Após licitar recentemente as linhas de ônibus municipais, saindo na frente das outras cidades da Baixada, Nova Iguaçu quer se espelhar no Rio e criar faixas preferenciais para o transporte público até o fim deste ano nas redondezas do terminal rodoviário. O objetivo é melhorar o trânsito na região e o fluxo de entrada e saída de coletivos na rodoviária.
Segundo o secretário municipal de Transporte, Rubens Borborema, a Avenida Marechal Floriano Peixoto, uma das principais do centro da cidade, e a Rua Dom Walmor são algumas das vias que receberão as faixas.
O contrato de licitação dos ônibus de Nova Iguaçu prevê ainda a construção de terminais pela cidade, que serão ligados por linhas troncais dos bairros periféricos até o Centro, semelhante ao processo de racionalização das linhas da Zona Sul do Rio. “Vamos ter corredores em Nova Iguaçu que vão fazer essa linha troncal da periferia até o Centro do município e evitar que se tenha inúmeras linhas passando pelo mesmo ponto. Se vai ser BRT ou BRS, vai ser discutido mais à frente”, explicou Borborema.
Outro projeto é fazer a licitação, também neste ano, das linhas de vans do município. Ainda segundo Borborema, Nova Iguaçu formalizou à ANTT, no processo de prorrogação do contrato da concessionária da Dutra, pedido para criação de pistas laterais nos trechos da rodovia que cortam a cidade e que só contam com faixa central, além de um viaduto ou passagem subterrânea em Comendador Soares, fazendo sequência ao viaduto da Avenida Barros Junior.
PLANEJAMENTO URBANO AJUDARIA A MOBILIDADE
Para desatar o nó do transporte é preciso criar empregos perto das moradias
O município do Rio tem 6,5 milhões de habitantes e concentra 75% dos empregos da Região Metropolitana. As demais 20 cidades, juntas, reúnem 6 milhões de pessoas e apenas 25% dos postos de trabalho. Só em Japeri, 47% da população se desloca 77 quilômetros diariamente para trabalhar no Rio.
Clarisse Linke, do ITDP, defende que expandir a rede de transporte não é suficiente para resolver os problemas da mobilidade. Tão importante, na opinião dela, é estimular empregos e serviços nessas “cidades dormitório”, para evitar que as pessoas precisem se deslocar tanto.
A Câmara Metropolitana contratou um estudo que vai diagnosticar possibilidades de desenvolvimento de novas centralidades, ou seja, regiões com potencial de expansão de serviços, indústrias e empregos.“Temos que aproximar o trabalho à casa do trabalhador. A gente está punindo o cara quando o coloca de três a quatro horas em um transporte”, disse Gerard Fischgold. O estudo será concluído em 18 meses.
Novas fontes de financiamento para expandir a malha de transporte foram sugeridas como alternativas à crise econômica, como a criação de um fundo a partir de uma sobretaxa da gasolina e de pedágios urbanos. “Quem usa o carro todo dia sobrecarrega o trânsito e polui mais o ar, então tem que contribuir de alguma forma para a coletividade”, defendeu Clarisse, cobrando melhoria dos serviços de transporte coletivo.
Por Gustavo Ribeiro
Informações: O Dia
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