A Prefeitura de São Paulo comemora os primeiros resultados da implantação de novos corredores de ônibus na cidade onde circula a maior frota de carros do país. A velocidade média do transporte coletivo aumentou e, para ganhar tempo, as pessoas estão começando a optar pelo ônibus.
Fim do expediente. Francielli se prepara para ir para casa. Ela tem carro, mas deixou na garagem. “De carro eu levaria uma hora, uma hora e pouco com o trânsito atual. Aí desisti do carro. Resolvi trocar mesmo pela praticidade, pela economia de tempo”, declara Francielli Abreu, jornalista.
O Bom Dia Brasil acompanhou a Francielli. A parada fica pertinho. Não demora para o ônibus chegar. “Demorou três minutinhos. Hoje veio até que rápido”, diz ela.
No começo, a viagem é por ruas dentro do bairro. Só depois, no corredor: uma faixa à esquerda preparada exclusivamente para o tráfego de ônibus e táxis.
Em São Paulo, são dez corredores, em um total de quase 120 quilômetros de extensão. Quando entra em um trecho, a velocidade começa a subir. Sem carros na frente, o motorista do coletivo consegue acelerar um pouco mais.
“É melhor estar dentro do ônibus do que dentro do carro”, diz uma pasageira.
Depois de meia hora de viagem, chegamos ao ponto de descida da Francielli. “Bom, a gente levou 32 minutos. Um pouco mais do que o normal, mas está dentro do esperado”, constata.
A velocidade média do ônibus nos corredores é de 13 km/h, de acordo com a Secretaria de Transportes do Município de São Paulo. Ainda bem abaixo da meta que é de 25 km/h. Mas já há trajetos que são percorridos de forma mais rápida: onde existem as faixas exclusivas para ônibus, implantadas recentemente.
Em uma das principais vias da capital paulista, a 23 de Maio, a velocidade média dos ônibus atingiu 27,5 km/h, segundo levantamento feito pela Companhia de Engenharia de Tráfego, mais que o dobro do que costumava ser quando não tinha a faixa exclusiva. Só na capital paulista circulam hoje 5,4 milhões de veículos em São Paulo contra 15 mil ônibus do Sistema Público que registram, diariamente, quase 9,8 milhões embarques diários em ônibus.
Dez milhões de embarques. Nas vias onde há corredor ou faixa, a vantagem é dos grandões. Por isso, tem paulistano que começou a mudar de estratégia pra se deslocar pela cidade, como fez a Francielli.
Em uma pesquisa realizada em maio, 57% dos entrevistados disseram ter desistido do carro como principal meio de transporte nos últimos dois anos. A maioria deles optou pelo ônibus.
Foi o que dona Elizabete fez. “A opção é vir de ônibus, é melhor. O carro demora mais tempo. É melhor vir de busão mesmo”, diz Elizabete Jesus Pereira, doméstica.
Afinal, assim como a Francielli, todos querem ter mais tempo para aproveitar a vida: “Eu tenho tempo para fazer outras coisas, ficar com a minha cachorra, com a minha família, com o meu marido, aí eu resolvo ir de ônibus mesmo assim”, comemora.
Agora, falta melhorar também as condições para quem embarca nessa. “É muito cheio, demora muito para passar, é muito sujo”, diz outra passageira.
A prefeitura tem como meta a implantação de 150 quilômetros de novos corredores até 2016, mais do que dobrando a quilometragem existente hoje.
Por Michelle Barros
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