Com apenas cinco meses de operação, o BRT Transcarioca já apresenta problemas na pavimentação ao longo dos seus 39 quilômetros, da Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional. A obra que custou R$ 1,7 bilhão aos cofres públicos e ainda tem um contrato de R$ 17 milhões para manutenção por dois anos, tem, em diversos locais, buracos cobertos com areia ou até chapas de aço.
A má qualidade do asfalto dos novos corredores expressos não é novidade. Em janeiro, O DIA mostrou que o Transoeste, com 31 quilômetros, tinha 270 buracos ou remendos, pouco mais de um ano após a inauguração. No Transcarioca, que corta 27 bairros, as piores condições podem ser encontradas entre as estações de Jacarepaguá até Vaz Lobo.
Foto: Bruno de Lima / Agência O Dia |
Em frente à Estação Recanto das Palmeiras, na Taquara, há uma cratera mostrada na edição desta terça-feira do DIA , em foto do leitor Netto Neves, que, segundo moradores, está aberta desde o início da operação do BRT. De acordo com o comerciante Celso Maia, que tem um bar em frente à estação, o buraco começou com uma infiltração de água e depois de fazerem reparos, ficou do jeito que está. Ainda segundo contou, há dois dias, funcionários da prefeitura colocaram areia e o fecharam com uma chapa de metal.
“O transporte é bom, mas é muito dinheiro público jogado fora. A obra é nova e já precisa de reparos que não fazem. Daqui a pouco esses buracos vão estragar os ônibus e vai ser mais dinheiro indo embora”, alegou Maia. O desgaste do asfalto não é pontual. Ao longo da pista, além dos buracos, há sinais claros de rachaduras e pequenos furos que com o passar dos dias crescem. Os problemas se repetem em ambos os sentidos da via. Tampões de metal fechando buracos com areia foram encontrados perto das estações Tanque, Ipase, Praça Seca, Vaz Lobo e Vila Queiroz.
O engenheiro civil e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Antônio Eulálio Pedrosa, afirmou que para a obra já estar apresentado problemas é porque o projeto e execução foram feitos de forma errada. Segundo ele, o asfalto deve durar de 10 e 15 anos sem precisar de reparos. “É preciso saber a quantidade de eixos e de vezes que o veículo vai passar pela via. Daí, se calcula a espessura da camada asfáltica. A pressa em inaugurar faz com que a obra não fique perfeita”, constatou.
Por Atos Moura
Informações: O Dia
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