A modernização do sistema ferroviário da cidade só deve ser finalizada em dez anos. O investimento de R$ 311 milhões será dividido em etapas, com a criação de sete linhas que contemplam os municípios limítrofes à capital. Para a CBTU, a criação de uma rede ferroviária urbana é uma necessidade para a complementação do sistema de transporte público da cidade.
“Nós sabemos que hoje não conseguimos atender a população com qualidade, de maneira alguma. Só vamos atender a população com qualidade quando a gente implantar o sistema do VLT em Natal. Daí uma média entre dois a três anos. Hoje estamos dando o mínimo de conforto durante deslocamento das pessoas que tem a necessidade de transporte, e a população sabe disso. Nosso objetivo é dar um salto de dez vezes em qualidade nos próximos anos”, afirma João Maria Cavalcanti, superintendente regional da CBTU.
Hoje, 7 mil pessoas usam o sistema ferroviário que interliga Natal, Parnamirim e Ceará-MirimHoje, 7 mil pessoas usam o sistema ferroviário que interliga Natal, Parnamirim e Ceará-Mirim
Além da criação de novas linhas, o projeto também contempla a modernização das estações de trem, construção de estruturas bypass nas áreas em que as linhas cruzam com vias da cidades. Essas estruturas são como vias específicas para o trem. Outra alternativa é a construção de túneis e viadutos em pontos que a ferrovia corta vias de tráfego intenso, como avenida Mor Gouveia. Todo o projeto foi dividido em etapas, mas por ora há recursos garantidos apenas para a primeira.
Os 56 km contemplam a ligação entre Ceará-Mirim,Natal, Extremoz e Parnamirim por meio das linhas Ribeira/Nova Natal, Azul e Amarela. A segunda etapa seria a construção de uma estação na Mor Gouveia, criação de um anel ferroviário e a ligação com o campus universitário. A terceira seria a criação de um anel ferroviário metropolitano, interligando quatro município e o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Por último, a reativação da linha de Nísia Floresta e São José de Mipibu – a branca, hoje sob domínio do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT).
“Em 10 anos nós gostaríamos de estar com isso pronto. Há uma necessidade urgente de mobilidade das pessoas, elas estão muito estressadas com deslocamento. Natal é um exemplo disso. Depois das manifestações de junho, forçou-se o governo (federal) a repensar o traçado das cidades, e a ferrovia foi incluída como indutora do transporte público”, pontua. O Rio Grande do Norte possui, atualmente, 382 km em malha ferroviárias, segundo relatório da Confederação Nacional de Transportes (CNT). As adequações no perímetro urbano são uma necessidade há muito prevista pela companhia, segundo relatório de gestão de 2013 da CBTU. As locomotivas que rodam atualmente no estado datam da década de 1950.
“Ainda não se verificou uma evolução positiva nos indicadores totais da CBTU, dada a precariedade em que se encontram a via permanente e o material rodante, em especial nos sistemas de João Pessoa e Natal (em particular este último), ocasionando, assim, o alto índice de acidentes”, informa o relatório, disponível no site da companhia. No ano passado, a companhia registrou 105 acidentes nas cinco capitais onde atua – destes acidentes, 47 foram em Natal.
De acordo com a CBTU, a manutenção das locomotivas e da malha ferroviária é diária, o que não impede os acidentes ou que locomotivas quebrem. As duas novas máquinas, recebidas recentemente, também precisam de manutenção diária. O primeiro vagão do VLT chegou à Natal em agosto, e deve permanecer em testes até 24 de outubro. Segundo a CBTU, a empresa Bom Sinal, fornecedora do veículo, prometeu finalizar os testes dinâmicos até a data. A previsão é o VLT realize as primeiras viagens já no mês que vem.
Informações: Tribuna do Norte
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