A partir da próxima terça-feira, motoristas, cobradores e fiscais de ônibus vão parar. A categoria decretou estado de greve, na tarde desta sexta-feira, após rejeitar a proposta de reajuste salarial e de benefícios oferecida pelas empresas. Os rodoviários alegaram estar frustrados com o que aconteceu ano passado, quando o Tribunal Superior do Trabalho reduziu o aumento concedido aos profissionais a 10% no salário e no tíquete de alimentação.
A decisão foi tomada em assembleia, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitanas da Mata Sul e Norte (STTREPE), no bairro de Santo Amaro. Na reunião, o presidente do sindicato, Benilson Custódio, apresentou a proposta oferecida pelos patrões na mesa de negociação dessa quinta.
As empresas ofereceram reajuste de 27% no valor do tíquete de alimentação, que passaria de R$ 188 para R$ 220. No salário, o aumento seria de 9,5%. Os motoristas de ônibus ganham, atualmente, R$ 1.765 e passariam a receber R$ 1993, os cobradores, que ganham R$ 812, receberiam R$ 889, e os fiscais, pagos por R$ 1.141, ganhariam R$ 1.239. Desde o início das negociações, no entanto, o objetivo da categoria é que o tíquete suba para R$ 300. A proposta dos empresários não foi aceita.
"A questão toda é a frustração com o que aconteceu ano passado. A categoria queria R$ 300 no auxílio e aumento de, pelo menos, 30%. Sabemos que, diante de outras questões, o valor é alto. Queríamos negociar. Mas eles só fizeram a reposição do índice inflacionário. Decretamos estado de greve hoje (sexta) e a greve começa a partir da 0h de terça", adiantou o assessor de comunicação do Sindicato, Genildo Pereira.
Após a rodada de negociação dessa quinta, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) emitiu nota oficial a respeito da proposta dos patrões. Confira abaixo o documento na íntegra:
"A Urbana-PE vem se esforçando há muito tempo, especialmente nas duas últimas semanas, para celebrar uma nova convenção coletiva com a categoria profissional. Durante esse processo buscou uma solução que atendesse ao máximo aos interesses dos trabalhadores, sem esquecer, entretanto, a responsabilidade exigida pelo atual momento nacional.
Após longas e reiteradas reuniões conciliatórias, a Urbana-PE e a Comissão de Negociação designada pelo sindicato profissional chegaram a um acordo que compôs satisfatoriamente as pretensões dos trabalhadores, incluiu benefícios inéditos para a categoria e representou o limite da capacidade de negociação do setor.
A solução acordada com a Comissão de Negociação do sindicato profissional, integrada por representantes de todas as facções que compõem a categoria, é a mais favorável dos últimos anos.
Sua rejeição pela assembleia desta sexta-feira implica num retrocesso para os próprios empregados, pelo que se pede aos rodoviários que reconsiderem a decisão pela greve. A população e a economia local não podem ser tratadas como meros instrumentos de negociação para uma categoria.
A Urbana-PE informa que não medirá esforços para evitar a interrupção do serviço de transporte público de passageiros e minimizar eventuais transtornos à sociedade."
Informações: Diário de Pernambuco
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