O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) confirmou na tarde desta segunda-feira (11) que haverá greve de ônibus na capital paranaense e região. A paralisação começará à zero hora desta terça-feira (12) e será parcial, já que três empresas fizeram o pagamento integral dos salários referentes ao mês de dezembro de 2015 (Expresso Azul, Santo Antônio e Mercês).
Em contrapartida, outras oito viações não quitaram parte dos salários dos trabalhadores que atendem o transporte coletivo em Curitiba e na RMC e os seus funcionários irão parar na terça. São elas: Marechal Matriz, Redentor, Sorriso, Glória, CCD, Tamandaré Filial, São José e Araucária Filial.
Nos horários de pico – das 5h às 9h e das 17h às 20h – deve haver 50% da frota de cada linha nas ruas da capital, segundo informações da Urbs. Nos demais horários, só 30% dos ônibus devem circular.
De acordo com a Urbs, o Sindmoc se comprometeu com o Ministério Público do Trabalho a colocar a frota descrita anteriormente nas ruas e por isso não está previsto o cadastramento de veículos para transportar passageiros de forma alternativa. O órgão acredita que o combinado será cumprido. Caso isso não ocorra, a justiça será acionada imediatamente e um plano de emergência para o cadastramento de carros será posto em prática.
O plano da Urbs para os dias de paralisação é fazer um monitoramento intensivo dos veículos que estarão circulando na capital, certificando-se assim de que as determinações de frota mínima estão sendo cumpridas. Além das equipes que estarão nas ruas, câmeras e os equipamentos que passam informações em tempo real dos veículos serão alguns dos meios usados para a fiscalização.
Repasses
A Urbs informou que foram repassados todos os valores às viações e que isso feito de forma antecipada. A empresa que gerencia o sistema de ônibus da capital confirmou ainda que os trabalhadores receberam, mas não integralmente.
Já Mauricio Gulin, presidente do sindicato que reúne as empresas de ônibus (Setransp), afirmou que as viações vão fazer um levantamento com os bancos e analisar como seria possível quitar os salários. Mas, por enquanto, eles seguem sem perspectiva de pagamentos.
O Setransp também informou, por meio de nota, que o atraso no depósito dos salários é um reflexo da tarifa técnica, atualmente no valor de R$ 3,27, que não cobriria os custos de operação do serviço ofertado.
Até as 20 horas, a reportagem não conseguiu localizar nenhum membro da diretoria do Sindimoc para comentar o assunto. Em nota publicada no site da entidade, o presidente do sindicato, Anderson Teixeira, afirmou que “os motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana não suportam mais tanto descaso com o seu pagamento. Cada trabalhador merece receber o seu salário em dia”.
Por Fernanda Leitóles, Felippe Aníbal e Raphael Marchiori, com a colaboração de Mariana Balan e Getulio Xavier
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