O Uber ainda nem começou a funcionar em Porto Alegre e já é motivo de discussões calorosas entre potenciais usuários, taxistas e o poder público. Enquanto os futuros passageiros aguardam pela novidade na Capital, cidades como Londres, Nova York, Paris e Los Angeles já incorporaram o serviço há alguns anos. O Brasil recebe aos poucos o aplicativo, mas com ressalvas.
Nesta semana, o gerente-geral da empresa no país, Guilherme Telles, anunciou que o Uber começará a operar em Porto Alegre em dezembro, o que gerou uma resposta instantânea do prefeito José Fortunati. Segundo ele, não haverá Uber sem "um debate democrático". Atualmente, a lei não permite o transporte de passageiros em veículos não regulamentados.
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A possibilidade do início das operações já no próximo mês gerou revolta entre taxistas porto-alegrenses, que se posicionaram, em sua maioria, contra o serviço. Para o prefeito, é preciso fazer um debate amplo sobre o assunto para avaliar a possibilidade de uma mudança na legislação.
"Não existe essa raiva toda de taxistas contra a Uber", diz diretor da empresa
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes sancionou um projeto de lei que proíbe o transporte oferecido pelo aplicativo. Em São Paulo, apesar de o prefeito Fernando Haddad regulamentar o uso do app, os taxistas chegaram a fazer uma carreata em protesto contra o serviço. Em meio à polêmica que se avizinha, Zero Hora ouviu relatos de usuários do Uber em capitais do Brasil e do exterior para saber suas avalições sobre itens como atendimento, qualidade dos veículos, segurança e comodidade. O resultado foi unânime: serviço aprovado. Confira abaixo:
Brasília: Juliano Gindri Vargas, engenheiro civil, 33 anos
– Eu conheci o serviço do Uber há mais ou menos um mês, em Brasília, e a minha experiência foi superpositiva. Os motoristas são educados, e os carros, confortáveis. No momento em que a gente entra no veículo, o motorista já pergunta se a temperatura do ar está boa, qual a música você quer escutar, se quer uma água. É uma ferramenta simples de utilizar, sem burocracia nenhuma, e o preço é bacana. Foi extremamente positiva a experiência. Só tem a acrescentar.
São Paulo: Fábio Pereira Noro, 28 anos, publicitário
– O Uber veio para colaborar muito para o usuário que utiliza esse tipo de transporte. Antes só havia o táxi como opção, que acabava sendo preso a uma série de sindicatos, e o aplicativo vem para quebrar esse monopólio. É um serviço que oferece uma qualidade maior do ponto de vista do conforto, seja pelo atendimento – água e benefícios recebidos durante a viagem –, seja pelo preço. Porém, existe o prejuízo de demorar um pouco mais do que os aplicativos de táxi. Mas eu acredito que a concorrência só vem a ser saudável para o consumidor, porque os taxistas terão de melhorar os seus serviços automaticamente, o que já tem acontecido em São Paulo.
Rio de Janeiro: Vitor Cardoso, 32 anos, coordenador de marketing
– O serviço do Uber é muito interessante porque tem sempre carros muito novos, top de linha, bem diferentes dos táxis que estamos acostumados a usar aqui no Rio de Janeiro. O atendimento também é diferenciado, sempre tem pessoas bem capacitadas e treinadas. Eles nos oferecem balinhas e água, perguntam se o nível do ar condicionado está bom. Além disso, você não coloca a mão na carteira para pagar o serviço. Então, eu abandonei o táxi e só uso o Uber.
Los Angeles (EUA): Diogo Duarte, 34 anos, empresário
– Tenho usado o Uber bastante, há dois anos, principalmente no fim de semana. O serviço é muito bom e prático. Na maioria das vezes, a gente chama o carro, e ele chega em menos de cinco minutos. Muitas vezes, em um minuto. Você pode acompanhar pelo aplicativo onde o veículo está, e o serviço é relativamente barato _ mais barato do que táxi em Los Angeles. A parte boa é que você não mexe com dinheiro. Quando a corrida termina, você agradece, sai do carro e tudo é cobrado no cartão.
Nova York e Cidade do México: Ana Paula Sefton, pedagoga e doutora em educação, 36 anos
– Usei o Uber dois anos em Nova York e utilizo há um ano na Cidade do México. A principal diferença para os táxis é que o aplicativo oferece motoristas mais qualificados, que dirigem com cuidado e atenção, além de carros mais novos. Você vai entrar em um veículo limpo, seguro e com motorista que dirige melhor. Além de tudo, tem as facilidades durante a corrida que agregam valor, como água mineral, jornais do dia, wi-fi free e carregador para telefone. Os motoristas costumam deixar o passageiro à vontade para escolher se o rádio fica ligado, se quer conversar, se quer ficar quieto. Outro ponto importante é a segurança, sobretudo para as mulheres, pois o app cadastra o perfil e os contato do motorista, e a empresa se responsabiliza pela qualificação deles.
Por Mauricio Tonetto
Informações: Zero Hora
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