'Cresce oferta de lugares', diz SPTrans
Esse quadro provoca, diariamente, cenas que colocam os usuários em situações pouco dignas. Os passageiros têm de esperar por dois ou às vezes três micro-ônibus para embarcar. A opção é dar o bilhete único para o cobrador, pedir para outro passageiro girar a catraca e entrar por trás dos veículos, onde a disputa por espaço é menos pior.
Não que a briga seja apenas para entrar nos veículos. A capacidade deles, em geral, é de 33 pessoas, menos da metade do que um ônibus comum. Com corredor mais estreito, o passageiro corre o risco de não descer onde quer, porque não consegue se movimentar dentro do coletivo.
Todo o transporte público da capital - lotações e ônibus comuns - funciona com menos veículos do que há três anos, conforme o Agora publicou em maio. A justificativa da gestão Gilberto Kassab (DEM) para o quadro é que não houve queda de assentos, porque os ônibus antigos foram substituídos por veículos maiores, articulados ou biarticulados. Mas a maior parte da redução de veículos foi nas lotações - que entram em ruas onde os ônibus não cabem.
Especialistas dizem que os micro-ônibus são uma saída interessante para o transporte público. Eles vão aonde ônibus maiores têm dificuldade. Mas é preciso colocar cada veículo no lugar adequado.
"Há espaço para todos os tipos de ônibus. Os biarticulados, nos corredores e em avenidas com grande demanda concentrada; ônibus de menor porte, em locais de difícil acesso ou aonde não se dirigem ônibus grandes. Cabe à administração pública locar o equipamento certo para atender, com a mesma qualidade, a população", diz o professor de engenharia de trânsito Heitor Kawano, da FEI.