“São obras de um a um ano e meio”, frisou Magalhães ontem, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa (AL) com o objetivo de apresentar e discutir com a sociedade o projeto de mobilidade para a região metropolitana. Conforme Yênes Magalhães, como se trata de grandes obras e levando-se em conta que os processos licitatórios levam de 60 a 90 dias, a expectativa é que as obras comecem em março de 2011.
Uma das preocupações é quanto aos transtornos que a execução dessas obras poderá provocar no já caótico trânsito das duas cidades. “Serão dois anos de caos. Porém, estamos trabalhando com as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande para traçar rotas alternativas e execução de obras de desbloqueios para mitigar e garantir que a população possa de locomover durante este período de obras”, afiançou. São pelo menos 20 obras de desbloqueio. Algumas delas, os processos licitatórios estão sendo adequados para republicação.
O plano de mobilidade urbana conta com a consultoria da empresa paulista Oficina. Entre os seus principais itens está a implantação do BRT, um sistema de ônibus de alta capacidade que prevê um serviço mais rápido que os coletivos urbanos convencionais.
Ao traçar um perfil do quadro atual do trânsito, do sistema viário e do transporte coletivo da Capital e da Cidade Industrial, o consultor da Oficina, Arlindo Teixeira, explicou que o BRT vai operar ao longo de 28 quilômetros de vias compreendendo os eixos Coxipó/Centro e CPA até Várzea Grande.
Pelo percurso destes eixos serão construídas 30 estações de conexões em pontos estratégicos como próximo da Sefaz, Polícia Federal, cruzamento da avenida Mato Grosso com Tenente Coronel Duarte (Prainha), Morro da Luz, na Capital, e Ministério da Agricultura e Posto Zero, em Várzea Grande. “Os terminais do CPA I, Coxipó e André Maggi terão quer ser reformados e remodelados”, frisou Teixeira.
Entre os pontos de conflitos ou gargalos, ele citou os cruzamentos das avenidas Mato Grosso, Getúlio Vargas e Generosos Ponce com a Prainha. Teixeira observou ainda que nos últimos quatro anos o sistema de transporte coletivo perdeu 10 milhões de passageiros. Em 2007, eram 97 milhões. Atualmente, são 86 milhões. “A consequência é a queda da produtividade, que impacta no valor da tarifa e, consequentemente, aumenta o transporte individual. É um ciclo vicioso”, disse. Entre a Capital e Várzea Grande, são 350 mil veículos registrados no Detran.
As obras serão financiadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutra e Transportes, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, Caixa Econômica Federal e governo do Estado, que conforme Magalhães, aprovou recursos da ordem de R$ 1 bilhão para a Agecopa.