Campinas tem pelo menos 800 pontos de embarque e desembarque de ônibus do transporte coletivo sem abrigos, segundo dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento da metrópole (Emdec), que passou a registrar neste anos as reclamações sobre o tema. Entre janeiro e agosto foram 89 reclamações. Até o ano passado esses registros eram feitos pelo 156 da Prefeitura. Em 2022 foram 212 reclamações, 25% a mais que as 169 registradas no ano anterior. As principais reclamações, além da falta de abrigos, são a falta de luz, falta de bancos, toldos e placas de informações e pichações e atos de vandalismo.
A reportagem da EPTV percorreu pontos de Campinas para verificar algumas das reclamações. No Campos Elíseos o principal problema verificado foi a falta de iluminação. No Chácaras Cruzeiro do Sul foi localizado somente um poste de metal demarcando o local de embarque ou desembarque. Kelly Cristina e Jean Euzébio utilizam os pontos no Parque São Bento, e também apontaram problemas por lá. “Na rua da minha casa não tem cobertura, nem nesse ponto e nem no outro, que são dois pontos aqui. 10 anos que eu moro aqui nunca teve, era importante ter, porque se tiver uma chuva forte ou um sol quente, a gente vai ter que ficar assim, à mercê”, relata Kelly. “Falta de um suporte, a cobertura, principalmente no tempo de chuva, que a gente acaba ficando na chuva, como pode ver que a gente tem o ponto que não tem estrutura nenhuma, a falta de assento, então a gente acaba ficando na mão nessa parte”, opina Euzébio.
Na avenida Eng. Francisco Paula Souza, próximo ao cemitério da saudade, foram encontrados pontos com luzes apagadas e sinais de vandalismo. No Novo Planalto de Viracopos somente estacas de madeira indicavam o local de embarque e desembarque.
O Professor de Arquitetura e Urbanismo de PUC-Campinas, Fábio Muzetti, indica quais as principais necessidades em um ponto de ônibus. “Às vezes eu tô aqui, um totem, informativo, alguma iluminação, de preferência, pra marcar esse local, principalmente à noite. Acho que a manutenção dos pontos não é só implantar, você tem que mantê-los em ordem limpa, arrumados, então isso custa, mas pagamos imposto pra isso.”
O presidente da Emdec, Vinícius Riverete, reconhece que há locais que ainda precisam receber os abrigos, e falou sobre o trabalho da Emdec para melhorar a situação em locais que nunca tiveram abrigos. “Nós já instalamos 100 em 2021, e agora, em 2022 e 2023 nós estamos instalando mais 500 abrigos nesses locais. E o critério é onde tem maior número de passageiros e maior número de linhas, para depois acabar com o restante. O orçamento da cidade é dinâmico também, então não dá para a gente fazer tudo de uma vez. Então nós fizemos um planejamento. Ano que vem tem mais uma licitação, que nós pretendemos concluir com mais 500 abrigos. Então vai faltar apenas 300.”
O atual contrato de concessão dos abrigos em Campinas prevê a instalação de 894 unidades, sendo que mais de 500 foram implantadas até o momento, mas grande parte em locais em que já existiam abrigos, e eles foram trocados por unidades mais modernas.
Informações: Portal CBN
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