O Metrô diz que até o fim deste ano será implantado um sistema de controle de trens mais moderno que permite melhorar a superlotação na linha 2-verde.
O sistema foi comprado em 2008 e a previsão era que estivesse em operação em 2010.
A melhora ocorre porque o sistema, chamado CBTC, possibilita redução de 20% no intervalo entre os trens. Segundo Luiz Antonio Carvalho Pacheco, presidente do Metrô, esse intervalo passará de 120 para cerca de 100 segundos.
Com o intervalo menor é possível aumentar a quantidade de trens em circulação e oferecer mais lugares para passageiros. Se hoje a capacidade de transporte é de 48 mil pessoas por hora e sentido, passaria para 57,6 mil.
Segundo Pacheco, nas linhas 1-azul e 3-vermelha, as mais superlotadas da rede, o sistema começará a ser implantado em 2015 e deverá estar em operação até 2016.
O sistema foi comprado da Alstom, empresa investigada por formar cartel e fraudar licitações, por R$ 706 milhões (valor não corrigido).
Mas desde os primeiros testes surgiram falhas, como composições que desapareciam da tela de controle.
Os testes são feitos em trechos da linha 2 desde 2011. No ano passado, o sistema passou a funcionar nos 14,7 km do ramal aos domingos.
A Alstom foi multada pelo atraso e teve os pagamentos suspensos. A disputa foi parar em um comitê de arbitragem, em que a multinacional reclama que não vendeu o que o Metrô cobra e que novas exigências foram feitas.
De acordo com Pacheco, que está no Metrô desde junho de 2013 e não participou da contratação, a empresa francesa teve dificuldade para adaptar seu sistema, "um produto de prateleira", à realidade da rede paulistana.
"Na minha avaliação a Alstom nos vendeu um produto que não tinha para desenvolver. Tinha o produto, mas não tinha para o Metrô, uma empresa ímpar do ponto de vista de operação. É uma rede pequena e com altíssima densidade, o que exige uma forma de operar diferente", diz.
Segundo o presidente, a principal diferença aqui é que o sistema em que os trens circulam como em um carrossel recebe trens extras nos horários de maior demanda.
"Parece óbvio, mas quando você fala para colocar isso no sistema, eles entram em pânico. Quando eu coloco um trem, o carrossel tem que ser todo recalculado, redefinido."
A Alstom também reclamava do tempo curto para instalar equipamentos, já que o metrô para por poucas horas, na madrugada. Um executivo chegou a comparar o trabalho a "trocar a turbina do avião em pleno voo".
Pacheco diz, porém, que agora crê que as dificuldades técnicas foram superadas.
"Acho que conseguimos acertar com eles o cronograma e estamos acompanhando o que é factível. Lógico que muito atrasado em relação a tudo, mas hoje, pelo andar da carruagem, a gente coloca a linha 2 em CBTC até o final do ano", afirma.
Segundo a Alstom, seu CBTC já foi implementado em locais como Toronto, Milão, Amsterdã, Paris e Cingapura. O sistema também é usado na linha 4-amarela, que opera sem condutores, mas o fornecedor é a Siemens.
O governo também pretende usar adotar o sistema em linhas da CPTM e nas novas linhas do metrô.
Pacheco diz ainda que até o fim do mês espera assinar os contratos para as obras de expansão da linha 2. O prolongamento terá 13 estações e 15,5 km -14,4 km da Vila Prudente até Guarulhos e mais 1,1 km à oeste da estação Vila Madalena.
Informações: Folha de S. Paulo
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