A greve de motoristas e cobradores da região metropolitana de Florianópolis, que começou à 0h desta segunda-feira, está prejudicando a locomoção de aproximadamente 400 mil pessoas.
Os trabalhadores descumpriram a decisão judicial que determinava a circulação de 70% da frota nos horários de pico e de 30% no restante do tempo.
Por volta das 10h, nenhum ônibus havia saído da garagem da maior empresa de transportes da cidade, a Transol. Os seis terminais espalhados pela Ilha estavam praticamente desertos.
Como a paralisação foi anunciada há três dias, muita gente saiu de casa de carro, o que causou congestionamentos em todas as áreas da capital catarinense.
Na estrada que dá acesso à Ilha, foram cerca de 12 km de trânsito parado.
Na SC-401, que leva para as praias do Norte, como Jurerê Internacional, Ingleses e Santinho, uma batida envolvendo três carros contribuiu para a lentidão no tráfego, que se estendeu por 6 km.
Na SC-405, por onde se vai para bairros como Campeche, o engarrafamento cobriu a mesma extensão.
Para tentar reduzir os transtornos, a Prefeitura de Florianópolis contratou 430 vans e micro-ônibus para transportar passageiros por R$ 4 ou R$ 5, dependendo da distância. O que se viu nas ruas, no entanto, foi a cobrança abusiva de até R$ 10 por pessoa.
Em cada ponto de ônibus, dezenas de trabalhadores viviam seus dramas. A diarista Iolanda Costa, de 56 anos, ficou uma hora e meia esperando por transporte público. Contou que não viu nenhum ônibus e que apenas três vans passaram, estando todas lotadas.
De acordo com o secretário de comunicação do Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano), Antônio Carlos Martins, a adesão é de 100%.
Desde cedo, grevistas fazem vigília no Terminal de Integração do Centro para impedir a circulação de qualquer ônibus.
A principal reivindicação da categoria é a redução da jornada de trabalho de 6 horas e 40 minutos para 6 horas por dia, sem corte no salário, o que o Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis) se nega a negociar.
Os profissionais do transporte público também querem reajuste salarial para cobrir a alta do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e aumento real de 5%. O Setuf ofereceu o valor do IPNC mais 1%, o que foi rejeitado pelos trabalhadores.
Segundo Martins, no fim do dia, será realizada uma nova assembleia para decidir se o movimento continua ou não.