
O processo que transforma água em combustível é simples. Na estação de produção de São Bernardo, as moléculas de água (H2O) são separadas pelo processo de eletrólise. O oxigênio é liberado na atmosfera, enquanto o hidrogênio passa por compressão para ser armazenado em nove tanques que ficam sobre o teto do ônibus. Esse gás é injetado em duas células de hidrogênio automotivas (caixas com 80 centímetros de comprimento, 40 centímetros de largura e 25 centímetros de altura). Como usinas móveis, elas criam por reação química a energia que aciona os dois motores elétricos, permitindo uma autonomia de até 300 quilômetros. Embora os Estados Unidos, a Alemanha e a China também tenham tecnologia para produzir ônibus a hidrogênio, só o experimento nacional conta com o diferencial da hibridez. "Além das células de hidrogênio, o ônibus tem três baterias de alta performance que armazenam a carga extra produzida e também a energia poupada nas frenagens, como faz o novo sistema kers da Fórmula 1", explica Carlos Zündt, gerente de Desenvolvimento da EMTU. "Isso é revertido em força extra para subir uma ladeira, por exemplo."
O uso de energia elétrica na eletrólise e os altos custos são dois inconvenientes do projeto. A ONG Global Environment Facility (GEF), que incentiva o desenvolvimento sustentável em 178 países, financia o equivalente a 45 milhões de reais nessa empreitada que mobilizou cerca de cinquenta especialistas de oito empresas – entre eles o engenheiro alemão Ferdinand Panik, criador do primeiro carro a hidrogênio do mundo. "Acreditamos que o investimento será compensado quando o Brasil se tornar um polo exportador de veículos a hidrogênio", diz Zündt. A previsão é que outros quatro ônibus idênticos sejam produzidos até 2010. Cada um deve custar 2 milhões de reais. O preço de um ônibus convencional é 500.000 reais.




A adaptação dos veículos integra um conjunto de ações que atende à Lei nº 10.098, de 19/12/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadora de necessidades especiais. Além disso, o conceito de acessibilidade adotado pela legislação envolve todo o sistema urbano, desde vias de acesso, calçadas, terminais, veículos e a capacitação pessoal.Segundo o presidente da Fetranspor e do Rio Ônibus, Lélis Teixeira, a entrega dos veículos representa a obrigação do transporte público de fazer valer o respeito ao direito de ir e vir do cidadão.- Estes ônibus significam a possibilidade de uma pessoa sair de casa com dignidade e chegar ao seu destino com conforto e, principalmente, segurança.O ministro Márcio Fortes destacou a importância da união das três esferas de governo em prol da população e anunciou a utilização de recursos para compra de debêntures e recebíveis de concessionárias de transporte urbano, para que tenham o capital de giro necessário à adaptação de suas frotas.


