento, a criminalidade foi reduzida em 60%”, disse.
Para o comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, o dispositivo apresentado hoje à imprensa é uma forma de complementação às ações de fiscalizações de rotina, como as barreiras policiais. Ele disse também que isso tende a diminuir as ações criminosas em todas as áreas da cidade, independente de serem de maior ou menor risco, já que os assaltos não têm hora ou local certo para ocorrer.
“Sabemos que a maioria dos assaltos é cometido por dependentes químicos, que entram em um ônibus para roubar celulares, dinheiro e objetos pessoais de pequeno porte, que podem ser trocados por drogas. Não são integrantes de quadrilhas, mas viciados em busca de algo de valor para este fim. Ou seja, não são assaltos planejados, não temos dias ou horas mais perigosas, porque essas ações ocorrem a qualquer tempo”, explicou o coronel.