As passagens de ônibus em Porto Alegre custam R$ 2,85 desde esta segunda-feira, após um reajuste de 5,56%. Com o aumento, Porto Alegre tem agora a terceira passagem mais cara do país entre as capitais, perdendo apenas para São Paulo e Florianópolis.
Onovo valor foi fixado após o estudo técnico da coordenação de regulação de Transportes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apontar R$ 2,88 como tarifa dos ônibus da Capital. O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) havia pedido que o valor subisse de R$ 2,70 para R$ 2,95.
De acordo com levantamento técnico realizado pela EPTC, em relação aos itens que compõem a planilha tarifária, os principais aumentos foram nos gastos com pessoal (7,5% em salário e 15,38% em vale-refeição) e pneus e recapagens (23,75%).
Entre os principais itens da planilha tarifária estão os tributos (9,15%), combustíveis e lubrificantes (16,08%), pessoal (47,97%) e frota (25,10%). A tarifa é calculada pela divisão entre o custo por quilômetro rodado e o índice de quem paga a passagem.
Até domingo, Porto Alegre ocupava o quinto lugar no ranking das tarifas no país, entre as capitais, perdendo para São Paulo (R$ 3), Florianópolis (R$ 2,90), Rio de Janeiro (R$ 2,75), e Manaus (R$ 2,75). Questionado sobre a mudança na lista das mais caras, o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, defendeu a qualidade do serviço na Capital e o fato de que, em alguns municípios, as passagens contam com subsídios das prefeituras.
— Há cidades que não reajustaram as passagens neste ano — reforçou Cappellari.
O sistema de transporte coletivo de Porto Alegre atende mensalmente 32 milhões de passageiros. Destes, 28% não pagam tarifa por algum tipo de isenção, segundo a EPTC.
A frota da Capital é de 1.659 ônibus, sendo 23% com ar-condicionado e 51% adaptada para deficientes físicos. A idade média é de quatro anos. Em 2011, a frota sofreu uma renovação de 13,5%, com 225 novos veículos, diz a empresa.
Aumento não altera as isenções de pagamento
Sobre o reajuste, o órgão explica que a meia-passagem dos estudantes ficará em R$ 1,42, enquanto a segunda passagem na integração, em até 30 minutos após a primeira viagem, continua grátis para os usuários que têm os cartões TRI Vale-Transporte, Passe Antecipado e Escolar.
O aumento nos preços não altera as isenções de pagamento de passagem para pessoas a partir de 60 anos (com comprovação de baixa renda) e de 65 anos (sem restrições). Também não precisam pagar rodoviários, portadores de necessidades especiais e seus acompanhantes.
— Por 60 dias, os créditos adquiridos até o dia 5 valerão igual. Ou seja, os R$ 2,70 desses créditos valerão por uma passagem — ressalta Cappellari.
O reajuste ainda se aplica à confecção da segunda via dos cartões TRI e aos sistemas de integração dos ônibus com o trem e o transporte coletivo da Região Metropolitana. O bilhete dos lotações passará para R$ 4,25.