A desativação da linha de trens entre Calçada e Paripe para as obras do VLT do Subúrbio fez com que cada usuário do sistema perdesse, em média, cerca de R$ 6,5 mil desde que o modelo deixou de circular, considerando o morador da região que se desloca para o trabalho de transporte público apenas nos dias úteis. O cálculo se refere ao período de fevereiro de 2021, quando a operação nos trens foi extinta, e julho deste ano, e leva em conta a soma das passagens de ida e volta de ônibus com base na tarifa unitária praticada hoje na capital - R$ 4,90.
Margem de perda
Caso a linha férrea não fosse desativada, o impacto acumulado no bolso do cidadão seria bem menor, aproximadamente R$ 650, com base no preço cobrado nos trens, cuja passagem era sempre dez vezes menos que a de ônibus. Como a imprensa vem noticiando há mais de dois anos, o peso no orçamento doméstico causado pelo fim do sistema ocupa o topo das queixas feitas por moradores do Subúrbio que ficaram órfãos de um serviço de transporte muito mais barato.
Presente de grego
Uma rápida pesquisa feita pela coluna revela uma infinidade de serviços, produtos e bens que poderiam ser adquiridos com o total gasto a mais pelo cidadão comum nos 893 dias sem os trens. Com R$ 6,5 mil, daria para comprar uma TV de 50 polegadas 4k UHD e um notebook ou bancar sete diárias em um resort de alto padrão no litoral baiano. O montante seria suficiente também para custear uma pequena reforma, dar entrada em um carro seminovo, quitar dívidas, realizar cursos, renovar a mobília ou poupar para o futuro, coisas difíceis para quem vive em um dos maiores bolsões de pobreza da cidade. Para piorar, a intenção do governo estadual de cancelar o contrato do VLT, confirmada anteontem, vai elevar ainda mais a conta.
Informações: Correio 24 Horas
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