Uma em cada seis linhas de ônibus de São Paulo tem lotação acima do limite de conforto aceitável.
Dados da prefeitura obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação e complementados pela SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) apontam que 161 de 926 linhas básicas do sistema levam mais de seis passageiros por metro quadrado.
Esse é o parâmetro internacional para o limite de conforto no transporte público. Em alguns sistemas, como no de Londres, índices maiores do que quatro pessoas por metro quadrado já são classificados como excessivos.
Para esse cálculo a prefeitura considera a quantidade de passageiros transportados e o fator de renovação de cada linha –ou seja, o sobe e desce ao longo do trajeto, obtido por meio de pesquisas.
A conta resulta em uma estimativa de quantos usuários viajam em pé dentro dos ônibus nos horários de pico. O índice, chamado de “performance operacional” pela SPTrans, é usado para ajustar a quantidade de veículos e partidas para cada linha.
As 926 linhas compõem a base do sistema municipal. No total, incluindo derivações, existem 1.286 linhas.
A pior situação está no sistema local –as antigas lotações, operadas por cooperativas de proprietários independentes, os “perueiros”. Das 161 linhas superlotadas, 76% são de perueiros.
A gestão Fernando Haddad (PT) estuda a possibilidade de aposentar a contratação de cooperativas na próxima licitação do transporte, prevista para este ano.
A Ocesp (organização das cooperativas de SP) diz que a medida contraria a legislação e pode aumentar os custos do sistema, uma vez que empresas têm mais gastos.
CONFORTO
Por ser uma medida teórica e baseada em estimativas, o índice de conforto dos passageiros de ônibus pode ser muito pior na prática.
É comum a cena de passageiros se espremendo para conseguir subir nos veículos pela manhã, e a superlotação está entre as campeãs de reclamação nos canais oficiais.
Outros levantamentos da própria SPTrans já apontaram lotação acima de oito passageiros por metro quadrado em algumas regiões.
No ano passado, um decreto de Haddad passou a usar o limite de seis passageiros por metro quadrado no transporte –antes, eram cinco.
Na prática, porém, a área técnica da SPTrans só aprova um aumento de frota quando a “performance operacional” da linha chega a sete por metro quadrado.
OUTRO LADO
Para secretário, problema é causado por emprego longe de casa
Por André Monterio e Felipe Souza
Informações: Folha de SP
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