Para quem frequenta o terminal de ônibus da estação Tatuapé, já é possível ver tapumes tomando o espaço onde fazem ponto final dezenas de linhas. Anúncios fixados neles trazem os dizeres “Traga seu negócio para esse terminal”, ao mesmo tempo que mostrma projeções de como ficarão esse locais após sua concessão pelo Metrô à iniciativa privada.
Como já é possível notar, se trata do projeto tocado pela companhia para terceirizar a administração de 13 terminais de ônibus ligados à 11 estações das linhas 1-Azul e 3-Vermelha. São eles Ana Rosa, Armênia, Santana e Parada Inglesa (Linha 1-Azul), e Artur Alvim, Patriarca/Norte, Vila Matilde/Norte, Penha/Norte, Carrão/Norte, Carrão/Sul, Tatuapé/Norte, Tatuapé/Sul e Brás (Linha 3-Vermelha).
A licitação teve o vencedor anunciado há um ano, o consórcio NS/PPX, único a apresentar proposta, mas que só assumiu esse locais no início de abril. Com nome comercial de “Praça Unitah”, a concessionária terá 30 anos para explorar o espaço dessas estações pelo qual pagará um aluguel mensal a partir do quinto ano de operação, de R$ 855 mil ou 8% do faturamento bruto, o que for maior.
Com pressa em gerar receita, a nova empresa lançou um site que busca comercializar os espaços, numa área total de 84 mil m². Ilustrações de como ficará um deles, localizado na estação Carrão, dão uma boa idea da transformação pela qual passarão esses terminais. Em vez dos modestos e poluídos quiosques atuais, lojas padronizadas, novos pisos, praça de alimentação e banheiros públicos. O conceito é o de um shopping aberto, porém, em área coberta e que ganhará um novo projeto de iluminação.
A Praça Unitah também promete oferecer segurança privada, paisagismo ecológico, nova sinalização e serviço gratuito de wi-fi. Além disso, a intenção da concessionária é oferecer um grande mix de lojas que inclui lanchonetes, cafés em mercado, já esperados, mas também farmácias, lojas de roupas, calçados e presentes, e agências de viagens e serviços como lavanderia, salão de beleza, clinica médica e até escola.
Num primeiro momento, no entanto, é provável que os passageiros irão encontrar um comércio mais simples já que parte desses terminais demanda investimentos maiores para a construção de prédios que comportem esses serviços.
Poluição dos ônibus
Não há dúvida que o potencial comercial desses terminais é enorme. Segundo a concessária, serão 1.410 espaços comerciais que poderão ser visitados por um público estimado em 1,5 milhão de pessoas diariamente. Para facilitar o preenchimento desses quiosques e lojas, a Praça Unitah promete contratos descomplicados e sem burocracia, mas resta a dúvida se a pandemia do coronavírus poderá afetar o projeto.
Com medidas de isolamento social sendo adotadas por um prazo mais longo, há um temor de que isso vá afetar o faturamento de lojistas e frustrar expectativas de faturamento.
Informações: Metro CPTM
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