Nos últimos dias, filas enormes, atrasos e falta de ônibus têm afetado a rotina de quem utiliza o sistema de transporte público nas primeiras horas do dia no Recife e Região Metropolitana. Linhas que atendem cidades como Camaragibe, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Recife têm sofrido com a interrupção temporárias do serviço.
As assembleias estão sendo realizadas pelo Sindicato dos Rodoviários em garagens das empresas de ônibus durante a madrugada para discutir com os motoristas sobre a jornada de trabalho e os acordos. Esses atos estão prejudicando os passageiros que utilizam coletivos diariamente.
Quais são os problemas
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, as empresas de ônibus têm ignorado pontos essenciais do acordo trabalhista. Entre as principais queixas estão:
Falta de contabilização correta do tempo de embarque e desembarque dos passageiros.
Não pagamento de horas extras pela fiscalização mecânica dos veículos.
Ausência de folhas de ponto para registro formal das jornadas de trabalho.
As reclamações envolvem grandes operadores do sistema, como Consórcio Recife, Mobibrasil, Borborema, Metropolitana e Caxangá. O Sindicato alega que, sem o cumprimento desses direitos, a categoria está cada vez mais insatisfeita.
Assembleias
Nos últimos dias, assembleias têm sido realizadas nas garagens das principais empresas de transporte coletivo. A categoria tem usado esses encontros para debater o descumprimento de acordos e pressionar as empresas.
“Estamos visitando diversas garagens e conversando com os motoristas. Muitos têm relatado o descumprimento dos acordos. Se essa situação não for resolvida, vamos continuar”, declarou Jeremias, membro do Sindicato dos Rodoviários.
Já o presidente do Sindicato, Aldo Lima, disse os rodoviários não são responsáveis pelos transtornos: “Os atrasos não são culpa nossa. Se as empresas estivessem cumprindo o acordo, não precisaríamos realizar essas assembleias.”
Possibilidade de greve
Com a situação ainda sem avanços concretos, muitos internautas estão preocupados com possibilidade de uma greve geral no sistema de transporte público.
Após um dos atos realizados, Aldo Lima reforçou que a categoria busca o diálogo e acrescentou:
“Vamos mostrar todas as provas e todas as reclamações. Não queremos realizar uma greve, mas também não descartamos a ideia. O nosso objetivo é só ter os nossos direitos cumpridos”.
Conciliação
Na última sexta-feira (22), representantes dos rodoviários estiveram no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) para discutir o descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho.
Durante a reunião, o desembargador Fábio Farias, corregedor do tribunal, destacou que o TRT-6 está à disposição para mediar conflitos e buscar soluções que minimizem os impactos na população.
No entanto, até o momento, não houve solicitação formal para agendamento de audiências.
O que diz a Urbana-PE
A Urbana-PE, entidade que representa as empresas de transporte público, negou as acusações de descumprimento do acordo coletivo. Em nota, afirmou que:
Os espelhos de ponto detalhados estão sendo fornecidos conforme modelo validado pelo próprio sindicato.
As empresas têm recebido orientação e monitoramento para garantir a implementação do acordo firmado.
A Urbana também criticou as assembleias realizadas nas garagens, alegando que elas têm caráter político por conta da campanha eleitoral para a nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários, marcada para o dia 5 de dezembro.
Além disso, a entidade expressou preocupação com os impactos dessas ações para os usuários do transporte público e afirmou que as empresas estão avaliando medidas legais para evitar novos episódios.
"Apenas em 2024, já ocorreram 44 paralisações ou bloqueios de garagens e terminais integrados, prejudicando a população", destacou a nota.
Informações: Diário de Pernambuco
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