O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) quer aprofundar a discussão sobre a qualidade do transporte público nas grandes cidades brasileiras que, na visão do parlamentar, além de ser repensado de forma a beneficiar as camadas mais carentes da população, deverá utilizar , cada vez mais, as chamadas energias renováveis, que não causam danos ambientais.
"Precisamos de uma política nacional para o transporte urbano, que tenha compromisso com a eficiência voltada ao social e ao meio ambiente. Não podemos mais continuar vendo perdas, que só na região metropolitana de São Paulo, chegam a R$ 40 bilhões ao ano por falta de uma política nacional para o transporte urbano que garanta a integração de vários meios” afirmou o senador, durante painel sobre Sistemas Integrados de Meios de Transporte, promovido pela Comissão de Infraestrutura do Senado, da qual o parlamentar sul-mato-grossense é vice presidente.
Delcídio defende , também, a utilização de energias alternativas no transporte urbano, como as células de hidrogênio que começaram a ser utilizadas recentemente por alguns ônibus da capital paulista. “Saio desse encontro convencido de que , como pano de fundo da importante discussão do petróleo no pré-sal, deverá estar nossa preocupação com a necessidade de se avançar, cada vez mais, nos estudos das energias renováveis também para os transportes urbanos”, disse.
Modelo
Delcídio comentou qual seria o modelo a ser seguido de um plano diretor de cidades, com o mesmo sucesso do adotado em Curitiba, e porque o sistema adotado na capital paranaense não decola em nenhuma outra capital brasileira. Citando o exemplo bem-sucedido de Curitiba, Taniguchi sugeriu o redirecionamento dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o setor, considerando que aproximadamente 80% da população brasileira vive em cidades, agravando os problemas de transporte e gerando perda em produtividade no trabalho e na saúde.
O senador sugeriu medidas como as tomadas pelo governo de Cingapura, onde o IPVA dos carros antigos é mais caro que o dos veículos novos, como forma de estabelecer uma nova política que crie perspectivas de renovação de frota, associada a critérios para o acesso de veículos, de modo a incentivar o transporte coletivo em detrimento do transporte individual.
Ao concordar com a falta de uma política nacional de transporte urbano, Taniguchi defendeu a adoção de novos conceitos de mobilidade urbana, com a integração de vários modos de transporte, que vão da bicicleta ao metrô.