A greve dos rodoviários da Grande Vitória começou nesta segunda-feira (9), como anunciou a categoria. Os terminais rodoviários amanheceram vazios e os pontos de ônibus ficaram cheios de passageiros que esperavam por algum coletivo. Um grupo de cobradores e motoristas estava reunido, por volta de 5h30, em frente a uma garagem de ônibus em Cariacica. Um dos diretores do Sindirodoviários, João Luis Alves, afirmou que 100% da frota está parada.
Eles reivindicam outro plano de saúde, pois alegam que o atual tem um custo elevado demais para os trabalhadores. Cartazes foram colados no vidro dianteiro dos coletivos informando que os rodoviários estão em 'estado de greve'.
Em entrevista, João Luís Alves falou que o sindicato não foi notificado da determinação da Justiça de manter 70% da frota em circulação nos horários de pico. "Nós não temos ciência dessa notificação da Justiça. Deveríamos manter 30% da frota circulando, mas, por segurança do trabalhador, eles decidiram parar 100%. Isso porque os 100% já não atendem a população. Os 30%, então, nem se fala", disse.
Mesmo antes do início da greve, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) conseguiu junto à Justiça do Trabalho uma medida cautelar para garantir a circulação de, no mínimo, 70% da frota durante os horários de pico, das 6h às 9h e das 17h às 20h, e 40% nos outros horários.
Ilegalidade
Após o descumprimento por parte do Sindirodoviários da determinação judicial que previa a circulação de 70% da frota para os horários de pico e 40% nos demais horários para atender a população, o GVbus informou entrou com medidas judicias pedindo que a greve seja declarada ilegal.
O GVbus solicitou ainda que a cobrança da multa seja estendida aos dirigentes do Sindirodoviários e que a Justiça aumente o valor da multa.
Sindirodoviários
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Carlos Roberto Louzada, o Maguila, disse neste domingo (8) que não havia recebido nenhuma determinação ou comunicado oficial da Justiça em relação à quantidade de ônibus nas ruas. “Até agora não recebemos nenhum comunicado da Justiça, mas, se recebermos, vamos cumprir o que foi determinado”, afirmou Maguila. A multa para o descumprimento da determinação da justiça trabalhista é de R$ 30 mil por dia.
Nesta segunda-feira, Maguila disse que espera uma negociação sobre o plano de saúde. "Enquanto não houver negociação, não vai ter carro na rua. Até agora não recebi nenhuma notificação ou chamado para negociar. Os rodoviários carregam carga preciosa, que é vida, não podemos continuar assim. Quem está nos pontos pode voltar para casa. Enquanto não vierem negociar, não vai ter ônibus", disse.
Para o representante do Sindirodoviários, Edson Bastos, a categoria decidir pela paralisação total da frota para garantir a segurança dos trabalhadores. “A violência está demais, tem gente morrendo dentro de ônibus, nos terminais. Com 30% só de ônibus, a aglomeração seria muito maior. Mas a questão é muito simples. Se o empresário quisesse resolver, já teria resolvido”, falou.
Bastos também confirmou que o sindicato não recebeu nenhuma notificação sobre a decisão da Justiça de manter 30% da frota em circulação.
Informações: G1 ES
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