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Prefeitura de SP quer transparência em pagamentos a empresas de ônibus

domingo, 21 de abril de 2024

A prefeitura de São Paulo publicou, na edição de terça-feira (16) do Diário Oficial, projeto de lei (PL) para o orçamento de 2025, que propõe discriminar os subsídios pagos às empresas de ônibus, mostrando o valor usado para cobrir despesas correntes, como gastos com combustível, e o de aquisição de capital, como compra de ônibus. Apesar de constar no orçamento de 2025, a proposta diz que a medida será válida retroativamente para 2024.

Questionada sobre a forma como são pagos os subsídios a essas empresas, a administração municipal respondeu, por meio de nota, que segue o disposto no Artigo 9º da Lei Federal 12.587/2012, nos artigos 11, VI, e Artigo 13 da Lei Municipal 13.241/2001, e no Artigo 18, Parágrafo único, do Decreto Municipal 58.200/2018.

“O subsídio, autorizado em lei federal, cumpre historicamente o papel de manter o sistema de transportes financeiramente equilibrado, mesmo quando as tarifas pagas pelos usuários não sejam suficientes para a cobertura total dos custos de operação do sistema. Dessa forma, evita-se a precarização do serviço ou o encarecimento da tarifa aos usuários, o que terminaria por desincentivar o uso do transporte público”, diz a nota.

Segundo a prefeitura, a Secretaria Municipal da Fazenda estuda, de forma permanente, oportunidades de melhoria das informações contábeis e orçamentárias produzidas no âmbito municipal, de maneira a atender à legislação nacional, além de aumentar o grau de utilidade da informação contábil disponível.

A proposta apresentada no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2025, com aplicação já em 2024, já vinha sendo estudada pela Secretaria da Fazenda em um contexto de aumento das despesas orçamentárias com o subsídio à tarifa de ônibus, em linha com a política pública municipal de estímulo ao transporte público. A medida reflete o empenho permanente da prefeitura para aumentar a transparência sobre o gasto público, seja na área de transportes ou em qualquer outra política pública municipal, acrescenta nota.

Fim da Linha
A medida vem depois da Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), deflagrada para desbaratar um esquema de lavagem de recursos obtidos de forma ilícita pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Foram presos diretores de duas empresas de ônibus que operam na cidade de São Paulo: Transwolff e Upbus.

Responsáveis pelo transporte de cerca de 650 mil passageiros por dia e proprietárias de 1.365 ônibus, as duas companhias receberam R$ 800 milhões da prefeitura de São Paulo em 2023. Logo em seguida à operação, a prefeitura anunciou que assumiria a operação das linhas de ônibus das duas empresas, que atuam, respectivamente, nas zonas sul e leste paulistana.

A Justiça deferiu 52 mandados de busca domiciliar, quatro de prisão e cinco medidas cautelares. No entanto, a operação resultou na prisão de nove pessoas, três delas em flagrante, e na apreensão de 11 armas, 813 munições diversas, R$ 161 mil, computadores, HDs e pen drives, assim como dólares e barras de ouro. Além disso, as investigações levaram ao bloqueio de R$ 596 milhões, determinado pela Justiça. Veículos, lanchas e motos aquáticas também estão entre os itens que foram apreendidos durante a operação, bem como um helicóptero usado quando foram mortos dois líderes de facções criminosas.

O MPSP denunciou, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), 26 pessoas suspeitas de envolvimento em crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, extorsão e apropriação indébita relacionados à operação.

Nesta quarta-feira (17), a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público e transformou 19 alvos da Operação Fim da Linha em réus.

Caixa-preta
Na avaliação do urbanista e diretor do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, a medida da prefeitura parece ser uma resposta da administração ao Ministério Público de São Paulo, mas é interessante, porque durante muito tempo, e não só em São Paulo, o gasto de recursos públicos para o sistema de transporte coletivo é uma grande caixa-preta.

“Não temos transparência do uso dos recursos, não sabemos como são usados, nem como deveriam ser empregados para garantir maior qualidade e atendimento que vai contemplar a universalização do transporte coletivo”, ressaltou Iacovini. Ele acrescentou que não se sabe que tipo de transporte está sendo financiado e qual é a real margem de lucro das empresas.

Iacovini lembrou que a população já venceu diversas batalhas na busca de um transporte público mais justo e adequado e que, em muitas ocasiões, a administração pública travou embates com grupos responsáveis pelo serviço.

“Nós vemos que a atuação de grupos criminais estava presente desde o início dos anos 2000 e muito provavelmente desde os anos 90 e 80. Isso já é um indício de que o fenômeno que vemos agora não é novo. Quem é especialista e acompanha o tema sabe que a máfia do transporte existe há muitas décadas aqui no Brasil e em São Paulo”, afirmou.

Para o urbanista, o sistema de remuneração do transporte público precisa ser totalmente revisto e repensado, não só em São Paulo, com o governo federal entrando na questão. Tem que entrar também nessa cotização dos sistemas de transporte.

“Temos que rumar em direção à tarifa zero, porque transporte público coletivo é essencial para mobilidade como direito humano. Se houvesse a tarifa zero, como vem sendo proposto pela população e reivindicado pela sociedade civil, minimizaria muito esse problema que vem sendo detectado: a atuação de grupos criminosos e remuneração excessiva do sistema para essas empresas”, finalizou Iacovini.

Informações: Agencia Brasil EBC

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Passageiros com deficiência visual contam com novas funcionalidades do “CittaMobi Acessibilidade” no transporte público de Sorocaba

domingo, 12 de novembro de 2023

Os passageiros que têm deficiência visual e utilizam o transporte público de Sorocaba contam com um aplicativo para facilitar a mobilidade no dia a dia. Trata-se do “CittaMobi Acessibilidade”, uma ferramenta gratuita e que acaba de ganhar novas funcionalidades, inclusive por meio de recursos de comando de voz e som, para melhor orientação do usuário com cegueira, baixa visão ou mobilidade reduzida durante o itinerário. Há, entre outras opções, roteirizador, acompanhamento de viagem em tempo real e aviso de chegada ao destino.

O “CittaMobi Acessibilidade” é desenvolvido pela Cittamobi, empresa referência em soluções inovadoras para a mobilidade urbana no Brasil, com o apoio da Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes – Trânsito e Transportes, que gerencia o transporte público na cidade. O aplicativo, disponível para os sistemas Android e IOS, pode ser baixado gratuitamente na loja de aplicativos de qualquer telefone celular.

A ferramenta conta com informações integradas, a partir de dados de operação das três empresas de ônibus que atuam em Sorocaba: BRT Sorocaba, City e Consor. “É a tecnologia na palma da mão. Trata-se de uma nova versão do software, que passou por testes e simulados em Sorocaba, confirmando a eficiência do produto”, destaca o prefeito Rodrigo Manga.

Ele foi idealizado pelo engenheiro de software Luiz Eduardo Porto, que é cego e parceiro da empresa CittaMobi. Atualmente, a ferramenta funciona em mais de 300 municípios brasileiros, de 16 estados. “O Cittamobi Acessibilidade foi criado para incluir pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, para que exerçam o direito à cidadania e em prol da melhoria da qualidade de vida delas, inclusive do ponto de vista tecnológico”, diz ele, que veio a Sorocaba conferir, na prática, a eficiência do funcionamento do aplicativo.

A principal novidade do Cittamobi Acessibilidade é que as novas funções são ativadas por comandos de voz, chamado VoiceOver, com suporte de assistente virtual. Há alertas de quais ônibus estão próximos à parada selecionada, aviso de chegada ao ponto de destino escolhido, sinalização do momento exato em que o passageiro deve descer do ônibus e informes sobre quais locais o veículo está passando ao longo do trajeto.

Também, por comando de voz, há possibilidade de programar locais de preferência, como o endereço de casa ou do trabalho; criar rotas específicas e salvar off-line o caminho de volta, em caso de falha de internet. Há, também, funcionalidades complementares, como o modo andar de carro, com alertas sobre ruas e cruzamentos; viagem, com alerta de momento de embarque e desembarque, e a pé, para locomoção em locais abertos e que permite memorizar obstáculos ao longo do percurso em que a pessoa passa com frequência.

“Esse novo formato do aplicativo é incrível e facilita, de fato, a vida do deficiente visual. É simples, acessível, prático e fácil de usar. Uma ferramenta que vem a somar, ainda mais, em Sorocaba, que tem uma das mais modernas frotas do transporte público e com 100% dos ônibus adaptados”, comenta Luís Lima, que é presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Sorocaba e que tem formação técnica em Orientação e Mobilidade.

“O objetivo é promover a melhoria na gestão da mobilidade dos deficientes visuais, para que se locomovam com autonomia e facilite a rotina desses usuários, entregando uma melhor experiência de deslocamento na cidade. É conforto, segurança e comodidade para esse público”, aponta Sergio Barreto, diretor-presidente da Urbes.

Além das funções de previsão e roteirizador – que traça a melhor rota entre um ponto a outro da cidade -, o CittaMobi Acessibilidade é uma variante do aplicativo CittaMobi, voltado ao público em geral, também disponível gratuitamente em Sorocaba, onde conta com mais de 25 mil usuários ativos. Tal aplicativo tem o diferencial de função de pagamento por aproximação, para desbloqueio da catraca do ônibus pelo celular e compra de crédito (recarga) para o cartão de transporte da cidade.

“O aplicativo CittaMobi é um sinônimo de inclusão. Estamos entusiasmados com a chegada dessa nova versão a Sorocaba, para fazer a diferença na vida dos munícipes. Queremos tornar a mobilidade urbana acessível a todos, o tempo todo, oferecendo a melhor experiência de deslocamento, em parceria com as empresas operadoras, digitalizando o transporte coletivo”, complementa Emanuele Cassimiro, CPO da Cittamobi, empresa brasileira, com tecnologia própria desenvolvida no Brasil e presente há dez anos no mercado.

Vale destacar que, em Sorocaba, o transporte público mantém o sistema de integração, para os usuários que possuem o Cartão Eletrônico (Social, Vale-Transporte e Estudante) e para quem realiza o pagamento via Carteira Digital, por meio do uso do celular. É permitido ao usuário trocar de ônibus, para completar sua viagem, sem pagar uma nova passagem. As possibilidades de deslocamento são múltiplas, porém, existem regras simples que devem ser seguidas como, por exemplo, não é permitido que o usuário faça o percurso de ida e volta com o pagamento de uma única passagem, na mesma linha, ou desembarque durante o caminho e tente pegar a mesma linha outra vez, no mesmo sentido.

Por meio de suas soluções tecnológicas, a empresa tem como premissa colocar o passageiro do transporte coletivo no centro de tudo e digitalizar a experiência de mobilidade, por meio de uma rede que soma três vertentes importantes: operadores, usuários e órgãos gestores, fornecendo informações em tempo real sobre horários, itinerários, localização dos veículos e atualizações do sistema.

Informações: Prefeitura de Sorocaba

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Prefeitura de Jundiaí mantém tarifa de ônibus e anuncia Bilhete Único

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Um pacote de ações voltadas ao transporte público de Jundiaí foi anunciado pelo prefeito Pedro Bigardi, nesta quarta-feira (23). Diante de secretários, diretores, empresários do setor e integrantes da imprensa, Bigardi garantiu que a passagem de ônibus será mantida pelo segundo ano consecutivo a R$ 3 e que já deu início à implementação do Bilhete Único. Além disso, juntamente com o secretário de Transportes Wilson Folgozi, o prefeito apresentou quatro novos ônibus articulados que entram imediatamente em circulação na cidade.

A novidade do Bilhete Único – sistema que unifica o acesso aos ônibus urbanos – é o uso de apenas uma única tarifa para que o usuário possa acessar qualquer linha, dentro de um período determinado, sem a necessidade de ter de se deslocar até os terminais para fazer essa mudança. “O Bilhete Único garante maior acessibilidade do transporte público, além de maior segurança e conforto”, comentou Pedro Bigardi.

De acordo com Folgozi, quem faz uso do transporte coletivo na cidade terá 1h30 para se deslocar utilizando uma só tarifa. “O Bilhete Único possibilita que os cidadãos façam o próprio itinerário, sem ir até os terminais para fazer uma integração. Além disso, o transporte terá mais agilidade na compra dos créditos em um cartão e no pagamento da tarifa.”

Na próxima semana, o projeto de lei que cria este novo sistema será enviado à Câmara Municipal para apreciação dos vereadores. A previsão da Secretaria de Transportes é de que o cadastramento dos usuários seja feito em julho para que o Bilhete Único esteja em operação já em setembro deste ano. Atualmente, 50 mil pessoas se utilizam dos ônibus para se locomoverem pela cidade.

O Bilhete Único faz parte do Plano de Mobilidade Urbana de Jundiaí (MobJund), assinado em março deste ano pelo prefeito com o objetivo de apontar estratégias e ações para a mobilidade urbana da cidade.

Tarifa
O prefeito anunciou ainda que pelo segundo ano o município de Jundiaí não vai aumentar o valor da tarifa do transporte coletivo na cidade. “Seguindo nosso programa de governo, que é tratar essa tarifa como uma questão social, fizemos vários estudos e vamos manter o valor em R$ 3”, afirmou o prefeito.

A decisão da Prefeitura pelo segundo ano consecutivo faz com que o município tenha uma das menores tarifas praticadas atualmente, se comparada com as cidades próximas – como Campinas, São Paulo, Valinhos e outras, que mesmo com a desoneração dos impostos e subsídio, tiveram de reajustar o valor da passagem.

Frota e terminais
Para contribuir com a frota de 300 coletivos existentes em Jundiaí, foram apresentados quatro novos ônibus articulados, que já estarão nas ruas nesta quinta-feira (24). Os quatro veículos, que vão transportar 616 passageiros, fazem parte do contrato com as empresas responsáveis pelo transporte público na cidade.

O prefeito voltou a frisar que todos os terminais da cidade serão reformados. Para Pedro Bigardi, a estrutura tem de garantir segurança e conforto a todos. “A população precisa ter mais comodidade e acesso aos serviços a partir dos terminais. Verificamos que a área administrativa de todos eles pode ser mais bem aproveitada. Vamos buscar fazer essas obras ainda este ano.”

Além do secretário de Transportes, Wilson Folgozi, participaram do anúncio o vice-prefeito e secretário de Educação, Durval Orlato, o secretário de Comunicação, Cristiano Guimarães, secretário de Negócios Jurídicos, Edson Aparecido da Rocha, o presidente da Câmara, Gerson Sartori, e os vereadores José Dias, Márcio Pentecoste, Rafael Antonucci e Rafael Purgato.

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Sistema de integração abrange todas as 132 linhas do transporte público de Sorocaba

quinta-feira, 16 de maio de 2024

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes – Trânsito e Transportes aproveita a recém-entrada em funcionamento do Corredor Estrutural Oeste do BRT para lembrar os usuários que o transporte público de Sorocaba opera via sistema de integração, física ou temporal. A medida abrange todas as 132 linhas disponíveis, permitindo ao usuário trocar de ônibus, para completar sua viagem, sem pagar uma nova passagem.

City, Consor e BRT Sorocaba são as três empresas que operam o transporte no município e atuam de forma integrada. Pelo sistema de integração, em um mesmo deslocamento, pode-se utilizar mais de uma linha de ônibus, pagando apenas uma passagem. As possibilidades de deslocamento de um ponto a outro da cidade são múltiplas, porém, existem algumas regras simples que devem ser seguidas.

O sistema de integração permite até três integrações ou a utilização de até quatro linhas, dentro desse prazo máximo de uma hora e trinta minutos, contado a partir do pagamento da primeira passagem. Logo, o usuário embarca na primeira linha e pode fazer a integração com outras três linhas diferentes, se assim desejar.

Mais Informações do Transporte coletivo em Sorocaba

Existe a chamada integração física, que é realizada por meio do transbordo (troca de ônibus), dentro dos terminais urbanos Santo Antônio e São Paulo. Ao passo que a integração temporal possibilita a troca de linhas, dentro de um período máximo determinado (1h30), em qualquer ponto de ônibus do sistema. Dessa forma, não é preciso chegar aos terminais para fazer a transferência, o que pode ocorrer em paradas específicas durante o trajeto.

A integração temporal está disponível para os usuários que possuem o cartão eletrônico do sistema (Cartão Social, Cartão Vale-Transporte, Cartão Estudante) e para aqueles que realizam o pagamento via carteira digital, por meio do uso do celular. O passageiro embarca no primeiro ônibus e, na catraca eletrônica, tem o valor da tarifa descontado dos créditos do cartão. No próximo ônibus, ao encostar o bilhete, a catraca é liberada, mas sem desconto dos créditos. Basicamente, é assim que funciona.

O sistema de integração apenas não permite que o usuário faça o percurso de ida e volta com o pagamento de uma única passagem, na mesma linha. Também, não é permitido que o usuário desembarque da linha, durante o caminho, e tente pegar a mesma linha outra vez, ou, a linha que faça o mesmo trajeto, no mesmo sentido.

A matriz de toda a operação da integração no transporte público de Sorocaba, com as conexões entre as linhas, pode ser consultada no site: https://www.urbes.com.br/integracao-entre-linhas. Atualmente, o Transporte público em Sorocaba funciona com uma frota de 418 veículos. Por mês, em média são transportados cerca de 4 milhões de passageiros.

Informações: Prefeitura de Sorocaba

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São Paulo teve corte de 20% de viagens de ônibus nos último quatro anos, aponta Idec

domingo, 1 de outubro de 2023

Dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostram que a cidade de São Paulo teve redução de 20% no número de viagens de ônibus entre julho de 2019 e julho de 2023. O número diz respeito às quantidades de viagens realizadas por semana pelos ônibus. Segundo a entidade, a redução faz com que a população tenha que esperar mais tempo pelas linhas e enfrentar maior lotação dentro dos veículos. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.

A linha que mais teve redução no número de viagens foi a 675X-10: Terminal Grajaú - Metrô Vila Mariana, com 62,99% viagens a menos em relação a julho de 2019. Em segundo lugar, vem a linha 7181-10: Cidade Universitária - Terminal Princesa Isabel, que registrou uma redução de 53,60% no número de viagens. O terceiro lugar também foi registrado em outra linha que sai do principal campus da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste. A 809U-10: Cidade Universitária - Metrô Barra Funda teve suas viagens reduzidas em 53,37%.

O Idec lançou, junto com a ONG Minha Sampa, uma campanha chamada #DevolveNossoBusão na qual cobram o prefeito Ricardo Nunes (MDB) por melhorias no transporte público municipal. As organizações pedem que a prefeitura “restabeleça os padrões de transporte público de São Paulo antes da pandemia”, argumentando que o preço da tarifa teve aumento de 2019 para cá (era R$ 4 no início daquele ano e atualmente é R$ 4,40, mas não há reajuste desde 2020) e que os subsídios repassados pela prefeitura às empresas que operam os ônibus não condizem com o que alegam ser má qualidade de serviço.

No site da campanha, é possível ver o número de viagens por semana que cada linha de ônibus da cidade fazia em 2019 e quantas fazem em 2023. No geral, a Zona Leste foi a que registrou maior queda no número de viagens — uma diminuição de 21,1%.

Por outro lado, há diversas linhas que tiveram aumento no número de viagens. A linha 8542-21: Brasilândia - Terminal Lapa, por exemplo, teve aumento de 734% na quantidade de viagens por semana, enquanto a linha 5110-21: São Mateus - Vila Prudente aumentou 212% sua frequência de viagens semanais. Ao todo, 165 linhas tiveram aumento no número de viagens, enquanto 1.111 tiveram a frequência reduzida. O Idec ainda destaca que, de 2013 para cá, houve redução de 1 bilhão de viagens de ônibus.

Em nota, a SPTrans informou que não comenta pesquisas e estudos dos quais desconhece a metodologia, mas afirmou que no caso específico da linha 675X-10, em 2019 eram transportados 89 passageiros por viagem e, atualmente, são 56. "Com a implantação da linha 5 de Metrô, em setembro de 2019, o trajeto da linha foi ajustado para melhorar o atendimento e o intervalo médio entre veículos foi reduzido de 12 para 10 minutos nos horários de pico".

A SPTrans ainda ressaltou que durante a atual gestão "nenhuma ligação de transporte por ônibus foi extinta e a rede não encolheu" e que a oferta do transporte público foi mantida sempre acima da demanda apresentada.

"Em 2019 eram realizados 9 milhões de embarques nos ônibus, em média, nos dias úteis e atualmente está demanda é de 7 milhões, o que corresponde a 75%, enquanto a frota está em 93,13%, com 11.934 ônibus. Todas as regiões habitadas no município são servidas de transporte público por ônibus. A SPTrans monitora as viagens e realiza ajustes de rotina conforme a demanda existente, considerando as alterações no comportamento dos passageiros e na dinâmica da cidade, como a chegada de novas linhas de metrô, por exemplo. A oferta de transporte se adapta à dinâmica e à rotina da cidade. Entre 2013 e 2023 foram entregues novas estações de Metrô e de trens na cidade, e houve a chegada de uma pandemia global que alterou os deslocamentos de toda a população da cidade e, em consequência, o uso dos ônibus", acrescentou a empresa que opera os ônibus na capital.

Já o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) afirmou, em nota, que "desconhece esse levantamento e considera estranho o número divulgado, uma vez que o número de viagens realizadas pelos ônibus urbanos na cidade de São Paulo é de aproximadamente 52 milhões por ano" e que "em dez anos o total de viagens gira em torno de 520 milhões".

Informações: O Globo

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Metrô de SP completa 50 anos com malha ainda insuficiente

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Sistema paulistano foi o pioneiro do país. Especialistas avaliam que avanço do sistema metroferroviário nas últimas décadas continua aquém da necessidade das grandes cidades brasileiras.Primeiro do país, o metrô de São Paulo entrou oficialmente em operação em 14 de setembro de 1974. Cinquenta anos depois, a malha de transporte urbano sobre trilhos no Brasil ainda está aquém do ideal, conforme apontam especialistas.

Em 1974, noticiou o jornal O Estado de S. Paulo: a inauguração do novo sistema de transporte da capital paulista foi uma festa com "balões de gás, bandas, desfiles de escolares, sambistas, sanfoneiros e folhetos de propaganda política" em que "o povo só pode ver de longe os passageiros do 'trem da alegria', o metrô", que fez o percurso inaugural do pequeno trecho então inaugurado, os 7 quilômetros entre Jabaquara e Vila Mariana.

Marketing político à parte, a inauguração finalmente fez com que o Brasil entrasse nos trilhos do sistema de transporte urbano rápido que já era consolidado em grandes cidades pelo mundo, como em Londres — em operação desde 1863 —, Paris — desde 1900 —, Berlim — inaugurado em 1902 — e Nova York — onde começou a funcionar em 1904. A vizinha argentina teve o metrô de Buenos Aires inaugurado em 1913.

São Paulo precisaria de malha seis vezes maior

De lá para cá, houve avanços, mas ainda tímidos. A mentalidade brasileira ainda privilegia o transporte rodoviário em relação ao sobre trilhos — e a sociedade valoriza o status do transporte individual em detrimento do coletivo.

Em São Paulo, a rede metroviária atual é formada por 6 linhas — oficialmente, já que uma é, na verdade, um sistema de monotrilho —, totalizando 104 quilômetros de extensão e 91 estações. Segundo dados do governo paulista, são 5 milhões de passageiros transportados todos os dias. Para efeitos de comparação, o metrô de Nova York tem 24 linhas com 468 estações espalhadas por 369 quilômetros de extensão e o de Londres, 16 linhas, 272 estações e cerca de 400 quilômetros.

"Metrô é o modal que viabiliza de forma humana e racional a mobilidade em cidades, sendo imprescindível em metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes", argumenta o engenheiro de transporte Sergio Ejzenberg, consultor e especialista em mobilidade. "A conta é simples. Tomando como paradigma metrópoles adensadas, é preciso 50 quilômetros de metrô para cada milhão de habitantes."

Ou seja: São Paulo precisaria de seis vezes mais. "Isso explica a lotação do nosso metrô e explica por que cada linha colocada em operação lota nas primeiras semanas de funcionamento. E mostra a estupidez do investimento em sistemas de média capacidade, como monotrilhos e VLTs", acrescenta Ejzenberg.

De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) há hoje metrô operando em Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Especialistas discordam.

"Metrô mesmo no Brasil tem somente em São Paulo, no Rio e em Brasília", aponta o engenheiro de transportes Creso de Franco Peixoto, professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Outras cidades costumam chamar de metrô o que na verdade são linhas ferroviárias de carga que foram adaptadas para que fossem usadas como metrô."

Tecnicamente, como ele explica, o metrô consiste em linhas construídas em regiões adensadas, com paradas planejadas em curtas distâncias, a partir de pesquisas detalhadas sobre comportamentos de origem e destino da população.
 
"A denominação metrô é adotada por diversos sistemas como imagem poderosa de marketing institucional, mesmo quando aplicados em locais que não se enquadrariam nessa categoria sob uma análise mais rigorosa", comenta o engenheiro especialista em mobilidade Marcos Bicalho dos Santos, consultor em planejamento de transportes.

Ele considera metrôs, além dos sistemas de São Paulo, Rio e Brasília, as linhas de Salvador e de Fortaleza. E classifica como uma segunda divisão os modelos "de alta capacidade, implantados aproveitando infraestruturas ferroviárias desativadas", ou seja, os chamados metrôs de Belo Horizonte, Porto Alegre e do Recife.

"Neste grupo poderiam também ser incluídos os trens urbanos, que atendem a elevadas demandas, mas que apresentam características operacionais distintas dos metrôs [principalmente quanto à velocidade, frequência e distância entre paradas]", acrescenta Santos, citando os trens metropolitanos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O restante da malha de trilhos urbanos do Brasil (veja infográfico), o especialista classifica como "uma quarta categoria […] que, em função de sua inserção urbana ou por limitações de seus projetos operacionais, operam como sistemas de média capacidade, às vezes nem isso, atendendo a demandas pouco expressivas".

Atraso histórico e mentalidade rodoviarista

No total, a malha de trilhos urbanos é de 1.135 quilômetros e está presente em 12 das 27 unidades da federação. "Somos um país de dimensões continentais e essa infraestrutura de trilhos para passageiros é insuficiente para o atendimento à população", admite o engenheiro eletricista Joubert Flores, presidente do conselho da ANPTrilhos. "Mas essa rede de atendimento tem previsão de crescimento, já que contamos com 120 quilômetros de projetos contratados ou em execução, com indicação de conclusão nos próximos cinco anos. Para 2024, a previsão é inaugurarmos 20 quilômetros."

Se o transporte sobre trilhos é tão útil, por que o Brasil está tão atrasado? Primeiramente, pela mentalidade histórica. "Houve uma efetiva priorização do transporte rodoviário de passageiros, e mesmo de cargas, pelos governos brasileiros. Este talvez tenha sido o principal motivo de perdermos cerca de 20 ou 30 anos para o início do transporte metroferroviário em São Paulo e no Brasil. Talvez tenha havido uma falta de vontade política e de visão dos governantes à época", comenta o engenheiro metalurgista Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

Para o urbanista Nazareno Affonso, diretor do Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), o Brasil sempre foi "carrocrata". "O Estado não prioriza o transporte público e prioriza investimentos ligados à indústria automobilística", diz, enfatizando que as maiores cidades do país "caminham para o colapso se não houver investimentos permanentes e crescentes em sistemas metroferroviário e de ônibus".

"O estratosférico custo dos congestionamentos e dos sinistros de trânsito no Brasil inibe o crescimento e rouba parcela significativa do PIB", argumenta Ejzenberg, que calcula prejuízos diretos e indiretos de até 50 bilhões de reais por ano por conta disso, apenas na metrópole de São Paulo. "Esse custo anual, se investido em metrô, estancaria as perdas e daria maior competitividade ao Brasil. Continuamos nadando no sangue das vítimas evitáveis, ano após ano."

O custo é um grande gargalo, é verdade. Segundo levantamento do professor Peixoto, dificilmente uma obra de metrô no Brasil custa menos de 80 milhões de dólares por quilômetro. "Metrô é muito caro. Muito caro. Mas é preciso pensar que ele é capaz de transportar muita gente", comenta.

"O Brasil não investiu em transporte sobre trilhos por incompetência, insegurança jurídica e imediatismo político", critica Ejzenberg. Apesar de ser uma obra cara, ele argumenta que o modal sobre trilhos acaba tendo metade do custo do sistema de ônibus se considerado o custo do passageiro transportado por quilômetro — esta seria a incompetência, segundo o especialista. No caso da questão jurídica, ele diz que as mudanças no entendimento de como viabilizar parcerias privadas acabam afastando investidores. Por fim, politicamente há o peso eleitoreiro de que uma obra de metrô costuma levar mais do que um mandato de quatro anos entre o anúncio e a inauguração.

Solução é complexa
 
Mais metrô melhoraria em muito a qualidade de vida do brasileiro que habita as grandes cidades. Mas não é a solução mágica. "Para enfrentar a crise dos deslocamentos é preciso investimento em metrô, em ferrovias, em VLT. Mas não podemos descuidar da democratização das vias públicas, dando aos ônibus faixas exclusivas. E também a mobilidade ativa que tem crescido, com ciclovias e ciclofaixas para que avancemos nessa questão", sugere Affonso.

"Metrôs não são uma panaceia. Não são a única solução para os problemas na mobilidade urbana", acrescenta Santos. "Em muitas situações, não são a solução mais indicada, já que as soluções dependem de cada local e não podem ser unimodais."

Ele enfatiza que por mais eficiente que seja uma linha de metrô, "ela não será eficaz se as pessoas não conseguirem chegar até ela, caminhando, pedalando, usando transporte público alimentador e mesmo modos de transporte individual". O especialista salienta que, considerando isso, respectivamente é preciso também investir em calçadas adequadas, rede cicloviária e bicicletários, integração física, operacional e tarifária dos meios de transporte público e, por fim, estacionamentos e baias para desembarque e embarque para aqueles que vão chegar de carro.

"Resumindo, precisamos de planejamento urbano e de mobilidade, integrados, e não apenas de um plano de obras e compra de equipamentos", adverte ele.

Informações: Terra

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Bicicletas são integradas ao transporte público de São José dos Campos

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Com o objetivo de incentivar a mobilidade ativa da população, a Prefeitura de São José dos Campos iniciou a operação do programa de bicicletas públicas totalmente integradas ao sistema de transporte público nesta quarta-feira (8). 

Na prática, ao utilizar os ônibus para os deslocamentos, o passageiro acumula créditos no seu cartão do bilhete único para o uso das bikes, portanto, obrigatoriamente as pessoas deverão ser cadastradas no sistema de bilhetagem eletrônica da cidade.

Para utilizar o serviço, os interessados deverão se cadastrar no site ou aplicativo, criando perfil de usuário e senha.

As primeiras quatro estações de bicicletas compartilhadas já estão funcionando nos seguintes pontos: Estação Chácaras Reunidas, Estação Vale do Sol, Estação Dutra (próximo ao shopping Vale Sul) e Estação Andrômeda (no cruzamento das avenidas Andrômeda e Cassiopéia). Ao todo serão 52 estações.

Segundo o gestor de projetos especiais Almir Gonçalves, a ideia é que as bicicletas sejam usadas pelas pessoas para complementar seus trajetos até o destino final. “Atualmente o sistema cicloviário de São José dos Campos possui 178 km de infraestrutura, distribuído em todas as regiões do município. Essa iniciativa amplia ainda mais a oferta do modal e promove a integração com o transporte público", afirmou. 

Estações

As bicicletas serão destinadas à população, para uso no dia a dia, próximas aos principais corredores do transporte público, como a Linha Verde, que disponibiliza diversos serviços ao longo do trajeto. Elas também serão deixadas em áreas de interesse público, como parques, praças, unidades de saúde, universidades e áreas esportivas em todas as regiões da cidade.


Entre os locais previstos estão os seguintes: Parque da Cidade, Senai, Praça Afonso Pena, Rodoviária Nova, Parque Vicentina Aranha, Parque Santos Dumont, Avenida Juscelino Kubitschek (Integração), Hospital Municipal, Parque Tecnológico, ECO Campos de São José, estações próximas ao DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), UPA do Putim, Arco da Inovação, Parque Ribeirão Vermelho, Farma Conde Arena, Linha Verde, Avenida Cassiopéia, Praça das Bandeiras, Avenida Salinas, Avenida Cidade Jardim e Praça Natal.

Monitoramento

Todas as estações virtuais serão demarcadas por sinalização e totem informativo.

As bikes possuem GPS, são monitoradas em tempo real pelo CSI (Centro de Segurança e Inteligência) e possuem dispositivo de travamento das rodas que será liberado por aplicativo ou pelo cartão do Transporte Público (Bilhete Único), cadastrado pelo usuário.

Sistema de pagamento

As pessoas que não utilizam os ônibus também poderão usar as bicicletas. Para isso precisam fazer o cadastro no sistema de bilhetagem eletrônica, se cadastrar no site ou aplicativo BikeSJC (criando perfil de usuário e senha) e optar pelos tipos de tíquete: R$ 2,50 por 30 minutos; R$ 10,00 por 24h (limite de 4 viagens) ou R$25,00 por 30 dias (limite de 4 viagens por dia). 

Parceria

As bicicletas foram doadas pela Receita Federal por meio do programa que destina mercadorias apreendidas para uso social.

Informações: Prefeitura de São José dos Campos

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