Nos países desenvolvidos, uma das regras de ouro é que o tempo de planejamento dure duas vezes mais que o da execução e que o projeto executivo seja o básico para qualquer obra, pois sem ele não se põe o primeiro tapume. Mas, no Brasil, reescrevemos normas internacionais: o planejamento é feito com a obra em andamento e o projeto básico é aceito como ponto de partida na execução da obra pública. Até temos uma palavra para isso: gambiarra.
O caso do BRT do Recife é um desses exemplos em que o desastre está sendo planejado. Não teremos um sistema segregado do automóvel, em algumas estações não teremos embarque e desembarque em nível e pagamento antecipado. Ah, também não teremos ar-condicionado em algumas estações, providência dispensável já que o passageiro está acostumado a ônibus com temperaturas de 38 graus.
O problema é que daremos a isso o nome de BRT. Não é. Não será e vai criar na população a ideia de um sistema ruim onde foram gastos milhões para construir um modelo condenado já na partida. O nosso BRT será improvisado pela obsessão de implantá-lo a toque de caixa. Assim, teremos estações provisórias, circulação com ônibus comuns, catracas nos veículos e um embarque com escadas. Ou seja, estamos gastando R$ 300 milhões para implantar a infraestrutura de uma novíssima gambiarra.
Um modelo a não ser copiado
Podemos chamar o nosso BRT de gambiarra, mas para o governo de Pernambuco será revolucionário. Apresentado como um sistema para a solução e todos problemas do transporte público por ônibus da RMR, embora só seja capaz de transportar 200 mil ou 10% do total. E terá que ser inaugurado em abril. Bom, pelo menos será um desses casos apresentado ao país como modelo a não ser seguido.
Informações: Por Fernando Castilho (Da coluna JC Negócios)
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