De acordo com Tavolaro os lotes seguirão parâmetros apontados pelo estudo elaborado pela Logitrans, de Curitiba, a pedido da Prefeitura. “O estudo aponta a necessidade de mesclar as linhas, para que haja três lotes equilibrados. Cada lote terá linhas boas (de grande fluxo de passageiros) e linhas ruins (com poucos passageiros). As linhas boas compensam as ruins”, disse o procurador. As linhas ainda não foram definidas, mas o estudo apontou a necessidade de trajetos interbairros, que não passam pela região central da cidade. Tavolaro não quis adiantar, porém, por quanto tempo será o contrato. O atual tem 20 anos. Foi firmado em 1991.
A Logitrans ouviu usuários dos sistema de transporte coletivo atual que exigiram linhas diretas da zona norte de Rio Preto para o Distrito Industrial (zona oeste) e também para a área dos condomínios residenciais Damha (zona leste). Tavolaro disse que além dos apontamentos do estudo as regras da concessão serão definidas também na audiência pública que será realizada na terça-feira, dia 23. “O modelo da concessão ainda não está pronto. Na audiência pública vamos ouvir todas as opiniões, todas as entidades e associações para fazer o modelo do edital da concessão”, disse.
Valdomiro quer GPS e micro-ônibusA implantação de corredores exclusivos para ônibus nas principais avenidas de Rio Preto ainda é dúvida, apesar de o estudo elaborado pela empresa Logitrans apontar essa necessidade em pelo menos sete vias da cidade. Para a implantação dos corredores o prefeito prefeito Valdomiro Lopes (PSB) teria que tomar medidas que podem desagradar comerciantes da região central da cidade, como a proibição de estacionar veículos nos dois sentidos das avenidas Alberto Andaló e Bady Bassitt. “Vai ser preciso fazer estudo (para avaliar a proibição)”, disse o prefeito.
Valdomiro afirmou que na audiência pública a ser realizada na terça-feira, dia 21, a Prefeitura apresentará a proposta da Logitrans de implantação de ônibus menores nas linhas que cortam a região central da cidade e que estará aberto a sugestões dos usuários. “Vamos acatar. Desde que não seja inexequível.” Os ônibus convencionais têm capacidade para transportar em média 75 pessoas. “O estudo, que vai para a audiência pública, vai referendar isso: a colocação de ônibus de menor tamanho na região central. Não é perua. É o ônibus de 40 lugares”, afirmou.
Tecnologia
O prefeito quer ainda que o novo contrato de concessão exige das empresas a instalação de GPS (sistema que controla a localização do ônibus) e de seguranças nos veículos. “Se o usuário reclamar que os ônibus deixaram de atuar em determinado horário, teremos como conferir essa reclamação com o GPS”, comentou. “Vamos melhorar a segurança e colocar câmeras”, completou Valdomiro.
Para o prefeito as exigência não devem influenciar em pedidos de reajuste da tarifa. “Não queremos que isso (instalação de GPS e presença de seguranças) provoque impacto na tarifa”, disse. Ele afirmou que as sugestões propostas na audiência pública serão acatadas desde que sejam “exequíveis”.
Número de passageiros cai ano a ano
As empresas de ônibus Circular Santa Luzia, Itamarati e Pevetur transportaram aproximadamente 27 milhões de passageiros em 2009, de acordo com a Conjuntura Econômica da Prefeitura de Rio Preto. Esse número já foi maior. Em 2005, por exemplo, as empresas transportaram 29 milhões de passageiros. Apesar da queda no número de usuários, a Santa Luzia, que detém 95% das linhas de transporte coletivo da cidade e declarou que vai disputar a nova concessão. “Vamos cumprir nosso contrato até o final (fevereiro de 2011). E também vamos participar da nova concorrência”, afirmou Euclides Spatti, chefe de tráfego da empresa.
Usuários cobram tarifa e agilidade
Usuários do transporte coletivo de Rio Preto querem que a nova concessão do serviço garanta redução no valor da tarifa, redução no tempo de espera nos pontos de ônibus, a presença de cobradores em todas as linhas e conforto nos ônibus. “O preço da passagem é caro e muitos passageiros são obrigados a viajar em pé nos ônibus. Precisa aumentar o número de ônibus nas linhas movimentadas”, afirmou Magda Oliveira da Silva, 25 anos, moradora do Parque da Cidadania.
No estudo encomendado pelo Prefeitura a empresa Logitrans apresentou um diagnóstico dos sistema de transporte mostrando que 59% das linhas têm até 20 minutos de intervalo, enquanto 38% das linhas têm intervalo de 21 a 45 minutos. Os ônibus trafegam com ocupação média de 58%. O próprio secretário de Trânsito, Aparecido Capello, considera elevado o tempo de espera de 40 minutos nos pontos de ônibus.
Fonte: DiárioWeb