Uma das mais complexas e emblemáticas obras projetadas para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na região metropolitana de Cuiabá precisa ser concluído. A defesa do modal, que tem gerado fortes debates, foi novamente discutida por especialistas nesta quarta-feira (9), na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, em audiência pública solicitada pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT).
A diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide de Faria, é uma das defensoras da continuidade da obra. Ela destacou que o VLT tem que ser implantado “até por tudo que já aconteceu ao longo desse período” e também pelos investimentos já realizados. “Há uma infraestrutura montada e preparada. Fora os trens que já foram adquiridos”- frisou, ao enfatizar os estudos que estão sendo realizados para dar uma solução a obra.
Mesmo com o modelo de modal questionado, Luiza Gomide defendeu a construção por meio de uma Parceria Público Privada, a chamada PPP, para conclusão integral do empreendimento e também para sua operacionalização. Ela desaconselhou a redução dos 22 quilômetros de trilhos previstos no projeto original, pela metade. “Isso significa que uma parte da população vai ficar desassistida” – frisou.
Em outubro, o urbanista Tom Rebello, da CIP/Intercon Consultoria Internacional, durante debate sobre “Cidades Sustentáveis” na Comissão Senado do Futuro, foi taxativo ao fazer a defesa do VLT. “Eu não tenho a menor dúvida de que é o transporte do futuro, porque é um transporte que valoriza espaço, que cresce junto com a cidade e que, sobretudo hoje – nós vamos poder ver mais na frente –, convive de maneira agradável com o meio ambiente” - disse.
Para Rabello, metrôs e trens de subúrbio e os próprios corredores de ônibus, os chamados BRTs, estão ultrapassados. “Nós não podemos mais pensar que as cidades vão evoluir para ter cada vez mais transporte de massa” – enfatizou, na ocasião. O especialista previu que as cidades vão organizar-se de maneira diferente e a população se deslocará muito menos. “Acho que o VLT, ou bonde, como alguns gostam de chamar, é a melhor tecnologia, porque ela associa boa qualidade de transporte com a valorização do espaço urbano, ao contrário de outras tecnologias que nem sempre proporcionam isso” – salientou.
Aeroporto – Está na região metropolitana de Cuiabá, o principal problema de obra da Copa relacionada à infraestrutura aeroportuária. O Aeroporto Marechal Rondon integra o rol de obras inacabadas. No período da Copa, o terminal conseguiu atender a demanda, mas, em seguida, as melhorias previstas não se concretizaram. Solucionados os impasses, os empreendimentos terão prosseguimento e devem estar concluídos dentro de oito meses, segundo previsão do assessor especial da diretoria da Infraero, Jaime Henrique Caldas Parreira.
Informações: Expresso MT
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