A partir de outubro, o transporte público do Grande Recife passará a contar com um ônibus movido a Gás Natural Veicular (GNV) ou biometano, o que proporciona redução entre 70% e 85% na emissão de gases poluentes. A Capital pernambucana será a primeira cidade fora do eixo Rio-São Paulo a receber a novidade.
O veículo, de 15 metros de comprimento e capacidade para até 130 pessoas, passará por uma fase de demonstração e, se bem avaliado, poderá ser adquirido por empresas operadoras da região. Em médio prazo, segundo o fabricante, pode contribuir para o equilíbrio financeiro dos sistemas de transporte que o adotarem, o que pode ter impacto positivo nas tarifas pagas pelos passageiros.
Comuns na Europa há décadas, ônibus movidos a GNV ou biometano ainda não são realidade no dia a dia do transporte coletivo no Brasil. Entre outubro de 2014 e agosto de 2015, oito cidades chegaram a receber um veículo do tipo, sueco, mas apenas para testes. Em São Paulo, por exemplo, o custo do quilômetro rodado a gás foi 28% inferior ao do diesel, combustível que comumente abastece a operação rodoviária.
A partir de agora, novas demonstrações serão feitas, mas com um ônibus inteiramente nacional. O veículo foi exposto durante o Seminário Nacional NTU, encerrado ontem em Brasília. “Esse ônibus chama a atenção pela redução de custos operacionais por quilômetro rodado, além da diminuição da poluição sonora e de emissões”, diz o diretor de vendas de ônibus da Scania no Brasil, Silvio Munhoz.
Além de todos os benefícios pregados a favor do meio ambiente, o veículo é confortável ao passageiro: tem ar condicionado e entrada USB para carregar dispositivos móveis ao lado de todos os assentos. Um terceiro eixo de rodas, direcional, dá mais leveza às curvas. A questão é o investimento: 25% mais caro que o que geralmente é feito num ônibus movido a diesel, como os que circulam no Grande Recife.
Despoluir
Segundo a Urbana-PE, os ônibus que circulam pela Região Metropolitana do Recife deixaram de emitir 13 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera no ano passado. Entre as ações que proporcionaram essa redução está a utilização do diesel S-50, que reduz bastante o teor de enxofre emitido no meio ambiente.
O combustível vem sendo utilizado no Recife desde 2011, em cumprimento a uma norma federal em vigor em algumas capitais do País. O diesel S-50 possui uma concentração de 50 partículas por milhão de enxofre, bem menos poluente que o S500 usado anteriormente.
A medição de gases emitidos pelos coletivos é realizada há nove anos pela Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), por meio do Programa Despoluir, em parceria com a Urbana-PE.
Informações: Folha de Pernambuco
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