Nem R$ 2,67, como defendem os empresários de ônibus, nem R$ 2,29, aumento que representaria o acumulado do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) apenas de 2014. O Anel A, cobrado em 80% das linhas de ônibus da Região Metropolitana do Recife, poderá subir de R$ 2,15 para R$ 2,50 a partir da próxima semana. O percentual exato do reajuste será definido apenas nesta sexta-feira, quando acontece uma das raras reuniões do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), mas a majoração – equivalente a 16% – representaria o realinhamento do IPCA retroativo a 2012, quando foi dado o último reajuste tarifário no Grande Recife.
O governo do Estado não quis antecipar o percentual de aumento que irá defender na reunião de sexta-feira, mas técnicos do próprio governo defendem, em reserva, que a reposição correta do IPCA deve ser feita a partir de 2012. Em janeiro de 2013 o então governador Eduardo Campos chegou a autorizar o aumento das passagens, também pelo IPCA, mas voltou atrás depois da pressão dos protestos populares que ganharam o Brasil. O novo presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Francisco Papaléo, não confirmou nem negou o percentual, apenas reafirmou o que já havia sido dito oficialmente pelo governo de que haverá a recomposição do IPCA, como previsto desde o primeiro governo Eduardo Campos.
Francisco Papaléo, entretanto, fez comentários sobre o percentual de 6,6% do IPCA, que resultaria numa tarifa de R$ 2,29 (provavelmente arredondada para R$ 2,30) e foi divulgado pela mídia. “Em momento algum falamos em percentual ou em acumulado do IPCA, seja de um, dois ou três anos. O entendimento de que poderíamos vir a usar apenas o IPCA de 2014 foi exclusivamente da imprensa. É fato que o último aumento foi em 2012 e que podemos vir a usar os três últimos anos, mas também podemos optar por dar apenas o acumulado de 2013 e 2014, por exemplo”, argumentou.
O presidente do Grande Recife explicou que os técnicos do órgão foram autorizados a se debruçar sobre os possíveis percentuais para apresentar alternativas ao governo. “Essas possibilidades serão submetidas ao secretário das Cidades, André de Paula, que, por sua vez, irá levá-las ao governador Paulo Câmara. Nós temos responsabilidades com as promessas de campanha do governador, com a população e com a qualidade do sistema de transporte. O aumento é certo, mas nossa meta é penalizar o mínimo possível a população. Já estamos injetando um subsídio que, pelo menos por enquanto, não tem como ser ampliado”, explicou. Atualmente, o subsídio é de R$ 7 milhões por mês.
O setor empresarial continua defendendo o reajuste de 24%, que elevaria o Anel A para R$ 2,67. Na opinião do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), Fernando Bandeira, somente esse percentual – calculado a partir dos anos em que o governo Eduardo Campos não concedeu o aumento pelo IPCA (2007/2010/2013 e 2014) – poderá cobrir o déficit do sistema, estimado em R$ 7 milhões por mês e tido como insustentável. Mas Bandeira admite que o percentual de 16% é bem melhor do que o de 6,6%. “Esse índice representa apenas o IPCA de 2014. E estamos sem reajuste desde 2012, sem contar os outros anos em que os aumentos não foram dados. O sistema continuará sofrendo muito se isso acontecer”, alertou. Os protestos contra o reajuste estão confirmados para sexta-feira, a partir das 8h, em frente ao Grande Recife Consórcio, onde até então está marcada a reunião do CSTM que aprovará ou não o aumento das passagens.
Informações: De olho no trânsito | JC Online
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